Michael Phelps está de volta ao grupo de atletas que é constantemente testado pela USADA e WADA.  Ele preencheu os papéis em junho deste ano e desde então já foi testado duas vezes. Isso quer dizer que ele vai voltar a nadar e competir?

Pode ser que não, mas provavelmente sim. A intenção de se integrar no acompanhamento dos atletas no controle de dopagem, é o primeiro passo para o fim da aposentadoria do maior atleta olímpico de todos os tempos.

Phelps se aposentou em Londres, logo após ganhar a sua 22a medalha olímpica, ainda na piscina do Centro Olímpico de Londres, depois  do ouro do 4 x 100 medley, ali mesmo, ele assinou a papelada da WADA dizendo: “retired”.

Agora, Phelps para voltar a competir, precisa esperar pelo menos nove meses regulamentares depois da assinatura da nova papelada, isso quer dizer, de junho de 2013 a março de 2014, Phelps não pode competir em nenhum evento organizado pela USA Swimming. Ele pode nadar competições masters onde não há controle de doping.

Nem Phelps, nem Bob Bowman, o seu eterno treinador, dizem que sim, nem dizem que não. Ninguém sabe ao certo se esta volta acontecerá. Para mim, nem mesmo Phelps sabe.

Aos 28 anos de idade, Phelps tem saúde e muita para tentar voltar ao esporte, só não se sabe se ele teria cabeça para isso. E isso, ele não sabe mesmo.

A volta de Phelps ao esporte seria boa para todos, ou melhor, para quase todos. Menos para ele.

Seria boa para a USA Swimming que sabe que sem Phelps pode ter várias provas ameaçadas e a liderança de mais de 50 anos da natação mundial ser abalada. Bom para os patrocinadores (Gatorade, Under Armour, Subway, Speedo, Visa, Omega, Louis Vitton) que iriam faturar como nunca. Aliás, nenhum deles, nem chegou a pensar em não renovar com o super ídolo mesmo que aposentado. Seria muito bom para a organização do Rio 2016. Afinal fazer os Jogos Olímpicos com a presença do maior atleta de todos os tempos, faz muita diferença.

Seria maravilhoso para o esporte da natação que nos dois últimos Jogos Olímpicos foi o líder de audiência mundial e com a volta de Phelps, iria bombar ainda mais. E também seria fantástico para os adversários, afinal quem não quer ganhar de Phelps?

Mas e para ele? Bem, aqui a situação é um pouco diferente. Phelps continua morando na mesma casa em Baltimore. Continua jogando video game com Conor Dwyer,  e agora com Yannick Agnel. Gosta de ir aos jogos do Baltimore Ravens no futebol americano, não perde um jogo de beisebol  do Baltimore Orioles. Gosta de viajar o mundo para jogar golfe, coisa que até faz bem. Gosta de jogar pôquer, e principalmente em Las Vegas onde também curte (e muito) uma noitada nos famosos night clubs da cidade. Na piscina, ele até vai a alguns treinos do North Baltimore, nada um pouquinho, conversa muito e vai embora.

Phelps desfila com modelos, misses, desmente namoros e casos, mas está sempre bem acompanhado. Algo que a fama e a mídia lhe ajudam muito.

Para voltar ao esporte, aos 28 anos de idade, e há um ano sem treinar, tudo isso precisaria ser mudado. Phelps teria de abrir mão da sua nova e divertida vida para entrar num ritmo que ele já tinha decidido sair. Aliás, se Phelps se aposentou de algo foi dos treinos, pois de competições ele nunca teve problema. Suas reclamações (e problemas com Bowman) sempre foram com relação aos treinamentos, a disciplina, a monotonia. Nas competições, mesmo em má forma, Phelps sempre conseguiu se dar bem.

Se Phelps voltar a nadar, ele não está preocupado com o Pan Pacífico do ano que vem, muito menos com o Mundial de Kazan em 2015. O que Phelps vai querer mesmo é estar no Rio. Resta saber se ele vai conseguir abrir mão desta sua nova (e divertida) vida para a volta a mesma rotina que ele preferiu deixar no ano passado.

Phelps é mais do que um ex-nadador, é um mito de nosso esporte. Ele representa o que Ricky Gracie é para o jiu jitsu, Pelé para o futebol, Michael Jordan para o basquete, é algo incontestável.

 Colocar o seu nome e toda a sua “nova vida” nesta volta precisaria ter um motivo. Coisa que até agora não apareceu. Afinal, a volta por enquanto, ao que parece, é boa para todos, menos para ele.

Alexandre A. Pussieldi, editor chefe da Best Swimming Inc.

 

1 responder
  1. Rafael
    Rafael says:

    Phelps além de abandonar a “boa vida” terá um Le Clos em grande forma nos 100 e 200 borbo, um Lochte focado no 200 medley, o jovem Hagino no 400 medley e, para finalizar Agnel e Sun Yang nos 200 livre. Mas, Phelps é Phelps, e com certeza ele é capaz, basta querer. Rio 2016 só tem a ganhar com sua presença.

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