Faltou a cereja do bolo, um recorde mundial. De resto tivemos tudo: histórias de superação, Michael Phelps, decepções, Michael Phelps, empates, Michael Phelps, brasileiros, Michael Phelps e um dia que se tornou o melhor dia da competição de natação dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Confira o resumão:

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SEMIFINAIS 50 LIVRE MASCULINO

Bruno Fratus durante semifinal dos 50 metros livre no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 11 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Bruno Fratus durante semifinal dos 50 metros livre no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 11 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

O tempo não importava, importava a colocação. Mesmo com um tempo ruim, como o próprio Bruno Fratus admitiu, conseguiu uma vaga na final com 21.71, empatado com o lituano Simonas Bilis. Florent Manaudou mostrou um pouco de suas garras, saiu na frente na primeira série e não saiu mais da frente. Está na raia 4 da final com 21.32 e amanhã estará defendendo o título olímpico de 2012 como favorito. Andrii Govorov, o ucraniano que surpreendeu nas eliminatórias, continua sua saga, melhora mais um pouco, 21.46, e está com o segundo melhor tempo, também empatado com Anthony Ervin, que aos 35 anos faz sua 3a. final olímpica, em Londres ficou em 5o.: Ervin aliás adora um empate: foi ele que em Sydney empatou em 1o. com Gary Hall Jr. O mineiro Ítalo Manzine Duarte encerra sua participação com 22.05, apenas o 15o. lugar, sua 3a. melhor marca pessoal – ele só conseguiu nadar duas vezes abaixo dos 22 segundos, a segunda vez foi aqui na Olimpíada e a primeira foi na seletiva olímpica. Quem também encerram suas participações individuais são Cameron McEvoy, Vladimir Morozov. Morozov ainda pode nadar o revezamento 4×100 medley, enquanto que McEvoy dependerá da decisão dos técnicos, já que a vaga principal é de Kyle Chalmers. O britânico Ben Proud teve o melhor tempo de reação da prova, 0.61, e está com o 5o. tempo, 21.54.

FINAL 200 PEITO FEMININO

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Todos de olho na raia 7, o que ela vai fazer, quando ela vai começar a crescer, quanto ela passou, mas quem deu um baile foi a japonesa Rie Kaneto, que passou em 2o. nos 100 metros, logo depois assumiu a liderança e deslanchou na frente, vencendo com uma larga diferença, 1.67, com o tempo de 2:20.30 (32.74, 35.52, 35.97, 36.07). Yulia Efimova, conhecida por seus finais de prova fortes, quase deixou escapar a prata com 2:21.97 (33.10, 35.61, 35.84, 37.42). O bronze ficou com a chinesa Jinglin Shi, 2:22.28 (32.89, 36.15, 36.59, 36.65). Decepção para a australiana Taylor McKeown, que terminou em 5o. com 2:22.43. Segunda prova e segunda péssima performance de atletas australianos. E a moda continuou seguindo… O Japão sobe ao tópio do pódio nesta prova depois de 24 anos, quando em Barcelona 1992 Kyoko Iwasaki fez história como a mais jovem nadadora a conquistar uma medalha de ouro – ou medalha em geral, um feito aos 14 anos com 2:26.65. Naquele ano, havia outra nadadora de 14 anos também concorrendo ao ouro: era Anita Nall, dos Estados Unidos, que terminou com o bronze.

FINAL 200 COSTAS MASCULINO

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Mitchell Larkin e Ryan Murphy, prata e ouro dos 200 costas

A mais brasileira das provas olímpicas, com maior número de participações, é também um xodó dos americanos, mas aqui falamos de medalha de ouro: são 8 delas nos últimos 60 anos. Ryan Murphy, já campeão olímpico e quase recordista mundial dos 100m costas, até duelou com Mitchell Larkin nos 100 metros, mantendo uma diferença de 1 centésimo, mas depois distanciou-se um pouco, passando sempre melhor que Larkin nas parciais. Resultado: segundo título olímpico para Murphy, que se iguala a Aaron Peirsol, campeão nas duas provas de costas na mesma edição em 2004, faltando só o recorde olímpico que lhe faltou por 21 centésimos: venceu com 1:53.62 contra 1:53.96 de Larkin. Mais jovem na final, o russo Evgeny Rylov bateu o recorde europeu com 1:53.97, dando um grande sufoco para o australiano graças ao seu final de prova de 28.72 contra 29.21 de Larkin.

SEMIFINAIS 200 COSTAS FEMININO

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Será difícil de tirar esse quarto ouro de Katinka Hosszu. Nadando novamente para novo recorde húngaro, 2:06.03, ela está superior em todas as parciais: mais veloz, e com melhor sprint. A boa briga ficará pelas outras medalhas: a canadense Hilary Caldwell manteve-se com o segundo tempo para a final, 2:07.17, seguida de Maya Dirado, 2:07.53 e da chinesa Yaxin Liu com 2:07.56. Kirsty Coventry, bicampeã olímpica – 2004 e 2008 – aos 33 anos, faz sua 4a. final olímpica nesta prova mas não mete mais medo como há 8 anos atrás. Outra que não mete mais medo é Melissa Franklin, que disfarça mas consta que está desapontada – e com razão! Campeã olímpica em 2012, está fora da final. Emily Seebohm, campeã de Kazan-2015, segue também a sina australiana e fica de fora da final. Esta prova faz parte do programa olímpico desde 1968 e incrivelmente pode amanhã se tornar a única prova que os Estados Unidos não tem o maior número de medalhas. O crédito será da pequena Hungria, sede do próximo Campeonato Mundial de Desportos Aquáticos em 2017, que conseguiu 3 ouros com Krisztina Egerszegi de 1988 a 1996, número de ouros igual aos americanos.

