Fim de um ciclo olímpico também é fim de muitas carreiras, atletas que por anos brilharam na natação mundial. 2012 não foi diferente com diversos nomes que deixaram o esporte competitivo.

Michael Phelps foi a maior aposentadoria do ano. No Brasil, tivemos duas grandes estrelas que também deixaram a natação competitiva. Confira alguns nomes de destaque que penduraram o maiô em 2012 na natação mundial:

Dara Torres, Estados Unidos

Dara Torres, americana de 45 anos esteve próximo, apenas 9 centésimos, de chegar a sua sexta Olimpíada. Dara, treinada pelo brasileiro Bruno Darzi, terminou em quarto lugar a prova dos 50 livre perdendo a oportunidade de chegar ao time olímpico que foi para Londres. A carreira se encerrou ali mesmo no USA Olympic Trials.

Dara sofreu muito nos últimos anos de sua carreira. Constantes lesões e algumas cirurgias lhe deixaram por meses fora da piscina. A morte do seu antigo treinador, Michael Lohberg, também foi fator difícil de ser superado. Aos 45 anos, ela não esteve próximo de fazer história, Dara é história há muito tempo.

Milorad Cavic, Sérvia

Milorad Cavic, nadador nascido nos Estados Unidos e que defendia a Sérvia decidiu encerrar a carreira após terminar em quarto lugar a prova dos 100 borboleta na Olimpíada. Vice campeão olímpico em 2008, Cavic ficou famoso por ter perdido a prova para Michael Phelps em Beijing por apenas um centésimo. Cavic também entrou para a história pelas questões políticas. Primeiro ao ter defendido diferentes países e bandeiras nos Jogos Olímpicos por conta das mudanças de governo na Europa. Em 2000, em Sydney, nadou pela Iugoslávia quando tinha apenas 16 anos de idade. Em 2004, sua segunda Olimpíada foi pela combinação Sérvia-Montenegro e finalmente em 2008 e 2012 pela Sérvia. Ele ainda fez barulho quando no Europeu de 2008 foi desclassificado e expulso do Campeonato Europeu após ter vencido a prova dos 50 borboleta. Na cerimônia de premiação, Cavic vestia uma camisa “Kosovo é da Sérvia”, numa alusão a uma disputa regional política. Se lhe causou a perda do título e a saída da competição, pelo menos Cavic foi recebido em carro aberto em desfile organizado pelo Presidente sérvio.

Brent Hayden, Canadá

Brendan Hayden, canadense que aos 29 anos de idade após conquistar o bronze nos 100 livre dos Jogos de Londres decidiu encerrar a sua carreira. Hayden participou de três Jogos Olímpicos e o bronze olímpico foi mais uma conquista sua na prova dos 100 livre. Ele foi campeão mundial da distância em 2007 empatando com Filippo Magnini. Depois em 2009 terminou em quarto lugar para voltar a brilhar em 2011 com uma prata.

Hayden estreou em Jogos Olímpicos em 2004 em Atenas e vivenciou um problema na capital grega onde permaneceu uma semana após as provas de natação se encerrarem. O nadador foi confundido pela polícia com algumas pessoas que protestavam nas ruas e por conta de sua camisa preta semelhante a dos manifestantes acabou apanhando da polícia.

Clement Lefert, França

Aos 25 anos de idade, Clement Lefert atingiu o máximo de sua carreira ao integrar as equipes de revezamento do 4 x 100 e 4 x 200 livre nos Jogos de Londres conquistando o ouro e a prata olímpica. Esta foi sua segunda Olimpíada e mesmo assim ele decidiu encerrar a carreira em busca de novos desafios, principalmente na procura de uma melhor condição de vida.

Lefert esteve no time francês do 4 x 200 em Beijing em 2008 e se graduou em economia na Universidade Southern Califórnia nos Estados Unidos. Duas medalhas olímpicas não fizeram Lefert mudar de opinião para sair em busca de uma profissão e melhor remuneração que o esporte poderia lhe dar.

Gemma Spoffort, Grã-Bretanha

A britânica Gemma Spofforth anunciou sua aposentadoria logo após a última prova nos Jogos Olímpicos de Londres. Ao terminar em quinto lugar na prova dos 100 costas, Spofforth mais uma vez chegou próximo da medalha olímpica que nunca venceu. Em 2008, em Beijing, havia sido quarta colocada.

Spofforth deixa o esporte como recordista mundial dos 100 costas, recorde que bateu no Mundial de 2009 em Roma e superando dramas que quase lhe tiraram do esporte antes destas conquistas. Perdeu ambos os pais, em momentos diferentes, mas ambos vítimas de câncer. Spofforth revelou que esteve próxima do suicídio e que o esporte foi quem lhe deu confiança e alegria de continuar vivendo.

Atualmente, a britânica atua como treinadora assistente da Universidade da Flórida onde se formou após vitoriosa carreira no NCAA. Entre os planos e desafios uma futura viagem para realizar um sonho de escalar um dos mais altos pontos do mundo.

