Autor • Alex Pussieldi
Fonte • Best Swimming
Já se foi a época que os Jogos Pan Americanos eram uma das competições mais importantes e disputadas da natação mundial. Os americanos e canadenses mandavam suas equipes principais e até mesmo recordes mundiais eram batidos por lá. Até Mark Spitz bateu um, 200 borboleta em 1967 nos Jogos de Winnipeg no Canadá. O último feminino foi de Mary Meagher também nos 200 borboleta nos Jogos de 1979 em San Juan Porto Rico o último masculino na edição de 1983 em Caracas no 4 x 100 medley pelos americanos.
Na década de 80 tudo isso mudou. Criou-se o Pan Pacífico de Natação, vieram os Campeonatos Mundiais de Longa a cada dois anos, intercalados com os Mundiais de Curta, mais as Universíades. O Pan virou o primo pobre da natação americana passando a enviar uma seleção "B", as vezes até "C" é enviada para o evento.
Os canadenses não demoraram muito para seguir o modelo americano. A última seleção razoável formada pelo Canadá para disputar a natação foi quando o país sediou o evento em 1999 em Winnipeg.
O Brasil, em contrapartida, nunca deixou de enviar o que de melhor tem para os Jogos Pan Americanos. Com ou sem competição, o Pan tem sido uma ótima oportunidade para o Brasil colocar atletas no ranking mundial e com excelentes marcas.
Em 2007 no Rio, terminamos o Pan como os grandes vencedores no naipe masculino e com quaatro nadadores no Top 10 do mundo a menos de um ano dos Jogos Olímpicos (César Cielo, Nicholas Santos, Thiago Pereira e Kaio Márcio). Coincidência ou não, dos quatro, três chegaram a final olímpica no ano seguinte e Nicholas a semifinal dos 50 livre em Beijing.
Com o conceito de que não exite competição fraca ou forte, vocês (nadadores) que fazem ela fraca ou forte, é assim que vamos para o Pan. Mas este de Guadalajara tem algumas peculiaridades.
A primeira delas é que Guadalajara está a 1.700 metros de altitude. A piscina, o belíssimo complexo Scotiabank está precisamente a 1.556 metros de altitude. Isto não é coisa do outro planeta, mas mesmo sendo uma piscina fantástica, rápida, excelentes blocos, Guadalajara não será o melhor lugar para bons tempos.
Competir a esta altitude representa um belo sacrifício para os atletas presentes e os efeitos serão sentidos. Das provas de 200 para cima então, nem se fala. Os treinamentos de aclimatização e altitude podem até minimizar os efeitos, mas jamais eliminá-los. A verdade é que Guadalajara pode ser bom, ótimo vai ser difícil.
Com esta situação, o que vale em Guadalajara é medalha, o tempo é conseqûência.
A outra peculiaridade é que para os melhores nadadores do Brasil, os Jogos Pan Americanos de Guadalajara será a primeira vez que o Pan não é a principal competição do ano para eles. Num retrospecto mais recente, pode se observar que a cada ano o Pan tem caído um pouco na preparação principalmente de nossas estrelas. Em 2003, em Barcelona, os atletas brasileiros treinavam entre os dias de competição do Mundial. Em 2007, com o Mundial em abril, na Austrália, ainda deu tempo para duas programações, mas a principal ainda foi o Pan do Rio. Desta vez, todos sabemos que os principais atletas foram preparados para Shanghai, em Guadalajara o que vale é medalha.
Arriba Brasil!
Coach! Penso em grande parte com Lucimar, pois não vejo em nosso país uma política esportiva visando pódium em alto nível! Realmente vamos com o melhor pois se formos com B ou C, o que será de nós… E não é so natação não! O Brasil carece investimento de peso em todos os esportes olímpicos.Talento não escolhe local para nascer, mas para se tornar campeão precisa de local e treinamento adequados! E vejo que para atingirmos nível olimpico de qualidade em todos os esportes, temos que começar com este trabalho nas escolas! Brasil, invista na educação ( tecnológica, esportiva…) que mostraremos ao mundo a verdadeira potência que somos!!
Coach. Mais uma vez a famosa justificativa antes do que está por vir. Lendo o editorial, todos os paises em questão apresentados tem duas ou mais seleções, as quais podem priorizar trabalho e resultado. Diferente de nós que como bem você elucidou desde 2007 com os mesmos atletas, defendemos o PAN no Rio, Olimpiadas Shangai, Mundiais já foram dois e agora mais um Pan(justificativa para dificuldades altitude) com os mesmos atletas visando Londres 2012.Medalhas nesta altura do campeonato discordo não é o mais importante. O mais importante é termos uma política esportiva em um país aonde existem recursos financeiros e profissionais.Uma vez que empresas Estatais e Privadas patrocinam o esporte. Talentos temos aos montes. Basta querer e deixar um pouco as medalhas de lado . Porque nem tudo que brilha é ouro.Talvez ai sim no Rio 2016 possamos passar para o mundo uma imagem de comprometimento socio- educativo.