FINAL 200 MEDLEY MASCULINO

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Único tetracampeão olímpico da história da natação. Venceu, e convenceu, com uma vantagem de quase 2 segundos em cima dos adversários. Phelps estava apenas 1 centésimo atrás de Thiago Pereira na virada dos 100 metros. Ele fez o que estava planejado e o que vem fazendo desde 2004. O que aconteceu é que os outros não fizeram o que era pra fazer, acabaram embolando a partir dos 165 metros e o resultado foi histórico apenas para Phelps: 1:54.66, melhor parcial de crawl (27.70), segunda melhor parcial de peito (33.51). Medalha de prata para Kosuke Hagino, sua segunda pessoal nesta competição, e terceira com revezamento, uma de cada cor. Hagino fez 1:56.61, melhor que o 1:57.35 quando ficou em 5o. lugar em Londres. Já o bronze foi algo que deixou os brasileiros decepcionados. Com 1:57.05, Shun Wang nadou a prova dele, normal, e fechou muito forte, 27.75, saindo de uma 7a. posição para o bronze, enquanto o bolo – Thiago Pereira, Ryan Lochte e Hiromasa Fujimori – nervosos, estavam disputando entre si e esquecendo de nadar o que cada um sabia fazer. O tempo foi o que deixou Thiago mais triste, 1:56 ele faria tranquilo se nadasse como nadou as semifinais. Mas ele caiu para ganhar o ouro, tentou e não conseguiu, ficando inclusive fora do pódio. Em negrito as melhores parciais:
PHELPS: 24.91, 28.54, 33.51, 27.70
HAGINO: 25.03, 29.36, 34.40, 27.82
WANG: 25.21, 29.87, 34.22, 27.75
FUJIMORI: 25.24, 29.45, 33.48, 29.04
LOCHTE: 25.03, 28.41, 34.65, 29.38
HEINTZ: 25.28, 30.25, 33.53, 28.42
THIAGO: 24.74, 28.71, 33.92, 30.65
WALLACE: 25.12, 55.98, 33.45, 29.11
Resultado decepcionante para Thiago e para o Brasil, resultado histórico e que emocionou Michael Phelps no pódio. É a 22a. medalha de ouro dele em todas as Olimpíadas, 26a. no total.

FINAL 100 LIVRE FEMININO

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Aqui veio o golpe de misericórdia na seleção australiana. Favoritíssimas ao título, as irmãs Cate e Bronte Campbell vinham de excelentes resultados na seletiva e até mesmo antes da Olimpíada, quando Cate fez o recorde mundial de 52.06 a exatos 1 mês e 10 dias. Passou voando, 24.77, um corpo de diferença em cima das adversárias. Barbada, pensou 99,9% das pessoas. Mas teve a pior volta das finalistas, 28.47, e caiu para 6o. lugar, 53.24. Além disso perdeu por 1 centésimo o recorde olímpico das semifinais para duas sensações da Olimpíada: Penny Oleksiak e Simone Manuel, ambas com 52.70. Pela 2a. vez na história, na mesma prova, um empate em primeiro lugar. A primeira vez foi em 1984, quando Carrie Steinselffer e Nancy Hogshead, ambas americanas, empataram com 55.92. Aqui, ambas fazem história: Penny Oleksiak é agora a maior medalhista em uma única edição da história do Canadá, consegue sua 4a. medalha na competição e está com a coleção completa, uma de cada cor. Simone é a primeira negra campeã na natação olímpica, juntando-se ao seleto – e pequeno – time de negros medalhistas olímpicos com Cullen Jones e Anthony Nesty. Foram 5 recordes nesta prova: 2 olímpicos, 2 americanos e 1 mundial júnior. O bronze ficou com Sarah Sjoestroem, que não estava nada triste, afinal conseguiu seu ouro nos 100 borboleta, a prata nos 200 livre e agora o bronze nos 100 livre batendo as rivais européias Ranomi Kromowidjojo e Jeanette Ottensen, além, é claro, de superar a recordista mundial.

SEMIFINAL 100 BORBOLETA MASCULINO

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Saiu com os olhos lacrimejando do pódio dos 200 medley e foi direto pro call room pois já era hora dos 100 borboleta. Cronometrado, os 200 medley terminaram às 23:07. A primeira semifinal dos 100 borboleta iniciou às 23:34, exatos 27 minutos entre a glória eterna dos 200 medley para outra página histórica: classificar-se para a finalíssima e tentar novamente ser bi-tetracampeão olímpico. Phelps ficou a 1 centésimo de Laszlo Cseh, 51.57 x 51.58, suficiente para estar entre os 8 melhores. Na segunda série apareceu um possível adversário sério, o cingapurense Joseph Schooling, 21 anos, com 50.83, novo recorde asiático, deixando Chad Le Clos com o 2o. melhor tempo da final, 51.43. O francês Mehdy Metella ocupou a última vaga da final por apenas 2 centésimos. Uma prova de pouca diferença entre o 1o. e 8o. tempo: 0.90. Mesmo sendo 10 anos mais velho que Schooling e o mais velho da final, pelo que vimos hoje, Phelps é novamente forte candidato ao ouro.

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