Georgina Bardach, Argentina

A maior nadadora argentina de todos os tempos. Quatro Olimpíadas, uma medalha de bronze em Atenas 2004, participação em cinco Mundiais de longa, finalista em três deles, quatro Jogos Pan Americanos, medalhista em dois deles. Georgina Bardach encerra uma vitoriosa carreira com 36 recordes sul-americanos superados.

Georgina competiu diversos anos no Brasil pelo Unisanta se sagrando campeã brasileira com frequência em belos duelos contra Joanna Maranhão, a sua maior rival na carreira. Competindo no exterior, Georgina ainda foi campeã nacional no Uruguai, Espanha e Canadá.

Aos 29 anos, deixa o esporte mas vai atuar diretamente na parte administrativa  esportiva fazendo parte de uma comissão diretiva na região de Córdoba, onde nasceu.

Leisel Jones, Austrália

Ela fez história ao chegar a Londres aos 27 anos como a primeira nadadora da Austrália a participar de quatro Olimpíadas. Nem por isso, a imprensa australiana perdoou a forma física que Leisel Jones apareceu em Londres.

Visivelmente acima do peso, Jones chegou a final mas terminou em quinto lugar a prova dos 100 peito que havia ganho a medalha de ouro nos Jogos de Beijing em 2008. Mesmo assim ainda ajudou o time australiano a conquistar a prata do 4 x 100 medley, a sua nona medalha em Jogos Olímpicos.

Leisel Jones chegou a Seleção Olímpica num inesperado resultado aos 14 anos quando integrou o time dos Jogos de Sydney em 2000. Acabou ficando com a prata nos 100 peito e desde então foram 4 Olmpíadas, 3 medalhas de ouro, 5 medalhas de prata e 1 medalha de bronze.

Sua campanha em Mundiais também é expressiva com 7 medalhas de ouro, 4 de prata e 3 de bronze. Aos 27 anos, deixa o esporte gratificada mas em uma luta contra o peso que já se arrastava desde os Jogos de 2008. Na época, conseguiu fazer uma dieta baseada na sopa de tartaruga que lhe deixou em grande forma para levar o seu ouro individual olímpico. Em Londres, não teve sopa que desse jeito.

Marleen Velduis, Holanda

Após o ouro de 2008 no 4 x 100 livre, Marleen Veldhuis decidiu que prioridade em sua vida seria ser mãe. E fez isso no ano de 2010, dando luz a pequena Hannah. Seis semanas após o parto, Veldhuis já estava na água.

 

Ex-jogadora de pólo aquático que abriu mão do esporte coletivo para se dedicar a natação em 2001 esteve em três Olimpíadas (2004, 2008 e 2012) e com quatro medalhas olímpicas apenas uma delas em prova individual nos 50 livre de Londres onde ficou com o bronze. O 4 x 100 livre da Holanda com Veldhuis foi ouro em 2008, prata em 2012 e bornze em 2004.

 

Ao sair do pódium dos 50 livre em Londres, Veldhuis foi até próximo a arquibancada onde acenou para o marido e a pequena Hannah que assistia a mãe competir pela primeira e última vez.

 

Hinkelien Schreuder, Holanda

 

Outra holandesa de destaque integrante dos revezamentos 4 x 100 livre ouro em Beijing e prata em Londres. Schreuder foi destaque nos Mundiais de Curta com três ouros, três pratas e um bronze em quatro participações.

 

Após a Olimpíada de Londres, ela deixou a piscina mas não parou de treinar. Está se preparando para fazer parte de uma expedição ao Ártico, no Pólo Norte.

 

Martina Moravcova, Eslováquia

 

Ela até tentou, mas o índice para estar em Londres aquela que seria sua sexta Olimpíada não saiu. Uma carreira de 5 Jogos Olímpicos e duas medalhas de prata conquistadas em Sydney 2000, 100 borboleta e 200 livre.

 

Martina Moravcova, aos 36 anos, termina uma carreira de muitas glórias. Esteve nos Mundiais de 1991 a 2011, com cinco medalhas, três de prata e duas de bronze.

 

Nos Mundiais de Curta foram outras 17 medalhas, sendo 7 de ouro. Moravcova também teve grande destaque nas Copas do Mundo sendo a Rainha da Copa de 2001.

 

Sua carreira foi toda construída nos Estados Unidos onde foi uma das mais destacadas nadadoras do NCAA defendendo a Southern Methodist University.

 

Derya Buyukuncu, Turquia

 

Ao terminar em 32o lugar nos 200 costas com 2:01:68 nos Jogos Olímpicos de Londres, Derya Buyunkucu encerrou a carreira do maior nadador de todos os tempos da Turquia.

 

Foi a sua sexta participação em Olimpíadas para um nadador que nunca passou das eliminatórias mas teve destacados resultados em outras competições. Foi medalha de bronze no Mundial de Curta em 2000 nos 100 costas, medalhista em Copas do Mundo e medalhas em Campeonatos Europeus.

 

Teve carreira de destaque na Universidade de Michigan onde estudou nos Estados Unidos e no seu último ano de high school também feito na América foi escolhido como o Nadador do Ano sendo inclusive capa da Swimming World.

