Dia fraco em termos de número de recordes, fraco em termos de desempenho brasileiro, mas ainda assim com provas tecnicamente superiores a Olimpíadas passadas. Este é o resumão do terceiro dia de finals dos XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016, direto do Estádio Aquático Olímpico:

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SEMIFINAL 200 LIVRE FEMININO

Manuela Lyrio. Finais e semi da natacao no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 08 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ,  Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Manuela Lyrio. Finais e semi da natacao no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 08 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

A primeira prova do dia contou com Manuella Lyrio nadando na raia 1 em busca de uma possível final. Passou um pouco melhor que sua marca obtida à tarde, quando superou o recorde sul-americano, mas o que ganhou nos primeiros 50 metros perdeu logo nos 50 metros seguintes, talvez com medo de estar nadando além do que pode e travar no final. Terminou a sua série em 7o., resultando em 12o. no geral, sepultando o sonho de ir à final.
TARDE: 27.80, 28.91, 30.16, 30.41, 1:57.28
NOITE: 27.39, 29.69, 29.79, 30.56, 1:57.43
Manuella é, até agora, a única atleta da seleção brasileira a melhorar sua marca pessoal. Sarah Sjoestroem lidera a final com 1:54.65, seguida de Katie Ledecky com 1:54.81. E é isso. As duas estão superiores e o que vimos até aqui estas duas posições estão ocupadas. A sueca é superior tecnicamente, mas Ledecky tem mais força e gás. A campeã mundial e olímpica de 2008 Federica Pellegrini está longe de apresentar qualquer perfomance parecida com o seu recorde mundial de 1:52.98 e aqui na semifinal adotou uma estratégia que não estava acostumada, passou forte, 26.98 (quando bateu o recorde mundial passou com 27.34) e ao contrário das 2 primeiras, não fechou o último 50 melhor que o anterior. Quem pode surpreender é a recordista mundial junior, Duo Chen, que está com o 4o. tempo, 1:56.03. Prova melancólica para Melissa Franklin, campeã mundial em 2013, que vem decaindo desde 2012: em 2013 fez 1:54.81. Em 2015, marcou 1:55.49. E aqui terminou com decepcionantes 1:57.56, apenas 13o. lugar. Independente do pódio, Sarah fará história como a primeira sueca a subir ao pódio nesta prova na história olímpica.

FINAL 200 LIVRE MASCULINO

Sun Yang. Finais e semi da natacao no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 08 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ,  Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Sun Yang. Finais e semi da natacao no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 08 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Parecia que Chad Le Clos iria abandonar essa prova para dedicar-se ao bicampeonato olímpico dos 200 borboleta, mas nadador de alto nível é nadador de alto nível. Balizado na raia 1, disparou e abriu uma vantagem de 1,3 segundo em cima de Sun Yang, que virou em 5o. com 51.57. A estratégia suicida rendeu-lhe o pódio por 29 centésimos e a prata por meros 3 centésimos em cima do americano Conor Dwyer: 1:45.20 contra 1:45.23. Novo recorde africano. Sun Yang fez uma prova digna do que esperamos ver dele, passou com 51.57 e voltou com 53.09 (26.37, 26.71), marcando 1:44.65, primeiro ouro dele aqui e sua segunda medalha. Foi a pior marca para ganhar desde Atenas-2004, desempenho igual ao Mundial de Kazan. Tecnicamente, os tempos da prova foram razoáveis comparados com as outras. James Guy, o campeão mundial de 2015, tem ainda os 100m borboleta para tentar uma improvável redenção ao pódio, já que ficou fora do pódio por 26 centésimos com 1:45.49.

FINAL 100 COSTAS FEMININO

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Bobeou? Katinka Hosszu adora ouro! A húngara teve a melhor volta entre as finalistas, 29.61, e venceu a prova mais difícil em seu programa com 58.45 contra 58.75 de Kathleen Baker. O primeiro empate foi para a canadense Kylie Masse e Yuanhui Fu, ambas em 3o. com 58.76. Emily Seebohm mantém ainda o recorde olímpico – que foi obtido nas semifinais de Londres-2012 – se isso serve de consolo, já que terminou em 7a. com 59.19, apesar de passar em primeira com 28.23. Katinka agora está com duas de ouro e ainda terá os 200 medley e os 200 borboleta pela frente. Katinka quebra a sequência de títulos dos Estados Unidos que vinha desde 2004 e repete o feito da compatriota Krisztina Egerszegi de 1992.

