Último dia de competição, Etiene Medeiros e a equipe do 4×100 medley masculino foram os últimos a competir, declarações de dirigentes e técnicos fazendo balanço da Olimpíada. Veja a coletânea de frases e declarações recolhidas na mídia on-line neste dia 13 de agosto de 2016:

https://vimeo.com/178774308

ETIENE MEDEIROS, FINAL 50 LIVRE
Estou completamente sem palavras, chorei um pouco. Pra mim, foi uma volta por cima, um momento único, entrei na prova sonhando, vi o Xuxa ali na raia 1, a gente tem que acreditar sempre. Depois dos 100m costas eu tive dois dias de folga. Alinhei toda a minha preparação com Vanzella, vi vídeos, me encontrei com minha psicóloga, o que já estava marcado e foi muito bom. E a parte psicológica é fundamental em competição. Hoje fechei raia, como se diz na gíria, mas com um gosto diferente, de finalista olímpica. Temos agora que descansar a mente, o desgaste mental aqui é absurdo, o físico ainda vai, pois estamos preparados. Daqui a pouco tem o Troféu Finkel, que é seletiva para o Mundial de Curta em dezembro e a cabeça tem que dar uma descansada , descontrair um pouco. Eu penso em Tóquio, mas há muita água ainda pra rolar pela frente e nós atletas temos que ter consciência disso. Minha relação com Vanzella é muito forte, estamos sempre grudados, ele me ensinou muito. Esta relação de atleta e técnico tem que ser assim, de muito respeito

JOÃO LUIZ GOMES JUNIOR, FINAL 4X100 MEDLEY
É indescritível o que vivi aqui. Poucos atletas poderão dizer que sentiram o que senti nesses Jogos. Saio desses com a cabeça erguida. Vim para melhorar meus tempos, não consegui. Mas, conquistei com duas marcas bem interessantes para minha carreira que só aumentam minha vontade de estar em Tóquio e buscar uma medalha. Vou voltar para casa, descansar, colocar a cabeça no lugar e começar tudo de novo. Precisamos analisar em um contexto geral o que o time fez. Temos atletas bem experientes e outro chegando, que vão longe, e eu sou um deles. Não é fácil estar aqui, só quem chega nesse patamar sabe o que passou de sacrifício para estar aqui. Saio bem agradecido, não só eu como o time. Conquistamos oito finais Olímpicas

RICARDO DE MOURA, SUPERVISOR EXECUTIVO DA CBDA
O caminho da medalha a gente construiu. Aumentamos o número de finais, de semifinais. Sobre a performance dos atletas, todo o planejamento foi feito. Vamos ter que analisar aqueles que melhoraram, aqueles que tiveram um desempenho abaixo. Vamos analisar o que efetivamente aconteceu. Numa equipe de 33 nadadores, 20 participam dos Jogos pela primeira vez. Tivemos um ciclo muito produtivo, principalmente quando a gente fala de renovação. Jogos Olímpicos da Juventude e Campeonatos Mundiais. Tivemos dois recordistas mundiais juniores. Essa campanha está me lembrando a de 2004, quando não tivemos medalhas porque tivemos uma geração saindo e outra chegando. A sensação de não ter ganho a medalha é a de todo mundo. Queria que tivesse acontecido para homenagear esse público, que foi sensacional. Quando falei isso posso ter sido mal interpretado, mas isso faz parte da criação de uma cultura esportiva, que ainda estamos construindo. Isso não se compra

RICARDO DE MOURA
Vai ter que acontecer um número maior de intercâmbios internacionais. Vamos ter que incrementar competições de um nível maior principalmente com a garotada mais nova. Esse é o grande problema que a gente tem no nosso continente. A gente domina e tem que sair toda hora. Isso é caro, mas vamos ter que fazer isso. Vamos fazer uma reunião com os clubes mais bem ranqueados para alinhar ideias. A gente esbarra numa coisa chamada cultura esportiva. Na sala de aula de um atleta, quantos praticam um esporte que precisa de seis horas de treino, acordar 5h30 da manhã… ninguém.  Toda a sociedade vai para um lado e o atleta vai para outro. Essa cultura precisa ser valorizada. Não sabemos qual o cenário que teremos daqui pra frente, mas a real perspectiva é de estabelecer parcerias dentro da própria comunidade. Se estivermos fortes internamente fica mais fácil. Dentro disso nosso projeto já foi aprovado no Ministério dos Esportes e grande parte dos equipamentos utilizados aqui vai ser repassado aos Estados

