A melhor nadadora de peito do Brasil, Jhennifer Conceição, vive uma situação bem difícil. Faltando pouco mais de dois meses para a seletiva olímpica que definirá o Time Brasil para o Rio 2016, está impedida de poder treinar normalmente com o seu novo clube, o Esporte Clube Pinheiros. A situação é que a nadadora que pertencia ao Flamengo tinha contrato em vigor até o final de 2016 e o clube carioca não autorizou a sua saída.
Abaixo veja os detalhes da história.
Flamengo –
O clube chegou a se reunir com a nadadora antes de sua saída para o Pinheiros. Jhennifer reinvindicava melhores condições de treinamento, além de um reajuste no seu contrato. Com a saída da nadadora, o Flamengo publicou uma nota oficial assinada pelo Vice Presidente de Esportes Olímpicos Alexandre Póvoa. (nota abaixo)
Nota Oficial – Atleta Jhennifer Alves da Conceição
Pronunciamento do Clube de Regatas do Flamengo
No ano de 2011, o C.R. Flamengo trouxe para a sua equipe a atleta Jhennifer Conceição, então com 14 anos, da Academia Aquarium, de Nova Friburgo. Cabe ressaltar então que o C.R. Flamengo constitui-se no primeiro clube de Jhennifer Conceição como atleta federada de natação.
Desde então, a atleta, através de seu esforço e talento e do suporte da comissão técnica rubro-negra e do clube, se tornou uma das melhores nadadoras do Brasil. Em dezembro último, para orgulho do C.R. Flamengo, Jhennifer Conceição alcançou o índice B na prova de 100 metros nado de peito, em busca de uma vaga para as Olimpíadas de 2016.
Em janeiro de 2015, a atleta assinou contrato de dois anos com o C.R. Flamengo, compromisso que se encerra em dezembro de 2016.
No começo de 2016, através de seu representante, a atleta, inesperada e estranhamente, comunicou ao clube “que estava de saída”, em flagrante desrespeito a um contrato vigente. Em algumas entrevistas, o C.R. Flamengo apenas confirmou que a atleta estava sob contrato e que não entendia o rompimento unilateral repentino. Como resposta, em redes sociais, o representante da atleta inexplicavelmente atacou agressivamente a instituição C.R. Flamengo, em uma deplorável atitude de ingratidão e desrespeito ao clube que teve fundamental participação no crescimento esportivo de Jhennifer.
Para completar, no começo do mês de janeiro, fomos informados de que a atleta estava treinando no E.C. Pinheiros, sem a devida autorização do C.R. Flamengo.Tendo a convicção de que o E.C. Pinheiros não tinha conhecimento pleno da situação contratual da atleta entramos em contato com Arnaldo Pereira, diretor do referido clube, que nos afirmou taxativamente que iria tomar as devidas providências. A mais importante seria a de não permitir o treinamento da atleta no clube até que a situação com o C.R. Flamengo estivesse plenamente resolvida.
Tivemos então uma reunião com a atleta e seu representante e, diante da intransigência da mesma em sua intenção de se transferir de clube, combinamos que apresentaríamos uma proposta financeira de um acordo de rescisão que permitiria sua saída. No entanto, se não fosse possível o entendimento, o C.R Flamengo não liberaria a atleta.
Com enorme surpresa, dias depois, antes de qualquer fechamento de acordo, recebemos a notícia de que Jhennifer Conceição estava novamente treinando no E.C. Pinheiros.
O C.R. Flamengo já manifestou à atleta e ao E. C.Pinheiros sua indignação pela postura anti-ética e desrespeito aos valores básicos do esporte e da boa convivência entre clubes co-irmaos.
O C.R. Flamengo reafirma que continuará a seguir sua linha ética e reta na luta pela moralização do esporte brasileiro. Isso vale mais que qualquer participação ou medalha nas Olimpíadas de 2016, o que parece ser uma triste obsessão para alguns clubes, que abandonam regras morais básicas em troca dessa ambição desmedida.
Nada podemos fazer contra a ingratidão e falta de postura alheios, mas toda a comunidade esportiva e a Nação Rubro-Negra pode ter a certeza de que iremos até o fim na defesa dos nossos direitos nesse caso.
Muito além de qualquer lei, que está totalmente do nosso lado, temos a moral esportiva como principal aliada, até porque o mundo continuará dando as suas voltas, independente de atletas ou dirigentes esportivos específicos.
Alexandre Póvoa Vice-Presidente de Esportes Olímipicos
Pinheiros –
O clube recebeu Jhennifer, mas seguindo orientação do departamento jurídico não autorizou o treinamento da atleta com o grupo principal. A atleta segue treinando enquanto a pendência não é definida. A discussão, segundo o Pinheiros é entre o Flamengo e Jhennifer que precisam chegar a um acordo.
Retrospecto –
O caso não é isolado. Segundo a lei Pelé, atletas com contrato em vigor e que trocam de clubes, os clubes formadores, no caso o Flamengo, teria direito a multa rescisória, mais todo dinheiro investido na carreira do mesmo, multiplicado em até 200 vezes.
No ano passado, o Flamengo lidou com a mesma situação sendo que no basquete. Ao contratar para a sua equipe Cristiano Felício do Minas Tênis Clube e Humberto do Pinheiros. Felicio, que hoje está no Chicago Bulls, foi quem pagou a multa, mas Humberto, mesmo depois de anunciado teve de retornar para o Pinheiros.
Na natação, com a criação do Pro16 em 2011, sete nadadores saíram do Pinheiros para o Flamengo (Cesar Cielo & cia), mas apenas dois pagaram a multa rescisória. Os demais foram dispensados da mesma.
Recentemente, o Pinheiros também liberou da multa os atletas Felipe França e Leonardo Alcover que tinham contrato em vigor, mas solicitaram dispensa para poder se transferir para o Corinthians.
O Flamengo está corretíssimo. O contrato serve exatamente para isso. Faça cumprir o contrato pois somente assim os atletas saberão de suas responsabilidades.
Anti ético o Pinheiros que permite que a atleta treine em suas piscinas. Sempre querendo ser acima do bem e do mal. Pouca vergonha e falta de profissionalismo.
Por isso o Brasil caminha cada vez pior na área esportiva, muitos atletas faltam com seus compromissos contratuais. Qual clube vai querer investir ? Os contratos são indispensáveis na proteção do atleta e do clube. Tenho certeza que se a atleta em questão tivesse numa má fase, o Flamengo iria honrar o contrato até o fim. Faça valer pois somente assim deixaremos de ser amadores.
Quando a ALEMANHA mostrou ao mundo uma nova concepção sobre natação ( dopping, também) nós só aprendemos o que está entre parênteses.
Apareceu uma craque na Academia Aquarium, em Nova Friburgo, inaugurava-se um “Ponto Atlético”. Neste ponto fazia-uma inversão para o crescimento do atleta e do PONTO. No Brasil, o COB faz uma sala com ar-condicionado, duas secretárias, café, água Perrier, sucos da estação e é logo imitado pelos mesmos clubes do sempre.
O Flamengo e o Pinheiros se armam de “PIXULECO” e partem para apagar o Ponto e a atleta.Depois de alguns revezamentos e treinadores despedidos e retornados…nada aconteceu.
Estou errado?