Na semana passada aconteceu o Troféu Maria Lenk, a maior e mais importante competição no nosso calendário nacional foi realizada na piscina do Fluminense no Rio de Janeiro. Essa foi a primeira vez que competi na piscina das Laranjeiras, uma piscina recém reformada que é boa, porém as instalações ao seu redor não são.
Uma competição de tal porte e tamanha importância não poderia ter falhas na organização como aconteceu. Se a empresa contratada para organizar o evento julgou que a realização foi um sucesso, posso garantir como atleta que participou do evento que está equivocada. A CBDA e seus dirigentes que estão a frente da entidade já tem uma longa experiência com outras competições pelo mundo e sabem bem o que é uma competição de alto nível e bem organizada, e que o Troféu Maria Lenk deste ano esteve longe de tais padrões, tanto para atletas e clubes, quanto para os espectadores.
Ao pensar em um evento como esse a organização deveria se preocupar com o que mais importa: os atletas. O que eles precisam para dar o melhor e proporcionar um grande espetáculo?
Atletas
Primeiramente, é necessário uma área mista onde os clubes possam montar suas barracas para não precisar se apertarem como sardinhas na lata. De preferência um local coberto, longe do público, e com fácil acesso a competição. Além disso um local com agua, café e frutas para técnicos e atletas que ficam o dia todo praticamente trabalhando.
O call room é um lugar sagrado, de intensa concentração e preparação para a prova. Quem nada ou já nadou sabe disso. Porém, o call room nesse Maria Lenk foi montado no meio de um bar em uma área onde transitavam pessoas constantemente.
O credenciamento precisa ser mais rígido. Em nenhum momento tive que apresentar minha credencial. Em alguns dias, a piscina parecia um evento social, onde várias pessoas que não estavam competindo nem trabalhando circulavam livremente pela piscina.
Arquibancada
O público também é muito importante, pois é com ele que criamos uma identidade popular aumentando o interesse no esporte e consequentemente atraindo novos talentos. Porém, quem passava na frente do Fluminense não tinha idéia de que há poucos metros estavam medalhistas olímpicos e campeões mundiais na água. Infelizmente a divulgação deste evento foi de baixíssima qualidade, não havia nenhum banner dentro ou fora do clube. Nada em lugar nenhum! Uma vergonha o principal evento da CBDA não ser divulgado nem no bairro onde a competição está acontecendo. Por isso também um número tão baixo de espectadores durante toda a semana, exceto no sábado.
Narração
Outro aspecto que chama a atenção é a narração do evento, me colocando no lugar de uma pessoa que não entende de natação e está tentando assistir ao Maria Lenk pela arquibancada, imagino que ela ficaria perdida. Simplesmente porque o que acontece na piscina não é repassado para o espectador. Assistir da arquibancada então fica muito chato! Não sei se o locutor recebe ordens e não pode narrar ou simplesmente porque ninguém deu essa ideia à ele. A questão é que fica um espetáculo sem narração e portanto com pouca emoção. Uma apresentação adequada dos nadadores, por exemplo, antes da prova eleva a importância do atleta que pode interagir com o público. Interagir com quem está assistindo a prova é essencial para o atleta e para o espetáculo! Quando Léo de Deus estava prestes a bater o recorde Sul-americano nos 400 m livre, o narrador poderia ir anunciando suas passagens e pra quanto tempo o venezuelano Monasterio, dono do recorde até o momento, tinha passado, chamando o público para incentivar ainda mais o nadador. Mas ao invés disso, ele estava chamando o nome de outros atletas de provas anteriores para comparecerem ao pódio o mais rápido possível, uma pena.
Estive no Maria Lenk este ano e realmente nao posso reclamar do que estava sendo passado ao público. Ja assisti este narrador nos campeonatos do Rio de Janeiro e ate mesmo nos demais estados e infelizmente sei que se ele tivesse as passagens dos nadadores, com certeza falaria para o público. Mas nao o tem. O que ele tem de acesso, ele fala caro Henrique, tanto que em cada final, ele fala automaticamente a posição do atleta no ranking mundial.
Tenho a certeza de que tudo que estiver accessivel ao narrador, ele teria mais facilidade para as narrações, mas enquanto isso nao for possivel, acredito que esteja fazendo um bom trabalho. Portanto, nao posso comungar com sua opinião, apesar de respeita-la.
Nao sei se ele pode ou nao pode narrar as competições como citado no texto, mas tenho a quase certeza de que em eventos olimpicos, atualmente isso possa nao ser possivel (me corrija se estiver errado). O maior anunciador do mundo (nao sei se está aposentado), que é um australiano, nao narrava as provas como gostaria o autor do texto.
Ouso discordar nobre Henrique é com relação a apresentação dos nadadores. Meu caro, a apresentação das finais é feita sempre, mas sempre mesmo, e diga-se de passagem muito bem, até melhor que os antecessores dele (e olhe que eu ja assistia todos).
Só isso meu caro Henrique.
Acrescente aí a piscina de aquecimento/soltura. Sem bandeirinha, sem marcação no fundo, muito rasa com raias péssimas… uma grande banheira com ondas.
E também a qualidade dos banheiros e vestiários. Muito triste, vergonha.
É isso aí…
A gloriosa CBDA só é realmente profissional na hora de embolsar a grana…
E vou mais além: a organização do sul-americano juvenil no Peru foi horrível; coisa de amadores. E desde o começo: tamanho errado das roupas entregues aos atletas (para quê preencheram formulários com tanta antecedência?), equipe desmembrada para as viagens de ida e volta ao Peru, hotel ruim, comida péssima e escassa, técnicos tomando conta apenas dos seus atletas, etc, etc… Uma VERGONHA!
Ainda assim, apesar de tudo isso, os atletas se superaram.
Parabéns para eles. Mas só para eles…
concordo plenamente, nossas competição são sem emoções e vibrações saudades da época de Mario Xavier narrava nossas competições quanta emoção e vibração, jamais esqueço ele narrando um 1500 livre de Luiz lima no Julio de lamare de 1994… foi sensacional.
Sem contar com os problemas do placar eletrônico, que não dão credibilidade deixando os atletas e público confusos.
Abraços