ALBERTO SILVA, TÉCNICO-CHEFE DA SELEÇÃO MASCULINA
Lógico que queríamos a medalha. Por ser em casa tem um fator emocional, mas não podemos colocar assim. Não colocaria o fator casa na avaliação. O trabalho foi feito e vejo evolução. Em termos de planejar, de contar com verba para realizar isto, e conseguimos. Antes tivemos finais e semifinais com poucos nadadores, três ou quatro. Um dos nossos objetivos era aumentar a massa de nadadores que chegassem a este ponto e isto foi feito. Este ponto foi positivo. Agora teremos que avaliar o trabalho que não começou agora, vem desde quando Gustavo Borges parou, quando tivemos uma entressafra. O trabalho com a base, aumentar o número de finais e semifinais com maior número de atletas e colocar dois revezamentos nas finais, tudo isto foi feito. A conclusão que eu e meus colegas tivemos é que criamos as oportunidades para mais de uma medalha, infelizmente não soubemos realizar e temos que ver o porquê. Não só pelo povo brasileiro, mas por nós também. Eu quero uma medalha, meus colegas e os nadadores também. E teremos que nos adaptar ao momento que o país vive hoje

GUILHERME GUIDO, FINAL 4X100 MEDLEY
Na nossa prova, demos o máximo. Eu não estou na minha melhor forma, senti um pouco no fim, mas acho que demos o máximo por esse revezamento

HENRIQUE MARTINS, SOBRE NADAR COM PHELPS
Esse é um momento que entrou para a história. Daqui a cem anos, quando assistirem a esse vídeo, as pessoas vão ver a gente no cantinho da tela. Só nesta semana, vou contar essa história umas 50 vezes. Essa ficou marcada, mesmo

GUILHERME GUIDO, SOBRE NADAR COM PHELPS
É um momento indescritível. Ainda mais com essa torcida toda. Foi um prazer imenso é uma honra ter vivido na mesma época que ele

ETIENE MEDEIROS
É um momento único. Eu estou muito feliz, realizada. Completamente em êxtase, tem momento que quero chorar, tem momento que quero ter raiva. Estou muito feliz, queria agradecer a todo mundo

ETIENE MEDEIROS
Queria pedir ao Brasil que tenha paciência com a gente, estamos batalhando por uma coisa que é extremamente de outro mundo

RICARDO DE MOURA, ANTES DO ÚLTIMO DIA
É muito difícil fazer uma análise no meio do jogo, mas tivemos uma evolução em alguns aspectos, como o número de finais

RICARDO DE MOURA
É uma geração que está surgindo, nova, que lembra um pouco Atenas-2004. Coincidiu que isso aconteça no Rio de Janeiro

ETIENE MEDEIROS
A prova dos 50m é muito rápida. Acho que fiz uma prova belíssima, é minha terceira melhor marca. Saio dessa Olimpíada com a bagagem cheia de coisas, cheia de superação. Volta por cima. Comecei com o pé esquerdo e estou acabando com o direito lá na frente

HENRIQUE MARTINS, ELIMINATÓRIAS 4X100 MEDLEY, ONTEM
Foi bem legal. A gente sentou todo mundo junto, discutiu e decidiu que queria entrar na final. A gente vem fazendo tudo junto para entrar no clima do revezamento. E a gente conseguiu colocar na água o que esperava. Fazia 36 anos que o Brasil não entrava nessa final. Foi gostoso

HENRIQUE MARTINS, ONTEM
Muita gente já terminou de nadar e nossos quartos estão meio vazios. A gente estava cada um no seu canto, meio solitário. E fazer tudo junto deu uma animada no espírito da galera. O pódio é difícil, mas na teoria a gente também talvez não entrasse nessa final. Vamos fazer o melhor por essa medalha

ETIENE MEDEIROS
Saio com sensação de volta por cima, é muita superação e muito amor. Acho que, nesse momento que estou vivendo, minha família, amigos e técnicos nunca me deixaram para trás. Vocês podem perceber que eu estou sempre ao lado dele, tenho muito respeito, quero abraçar todo mundo. Obrigado por tudo

BRUNO FRATUS, SOBRE A ENTREVISTA DE ONTEM
Queria desculpas. Sou melhor falando no olho no olho e péssimo falando publicamente, de cabeça quente. Queria agradecer a quem torceu por mim hoje, deixei tudo na água e não saiu. Desculpa quem está em casa. Não consigo lidar bem com esse tipo de decepção.

RICARDO DE MOURA
Todo planejamento foi feito e construído. A aclimatação foi a melhor possível. Vamos ter que analisar o que aconteceu, quem melhorou, quem piorou

MARCELO CHIERIGHINI
Eu saio satisfeito porque nunca havia chegado a uma final e disputei três, uma com o revezamento que não brigada pela medalha havia 36 anos

MARCELO CHIERIGHINI
Queria muito dar essa medalha a eles. Acho que por isso fiquei tão chateado [com o oitavo lugar nos 100 m livre]. Queria que eles tivessem alguém com quem se identificar. E isso pode ter criado uma pressão a mais por termos essa vontade tão grande

 

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