 

Buyukuncu completou a sexta Olimpíada e decidiu nem nadar o Mundial de Curta que a Turquia sediou este mês em Istambul. Popular no seu país chegou a fazer parte da versão turca do “Dançando com as Estrelas”.

 

David Davies, Grã-Bretanha

 

Aquela que seria a sua consagração foi uma despedida melancólica. David Davies considerado um dos maiores fundistas da história da Grã-Bretanha, não conseguiu nem chegar perto da sua melhor marca na Olimpíada de Londres.

 

Medalha de bronze nos 1500 livre em Atenas 2004 e prata na Maratona Aquática em Beiing 2008, Davies tem tido diversos problemas de saúde durante estes anos. Sua preparação foi bastante comprometida e mesmo tendo direito a nadar tanto as águas abertas como as provas de piscina, preferiu se concentrar apenas nos 1500 livre onde acabou chegando em 16o lugar com 15:14:77.

 

Davies tem uma passagem interessante ao final da prova das Maratona Aquática de Beijing quando foi retirado da prova em uma maca e recebeu atendimento médico. Depois de recuperado revelou que havia sentido pânico durante a prova com todos os nadadores se engalfinhando durante a disputa.

 

Joanne Jackson, Grã-Bretanha

 

É outra das britânicas sacrificadas pela pressão durante os anos preparatórios para os Jogos Olímpicos de Londres. Veterana de três Olimpíadas (2004, 2008 e 2012) tem uma irmã que também foi olímpica (Nicola Jackson em Sydney 2000).

 

Jo Jackson foi bronze nos 400 livre de Beijing em 2008. Depois seria campeã mundial da prova e bateria o recorde tanto na longa como na curta. Em Londres, ficou apenas no sétimo lugar e ainda esteve no revezamento 4 x 200 livre terminando em quinto lugar.

 

No Mundial de 2009 em Roma, Jackson se tornou na nadadora britânica com maior número de medalhas em um Mundial ao ficar em segundo lugar nas provas de 400 e 800 livre e integrar o revezamento de bronze do 4 x 200 livre.

 

Janet Evans, Estados Unidos

 

Janet Evans foi a maior nadadora de fundo da história. Entretanto, desde que voltou a nadar fez pouco, ou melhor quase nada.

 

Três Olimpíadas, 5 medalhas olímpicas sendo quatro de ouro, seis mundiais, 5 medalhas conquistadas, 3 de ouro. Recordes mundiais dos 400 aos 1500 livre. Recordes que duraram de 18 a 20 anos, se constituindo nos mais impressionantes recordes nas provas de longa distância da história.

 

Mas tudo isso é passado, e distante. O que se viu nestes dois últimos anos foi uma nadadora masters, mãe de dois filhos, e que numa boa jogada de marketing esteve na disputa do USA Olympic Trials.

 

Os resultados foram modestíssimos. 80a entre 113 que nadaram os 40 livre e 53a entre as 65 que estiveram nos 800 livre. Ali mesmo, com os filhos assistindo, Janet Evans anunciou sua aposentadoria.

 

Alain Bernard, França

 

Quando pequeno nadava muito mal. Depois começou a se destacar no nado costas mas foi “obrigado” pelo seu treinador Denis Auguin a trocar o costas pelo crawl. “Jamais seria nada se continuasse nadando costas” diz o treinador que lhe conduziu até a aposentadoria.

 

Duas Olimpíadas, quatro medalhas. Em 2008, no ano que bateu o recorde mundial dos 100 livre três vezes, ganhou ouro nos 100 livre, prata no 4 x 100 e bronze nos 50 livre. Depois de fracassar na seletiva francesa, voltou a Londres em 2012 para nadar o revezamento 4 x 100 livre e nadou apelas pela manhã nas eliminatórias. Na arquibancada comemorou o  título ganho e que havia sido perdido nas suas braçadas na Olimpíada anterior.

 

Annamay Pierse, Canadá

 

Uma família de nadadores. Cinco irmãs, dois irmãos, todos nadadores. Nenhum teve o sucesso de Annamay que aos 29 anos anunciou a sua aposentadoria este ano.

 

Ex-recordista mundial dos 200 peito tanto na longa como na curta, Annamay Pierse esteve em apenas uma Olimpíada, 2008 em Beijing. Lá ficou em sexto lugar nos 200 peito e integrou o revezamento 4 x 100 medley do Canadá que terminou em sétimo lugar.

 

Em 2010, após um péssimo Commonwealth Games em Nova Dehli na índia, foi diagnosticada com dengue e nunca mais se recuperou. Tentou voltar a velha forma mas nem classificação para Londres conseguiu. Logo em seguida anunciava a sua aposentadoria.

 

 

Outros que suas despedidas ainda são rumores:

* Kosuke Kitajima, Japão

* Stephanie Rice, Austrália

* Markus Rogan, Áustria

* Brendan Hansen, Estados Unidos

* Jason Lezak, Estados Unidos

* Amanda Beard, Estados Unidos

* Peter Vanderkaay, Estados Unidos

* Lars Froelander, Suécia

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