A dinamarquesa Jeanette Ottesen está praticamente fora do Mundial de Kazan. Faltando 29 dias para a competição e 38 dias para o início da natação, a nadadora teve fratura do dedo mínimo da mão direita além de torção em outros dedos causada quando tentava defender o namorado, o também nadador inglês Marco Loughran, que sofreu muito mais. Ele teve corte no supercílio, quatro dentes quebrados, lesão na cabeça, no ouvido e uma outra pancada no ombro. Os dois foram atacados em uma discussão no trânsito na terça-feira por volta das 17 horas em pleno Osterbrogade, tradicional rua de compras em Copenhaguen, capital dinamarquesa.

Imagem do carro de Jeanette no local do ataque

Imagem do carro de Jeanette no local do ataque

Segundo Ottesen, uma pick up estava atrás do seu carro e, revoltada com a sua demora para manejar após o sinal verde, fechou o carro com o motorista vindo em direção ao casal. Após uma intensa discussão, o desconhecido atacou o seu namorado após ser afastado por alguns transeuntes. Quando retornaram ao carro, e já de cinto de segurança, foram atacados novamente, desta vez de forma mais intensa e impiedosa. Ottesen ao tentar defender o namorado acabou sofrendo estas lesões na sua mão direita.

O agressor fugiu da cena, e mesmo com a placa identificada, ainda não foi localizado. Loughran foi hospitalizado, mas já liberado. Ottesen recebeu atendimento médico e recebeu orientação de que deve ficar afastada dos treinamentos por três semanas.

Marco Loughran e Jeanette Ottesen

Marco Loughran e Jeanette Ottesen

Jeanette Ottesen é a principal nadadora da Dinamarca. Está com 27 anos e acumula dois títulos mundiais, um nos 100 livre em Shanghai 2011, outro nos 50 borboleta em Barcelona 2013. No Mundial de Doha, em piscina curta no ano passado, acumulou cinco medalhas, duas delas de ouro com o revezamento “Dream Team” da Dinamarca, recordista mundial do 4×50 e 4×100 medley. Por duas vezes, Ottesen defendeu a equipe do Corinthians no Maria Lenk (2012 e 2014), a última na conquista do título nacional do ano passado.

A nadadora vive uma de suas melhores fases. Está ranqueada em três provas no Top 10 do mundo, duas delas  (50 e 100 borboleta) aparece na segunda posição do ranking mundial. Jeanette Ottesen é 7a nos 50 livre com 24.47, segunda nos 50 borboleta com 25.48 e segunda nos 100 borboleta com 57.15.

O caso de Jeanette Ottesen lembra, e muito, o que vivenciou o russo Alex Popov em 1996. Na época, dois meses após os Jogos Olímpicos de Atlanta, onde ganhou quatro medalhas, sendo duas de ouro (50 e 100 livre), foi atacado e esfaqueado em plena zona sudoeste de Moscou. Popov recebeu facadas no abdomen atingindo o fígado e a parte externa do pulmão.

Alex Popov

Alex Popov

Assim como foi descrito no caso de Jeanette Ottesen que seu agressor tinha aparência estrangeira, Popov foi esfaqueado por três vendedores de melancia do Azerbaijão. O ataque foi num sábado a noite quando Popov caminhava junto a uma mulher não identificada e nunca se soube o real motivo do ataque. Segundo jornais da época, dois dos três agressores chegaram a ser presos, mas a faca jamais foi encontrada.

Popov passou por uma cirurgia de risco e ficou alguns meses afastado. Seu retorno a natação competitiva aconteceu apenas no ano seguinte, mas em 1997, na disputa do Campeoanto Europeu em Sevilha na Espanha, ele estava de volta e conquistou as medalhas de ouro nas provas de 50 e 100 livre.

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