Sábado, 31 de agosto de 2013.
* Acabou! E em alto estilo, o Mundial Júnior de Dubai vai ser difícil de ser superado. A competição realmente virou coisa de “gente grande” e quem não acreditava neste evento fracassou feio.
* Os recordes, o nível do evento, tudo foi fenomenal e a organização perfeita. Com muito dinheiro, mas muito mesmo, a competição foi milimetricamente organizada e planejada. Uma equipe internacional que tinha alemães, italianos, gregos, americanos, australianos, muitos indianos e filipinos, estes dois últimos pegando no pesado. O trabalho era incansável, a limpeza não parava. Só faltou gente, muita gente pois os mais de 15 mil assentos do Hamdan bin Mohammed bin Rashed estiveram vazios, quase desertos nos seis dias de competição. As vezes, principalmente na cerimônia de premiação dos revezamentos chegava a ser melancólico. Estes garotos e principalmente esta competição merecia um público melhor. Mas aqui nos Emirados Árabes Unidos é sempre assim.
* O próximo Mundial Júnior será em Singapura em 2015. Singapura? Eles nem vieram para a competição! É brincadeira mas é verdade. Singapura mandou sua equipe júnior para os Jogos da Juventude da Ásia realizados na semana passada em Nanjing na China, evento teste para os Jogos Olímpicos da Juventude no mesmo local no próximo ano. Pelo menos poderiam ter mandado Joseph Schooling, principal nadador do país que tem 17 anos e chegou as semfinais do Mundial de Barcelona nos 200 borboleta. Se viesse para Dubai, Schooling teria vencido pelo menos 3 ou 4 provas.
* Esta competição tem futuro. Já tivemos algumas mudanças e ainda acho que teremos mais por aí, mas o evento é um sucesso. As idades foram modificadas e isso equilibra a diferença biológica dos resultados entre garotos e garotas. O número de provas foi incrementado com a entrada dos revezamentos mistos e isso criou uma atmosfera diferente nas estratégias de armar as equipes.
* O tamanho da competição aumentou e muito, mas nada que dificultasse a logística. Tínhamos pouco mais de duas horas, as vezes três, de competição nas eliminatórias. Talvez a distância para os hotéis tenha sido o problema daqui em Dubai.
* Ainda existem países que deixaram de vir para cá. Espanha que havia ido em todos os anteriores, Holanda que nunca foi, mais Finlândia, Bélgica.
* A garotada curtiu Dubai, e muito. Já deu uma rodada boa nos monumentais e luxuosos shopping malls. Já foi atrás de tirar foto com camelo, com árabes vestidos com suas tradicionais disdashas. Alguns visitaram o famoso Atlantis Dubai, cópia idêntica do monumental hotel de Bahamas. Agora, com o fim da competição, alguns vão esquiar na neve artificial, outros vão surfar na piscina de ondas, outros vão fazer um safari no deserto. Merecem, o show deles foi bom demais.
* E o Mundial Júnior nem era para ser aqui. Era para ser no Marrocos que acabou perdendo o direito da sede por conta de problemas com sua Federação de Natação. Dizem que o Presidente da entidade está na prisão por desvio de verbas oficiais. Aliás, Dubai era para sediar o Mundial dos Esportes Aquáticos deste ano que acabou indo para Barcelona após o país alegar falta de condições financeiras de realizá-lo (!!!). Isto foi há três anos, naquela crise mundia gerada após as dificuldades do sistema americano e seus bancos internacionais.
* Assim, o Mundial Júnior era para ser no Marrocos e veio para o Dubai. O dos Esportes Aquáticos era para ser no Dubai e foi para Barcelona. Deu para entender? Ficou melhor assim, todo mundo contente e dois grandes campeonatos.
Termino por aqui o meu Diário direto de Dubai, tenho de correr pois meus atletas já estão me esperando lá embaixo, afinal, eu também vou (tentar) esquiar na neve do deserto.
“Estes garotos e principalmente esta competição merecia um público menor”
melhor ou maior, coach.
Parabéns por mais este excelente trabalho!!! É a oportunidade que temos de saber os bastidores da competição, além de comentários técnicos bem interessantes.