FINAL 100 COSTAS MASCULINO

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Aaron Peirsol cantou a bola para Coach Alex Pussieldi que estava indo assistir seu recorde mundial de 51.94 ser quebrado. Difícil acreditar quando Ryan Murphy e David Plummer ainda lutavam pela vaga na final com 52.5. Mas quase aconteceu. Murphy passou em 4o. e tirou mais de meio segundo de diferença para marcar 51.97, apenas 3 centésimos do recorde mundial, novo recorde olímpico. O chinês de 18 anos Jiayu Xu fez exatamente o mesmo tempo de David Plummer no segundo 50 metros, 27.05, e como passou na frente levou a prata com 52.31 contra 52.40. Para aumentar o pesadelo australiano, Mitchell Larkin, campeão mundial em 2015 e um dos favoritos aqui, ficou fora do pódio por 3 centésimos. No vácuo dele, Camille Lacourt, 52.40. Ninguém que subiu ao pódio em 2015 conseguiu repetir a façanha em 2016.

FINAL 100 PEITO FEMININO

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Começou com uma provocação capturada pelas lentes da megacorporação NBC direto da sala de balizamento e terminou com um duelo tenso com final razoavelmente feliz para Yulia Efimova, prata com 1:05.50, e Lilly King, ouro com novo recorde olímpico de 1:04.93. A americana saiu melhor, abriu uma vantagem de meio seguindo que a russa não conseguiu descontar nos últimos metros. A outra americana Katie Meili completou o pódio com 1:05.69. A recordista mundial, Ruta Meilutye? Chegou a passar em 3o. lugar mas comeu poeira e ficou em 7o. com 1:07.32, irreconhecível, um dos grandes casos para “pior resultado” desta Olimpíada. O recorde olímpico anterior pertencia a Leisel Jones desde 2008 com 1:05.39. King teve uma evolução muito expressiva, ela tinha 1:09 em dezembro de 2014 e em um ano e meio praticamente melhorou incríveis 4,7 segundos, uma eternidade numa prova de 100 metros. No final, a americana declarando que ganhou de forma limpa, e a russa chorando dizendo que só o fato de estar ali na final foi muito difícil de conseguir.

SEMIFINAL 200 BORBOLETA MASCULINO

Michael Phelps. Eliminatorias da natacao no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 06 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ,  Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Michael Phelps. Eliminatorias da natacao no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 06 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

A prova mais aguardada do dia, graças a ele, o homem olímpico Michael Phelps. Mas antes tivemos Kaio Márcio Almeida nadando a primeira semifinal. Kaio, que costuma economizar na parcial dos 100m, arriscou sendo o único a nadar na casa dos 54s na parcial, 54.97, mas como já vimos essa história em provas anteriores, perdeu o ritmo, foi caindo de posição até terminar com 1:57.45, apenas 14o. tempo entre os semifinalistas. Leonardo de Deus ainda viu o desempenho de Kaio e entrou na segunda semifinal acreditando tranquilamente que poderia estar na final já que nadar para 1:55 era coisa comum para ele, foram 8 vezes na carreira. Passou mais comedido com 55.66, conseguiu manter uma boa parcial nos 150m mas fechou com o pior 50m entre o top 12 das semifinais, terminando com 1:56.77. Na saída, declarou que o time precisa acordar, foi mais realista e disse que o resultado não foi bom, mas que agora tinha que pensar nos 200 costas. Entre os finalistas, o húngaro Tamas Kenderesi surpreendeu e bateu Michael Phelps com 1:53.96, único nadando na casa dos 1:53. 16 centésimos depois veio Phelps. Laszlo Cseh, que nadou a primeira semifinal, está com o 3o. tempo 1:55.18, seguido do atual campeão olímpico Chad Le Clos com 1:55.19.

SEMIFINAL 200 MEDLEY FEMININO

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A última prova do dia deu um ar de esperança para a britânica Siobhan-Marie O’Connor de que, quem sabe, possa realmente se contentar com a medalha de prata. Nadou a primeira semifinal com 2:07.57, seu melhor tempo pessoal, ameaçando até o recorde olímpico de Katinka Hosszu de 2:07.45 obtido nas eliminatórias. Mas Katinka tem muita lenha para queimar e economizou o que pode depois de vencer os 100 costas e apenas avançar de fase nesta prova. Marcou 2:08.13, 2o. melhor tempo, seguida de Maya Dirado com 2:08.91. A chinesa sensação de Londres, Shiwen Ye, está com o 4o. melhor tempo, 2:09.33, não muito perto de sua marca de Londres quando venceu, 2:07.57, mas ainda assim muito melhor que o desempenho de 23o. lugar nos 400 medley no primeiro dia.

 

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