Clima quente em Barcelona: trio vence inexperiência e leva bronze

Enquanto o sul do Brasil está sofrendo com um frio recorde de pelo menos 4 décadas, o clima quente de Barcelona está dando aos brasileiros um  recorde de pelo menos um século.

Hoje, na prova por equipes no Campeonato Mundial de Barcelona, antepenúltimo dia de provas de águas abertas, o time brasileiro formado pelo baiano Allan do Carmo, Samuel de Bona e Poliana Okimoto, terminaram a prova com 54:03.5, o que rendeu a medalha de bronze por uma diferença de mais de 12 segundos da equipe quarta colocada, a Austrália. A prata ficou a dois décimos de distância, com os gregos Spyridon Gianniotis, Antonios Fokaidis e Kalliopi Araouzou fazendo 54:03.3, enquanto que o título ficou indiscutível para os alemães Christian Reichert, Thomas Lurz e Isabelle Harle, com 52:54.9.

A prova, realizada pela segunda vez em Mundiais de Esportes Aquáticos e pela primeira vez com participação do Brasil, é uma novidade e tem um potencial grande de fazer sucesso em outros níveis, principalmente nacional. Isso porque não é uma briga direta por colocação, já que cada equipe larga com 15 segundos de diferença entre uma e outra, mas sim é o tempo do pior atleta da equipe que define o resultado final. Uma fórmula simples, que traz a estratégia por equipes para dentro das águas abertas. Os tempos de cada um foi:

– Allan: 54:02.0
– Samuel: 54:03.3
– Poliana: 54:03.5

Com essa medalha, Poliana Okimoto torna-se a maior medalhista brasileira da história em Mundiais, com 4 medalhas na carreira: ouro nos 10 km, prata nos 5 km, bronze na prova por equipes e o bronze nos 10 km no Mundial de Roma, em 2009.

– Acho que está sendo um Campeonato Mundial inesquecível. Vai entrar para a história da equipe brasileira e para a minha história pessoal como um momento muito especial. Os meninos mereciam esta medalha, especialmente o Allan porque passou por momento de altos e baixos e batalhou demais. Estou realizada por estar participando deste momento com eles. Esta é uma prova difícil porque não sabemos como os outros estão e aí temos que nadar muito forte desde o início. Outra vez foi por dois centésimos que não ficamos com a colocação acima, mas valeu demais – disse.

Já Allan do Carmo, que com o bronze acabou expondo uma dura realidade na Bahia – o estado não tem nenhuma piscina olímpica para treinamento ou competição – colocou a confiança que tinha em si mesmo na frente de todos quando decidiu que iria nadar esta prova, já que dois dias atrás o técnico Rogério Arapiraca deixou o atleta decidir se entraria nesta prova ou ficaria totalmente focado nos 25 km, prova que acontece neste sábado.

– Me senti muito bem puxando o grupo o tempo todo. Nossa estratégia era eu e Samuel ditarmos o ritmo para que a Poli nadasse forte e ficasse com a gente. Foi uma medalha importante porque estamos na disputa com a Alemanha pela vitória por pontos da competição de maratonas aquáticas neste Mundial. Estou muito feliz porque treinamos muito para competir bem aqui em Barcelona e toda a equipe do Brasil está de parabéns. Está sendo um Campeonato Mundial incrível e é sensacional fazer parte disto.

Samuel de Bona estava uma pilha de nervos aguardando o resultado, já que era necessário esperar os adversários completarem a prova e processar todos os tempo. Abraçou forte Allan do Carmo quando viu que o Brasil conseguiu manter o terceiro posto.

– Foi muito bom participar com Allan e Poliana, que é campeã mundial. Passamos muito perto da medalha de prata, mas é como a Poliana disse, é uma prova difícil por não saber como estamos em relação aos outros. Eu cansei um pouco no final, mas nesse ponto valeu a experiência da Poli porque eu olhava pra ela e me sentia incentivado pela sua presença na prova. Foi muito emocionante e realmente um momento inesquecível – disse.

O próximo desafio brasileiro nas águas do Port Vell será a prova mais longa de todas na competição: Os 25 quilômetros. Ana Marcela Cunha, Allan do Carmo e Diogo Villarinho caem na água na madrugada brasileira de sábado, 27/07, a partir das 3h (largada masculina) e 3h15 (largada feminina).

(com informações da CBDA)