Autor • Plínio Rocha
Fonte • LANCE!
Não se defende tanto as pessoas na vida. Vá lá quando se fala da sua mãe, pai, irmão, irmã, esposa, filhos, família em geral, talvez um ou dois amigos, sei lá. Mas não se defende tanto as pessoas na vida, porque você pode cair do cavalo, e cair feio. Mas eu vou fazer a aposta, acho que devo, acho que posso, me sinto à vontade para isso: eu acredito em cada palavra que Fabíola Molina disse, no intuito de se defender na história do doping. A menina mandou uma carta grande para o LANCENET!, eu li tudinho e assino embaixo dali.
Eu acredito na Fabíola Molina.
E não só porque eu acredito nas palavras dela. Mas, principalmente, porque acredito no ser humano que ela é. Desde 2000, quando comecei a militar profissionalmente nesse mundo aquático, como jornalista, escrevi todo tipo de coisa. Escrevi besteira, escrevi coisa boa, descobri histórias, conheci mentiras. E poucas vezes na vida me senti tão à vontade para acreditar numa versão de uma atleta.
Sim, porque não dá para acreditar que, aos 36 anos, Fabíola parou, pensou e chegou à seguinte conclusão: "Opa, essa substância aqui vai me fazer nadar melhor, vai me dar um ganho de performance, vou precisar dela para superar a concorrência e conseguir um índice [Nota do colunista: que ela já tinha!] para o Mundial. Era tudo o que eu precisava, vou dar uma roubadinha aqui, me dopar e ir para a medalha em Xangai!"
Não dá para acreditar nisso.
Primeiro, como já dito, porque não é do caráter de quem é. Molina é uma das pessoas mais corretas que conheci. Não, nunca tive uma intimidade que atravessasse a fronteira da piscina e do microfone com ela, mas naquilo que sempre me coube em relação a ela, e vice-versa, eu diria que nosso contato sempre foi tranquilo. E verdadeiro, sem nada que maculasse essa confiança mútua.
Depois, porque ela já tinha o que precisava, que era o índice. Nem para ganhar medalha ela poderia roubar, porque a competição na qual ela foi flagrada não distribuía. Isso. Não seria mais um título nacional, que fosse, para uma coleção vasta que ela já possui. Resumindo, Fabíola não tinha motivos para se dopar, não ali, pelo menos, o que continuo acreditando que não fez.
Finalmente, aos 36 anos, como também já dito, Molina sabe que não está indo para a "competição da vida dela". Sabe que dificilmente brigaria por uma medalha, que sairia de lá vitoriosa com uma final, talvez um tempo surpreendente. Doping é uma coisa de quem acha que vai brigar, cabeça a cabeça, braçada a braçada, pernada a pernada, pedalada a pedalada, que seja, por alguma coisa. Ela competia mais com ela mesma, pela longevidade que tem no esporte e a consequente competitividade que vem acompanhada com isso, do que com chinesas, européias, quem quer que fosse.
"Doping" é uma palavra que não combina muito bem com esse caso. É pesada demais. Não dá para comparar isso com o que fizeram os Ben Johnsons da vida. "Doping" é uma palavra muito pesada para se associar a uma pessoa como Fabíola Molina, e eu posso estar assinando aqui meu atestado de inocência, tomar o maior tombo da minha vida, comprar a maior mentira da minha carreira, mas não estaria descendo estas linhas se não acreditasse nela.
Isso não vale nada, para ela, para mim ou para alguém, mas eu acredito.
Plínio Rocha é editor do LANCE!
Tem que fazer mais quatro textos desse.
Plinio concordo plenamente com vc. Ninguém com índice vai se dopar, a troco de quê?
Porém volto a bater na mesma tecla dos dopings da natação brasileira, qual seja: os dopings da natação mundial sempre pegam em atletas medalhistas e recordistas mundiais: Alemãs orientais, chinesas em 94, Michelle Smith em 96 e por aí vai…. Já os nossos dopings são pegos em atletas que sequer pegam finais olímpicas! O que acontece? Rebbeca Gusmão foi pega no doping fazendo 55 alto nos 100 metros quando o recorde era 53 baixo. Confesso que não entendo.
Plinio, tenho a certeza que voce está absolutamente correto, pelo que conheço da Fabíola, da sua familia, das suas atitudes onde sempre demonstrou uma conduta digna e correta,onde sempre procurou ajudar as atletas mais novas na seleção(inclusive ajudou e está ajudando a minha filha) orientando e dando todo apoio necessário, não tenho nenhum receio de afirmar que acredito em tudo que foi relatado pela Fabíola, voce não está assinando um atestado de inocência, mas sim de sinceridade, pode acreditar.
