Autor • Alex Pussieldi
Fonte • Best Swimming

 

Nunca, mas nunca mesmo, na história do esporte brasileiro vivemos um momento tão "rico" como este.

 

O Governo Federal através dos inúmeros projetos, leis e benefícios dá uma panorâmica muito diferente ao esporte de alto nível no país.

Durante todos estes anos, nos acostumamos a temporadas minguadas por planos e viagens não realizados por falta de verba. Tivemos vários atletas e profissionais deixando o esporte de competição pela falta de apoio.

 

Agora, é até demais!

O orçamento do esporte nacional em verbas governamentais deve estar entre os maiores do mundo, os resultados não, talvez bem longe disso, mas a intenção é das melhores. Pelo menos é o que se espera.

 

Em boletim divulgado pelo COB cerca de 90 milhões de reais serão distribuídos as Confederações em 2013. Além deste valor, as Confederações ainda poderão dispor de um fundo de reservas para atender os projetos especiais.

A natação, junto com o judô, atletismo e o vôlei são as que mais receberão: 3,5 milhões.

 

Dos Correios, o recém assinado novo contrato por mais 2 anos garantirá a CBDA pouco mais de 46 milhões de reais.

Nesta nova perspectiva e muitos projetos em andamento, os esportes aquáticos estão animados com a nova realidade.

Realidade esta que pode virar tragédia, principalmente pela falta de programação, planejamento e acima de tudo a falta de resultados.

 

Se o momento pré-olímpico no Rio é rico e abundante, as cobranças serão tão grandes e sérias, principamente em se tratando de verbas oficiais públicas. A lição que precisamos aprender é o que vive a natação da Grã-Bretanha.

 

Os britânicos tiveram uma participação de destaque nos Jogos de Beijing em 2008. Foram 6 medalhas, três na natação sendo duas de ouro, e mais três nas águas abertas. A expectativa para 2012 era de pelo menos 5 medalhas só na natação de piscina.

 

Os resultados abaixo do esperados, apenas três medalhas (1 prata, 2 bronzes) na piscina, e nada nas águas abertas gerando uma grave crise na natação britânica. Desde os Jogos, sete nadadores do time olímpico já anunciaram sua aposentadoria e a maior estrela, Rebecca Adlington ainda não decidiu se nada até o Rio em 2016.  Parte da comissão técnica deixou o país em busca de novos empregos e tudo isso antes mesmo da recente (e esperada) decisão do Governo Britânico.

 

Um corte de 4,4 milhões de libras esterlinas algo na casa dos 14 milhões de reais foi anunciado esta semana no orçamento da natação britânica para o próximo quadriênio. O corte é resultado da avaliação do governo que beneficiou outros esportes que tiveram o apoio e apresentaram resultados. A política do "toma lá, da cá", pode ser boa mas as  vezes é dura.

 

A lição britânica deve ser algo que a natação brasileira veja com cuidado e avalie os programas e projetos e acima de tudo esteja preparada para os resultados que virão por aí. Prometer terreno no céu pode até vender, mas na hora de construir a casa vamos parar no inferno.

 

Os britânicos nos passaram na economia mundial mais uma vez. Caímos para sétimo. Nas medalhas olímpicas, a distância ainda é muito maior. Eles foram terceiros no quadro final de Londres 2012, nosso objetivo é ficar entre os 10 do mundo em 2016. Tomara que que dê tudo certo e que a lição seja aprendida. 

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário