Terminou a Copa do Mundo 2014. Este ano, turbinado pelo patrocínio de um banco russo, o Mastbank, o circuito distribuiu um valor de mais de 2 milhões de dólares.

A competição teve alguns dos melhores nadadores do mundo, foram seis recordes mundiais e onze recordes de campeonato. Premiou Katinka Hosszu e Chad Le Clos como os dois vencedores de um torneio, onde os dois já são os maiores vencedores da história.

Analisando com mais atenção, das sete etapas da Copa do Mundo, seis delas foram na Ásia. Que mundo é esse?

A falta de estrelas sempre tem sido um problema histórico no circuito. Assim, na etapa de Moscou sobram russos, em Beijing, estávamos cheios de chineses, e em Singapura inchados de singapurianos.

A premiação em dinheiro quando criada e incrementada, pensou-se que seria a solução. Pois, se analisarmos friamente não foi. Dos 2 milhões de dólares distribuídos, quatro nadadores ficaram com metade do valor total. Isso mesmo, apenas quatro nadadores levaram mais de um milhão.

Discriminando a premiação, os dados indicam uma concentração de 80% dos prêmios distribuídos em apenas 20 nadadores. Assim, não fica difícil concluir se você está nestes 20 nadadores, participar da Copa do Mundo valeu a pena.

É bom demais ter um circuito com sete etapas, transmitido ao vivo pela TV e a certeza de bons resultados durante três meses por ano. Faz em para o esporte, faz bem para os atletas, mas é inegável que a Copa do Mundo ainda não é um sucesso.

Quem acompanha outros esportes sabe que a Diamond League no atletismo é um sucesso incomparável. Copas do Mundo de ginástica, hipismo, volei e outros esportes são extremamente competitivas e despertando grande interesse e de excelente nível técnico.

Nós, na natação, precisamos reconhecer, é o pior produto que a FINA tem em seu programa.

Ano passado, o circuito teve duas etapas sensacionais. Em Amsterdam na Holanda e Berlim na Alemanha. As duas competições estavam recheadas dos principais nadadores do mundo, todos saindo diretamente do Mundial de Barcelona fazendo dos dois eventos um manancial de recordes mundiais e grandes disputas.

Amsterdam desistiu e saiu do circuito deste ano. E o pior, Berlim, que há anos, desde o início da Copa do Mundo, fazia a melhor, mais forte e organizada etapa, também abriu mão de sediar. O produto já não era dos melhores e ainda perdemos as duas melhores etapas.

Este colunista também não sabe qual é a solução. Nem a FINA. Eles já deixaram de sediar o evento por um ano buscando soluções e, pelo jeito, não encontraram.

Por mais que a gente goste de natação e queira ver na televisão, a Copa do Mundo ainda poderia ser muito melhor. O calendário é fora das necessidades das principais federações nacionais, os locais são extremamente concentrados na ásia e as disputas, na sua grande maioria, sem qualquer interesse.

A FINA tem um problema para resolver e aceitar que a Copa poderia ser melhor já seria um grande passo. Até lá, a Copa do Mundo vai continuar sendo o que foi este ano, muito dinheiro, mas para poucos, muito poucos.

Alexandre A. Pussieldi, editor chefe da Best Swimming Inc.

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