Apenas um adendo, que eu acho necessário e foi lamentavelmente esquecido na coluna: eu disse que acredito na versão que Fabíola conta, claro, mas deveria ter destacado, assim como os amigos disseram aqui, alguns com muita propriedade, que tudo começou depois de um vacilo dela, um erro que uma atleta experiente não podia cometer. Ingerir qualquer coisa, um sache que seja, à revelia não pode acontecer. Jamais fui contra que ela pague pelo erro que cometeu, apenas acho que não houve má-fé na atitude dela. Que fique claro!
E obrigado pelos comentários de todos.
Claudio, só tem uma forma da Fabíola provar que ela é limpa:melhorar seus tempos.
Com a idade dela, ela mete um 59 e cala a boca de muita gente.
No caso da Maurren, uma repórter fez o mesmo procedimento de depilação e surpresa!Teve as mesmas altas doses de substância proibida.
Ela deu a volta por cima e levou o ouro olímpico, com as mesmas metragens de quando foi pega no antidoping.Cá entre nós, como uma atleta envelhece, num esporte que degrada o corpo com microlesões e mantém o mesmo nível de antes do suposto doping?Ninguém que se dopa de verdade, vai ficar no mesmo patamar…
Fabíola, o erro já tá feito, agora é bola pra frente que atrás ven gente!Manda um 59 pra gente!
Plínio “O homem é um deus quando sonha e um mendigo quando reflete.”Holderin.Por tantos anos de experiência e aprendizado. Ficará sempre a dúvida. Uma pena. Que nem um cristal quando se quebra.
Como no caso da Daine dos Santos, da Maurren Maggi, da Daynara e muitas outras, uma atleta de alto nível NUNCA poderia pensar em ingerir uma amostra grátis de um suplemento vindo não sabe de onde. Essas explicações descabidas de creme depilatório, diurético para emagrecer, fórmula de medicação desconhecida e etc…
Engraçado é a alta incidência de doping entre mulheres no Brasil. Por que tantas mulheres ?
Laura, Rebeca, Juliana, Renata, Daynara, Daniele, Fabiola Molina,…
Também tenho muita admiração pela Fabíola, mas esse caso é mais um dos famosos INACREDITÁVEIS. Como uma nadadora tão experiente e com tantos exemplos ao redor pode cair em uma armadilha dessas.
Fica muito difícil acreditar Maurren, Daiane, Fabíola, Mariana Ohata e muitas outras, foram vítimas de mero acaso.
Uma pena …
CRENTE, devagar com os pensamentos. Lógico que o sachê foi guardado. Se você quiser saber mais sobre o caso, vai descobrir que no dia do exame, ela apresentou o sachê e o citou no formulário que havia ingerido o tal suplemento. E então o médico que estava realizando o exame, já a notificou sobre o problema de haver a substância proibida no sachê em questão. CRENTE, você acha que ela ia jogar fora o sachê? A única prova que ela podia comprovar da onde tinha vindo a substância??? É obvio que o sachê foi mostrado no dia do painel da CBDA, onde foi decidida previamente a pena. Me chama atenção que a substância pode ser usado em treinamentos! E que a Fábiola não teve melhoras de performance… Ao contrário do que o CRENTE escreveu, EU ACREDITO, EU ACREDITO, EU ACREDITO !!! !!! !!!
Vejamos o histórico do doping no Brasil, lembrando, digamos assim por cima, sem pesquisar de fato:
tem o do sanduíche estragado e da urina do além, o mais nobre de todos, tem o de creme de beleza ou depilação ! tem os do deduraram todos! tem o do colocaram na minha garrafinha ! sem falar no(s) também nobre(s) caso(s) do uso dos mascaradores diuréticos! e agora temos o da amostra grátis
que foi devidamente guardada 2 meses para a fotografia !
REALMENTE…, EU ACREDITO !
EU ACREDITO !
eu tbm acredito na Fabíola Molina e em tudo que vc Plinio descreveu em seu texto….mas que ela cometeu um vacilo de juvenil com essa amostra grátis ah …uma atleta com a experiência dela, não poderia cometer essa falha…mas enfim , somos humanos… foi dolorido acompanhar a imprensa esses dias.