Esta é a coletânea de declarações oficiais do recém-terminado Campeonato Brasileiro Absoluto – Troféu José Finkel, realizado em Santos.

MANUELLA LYRIO, RECORDISTA SUL-AMERICANA DOS 200 LIVRE, ELIMINATÓRIAS:
Eu vim esperando este tempo, e quis usar esta competição como teste, nadando forte desde as eliminatórias. Talvez não consiga repetir à noite, mas acho que outras nadadoras vão baixar o tempo e no mínimo se aproximar deste recorde. Já o índice está muito forte e não sei se irei ao Mundial

MANUELLA LYRIO, CAMPEÃ E RECORDISTA SUL-AMERICANA DOS 200 LIVRE, FINAIS:
Estou muito satisfeita. Pena não ter conseguido o índice, mas feliz por mais um recorde e minha melhor marca na prova. Foi uma prova forte com bons tempos das quatro primeiras colocadas

FERNANDO SCHEFFER, CAMPEÃO 200 LIVRE:
Já tinha conseguido medalha no Maria Lenk, no qual fui terceiro. Mas agora é o primeiro título em Brasileiro Absoluto. É uma honra nadar com estes caras que são meus ídolos. Foi a primeira que venci o Nilo

MATHEUS SANTANA, QUE NÃO PARTICIPOU DA COMPETIÇÃO:
Infelizmente não foi possível! Gostaria muito de defender a Unisanta e conseguir uma das vagas para a disputa do Mundial de Curta (piscina de 25 m). Além da questão médica, eu também não estaria 100%, pois estou sem treinar desde que constatei o problema

JOANNA MARANHÃO, ELIMINATÓRIAS 100 MEDLEY:
Não nado esta prova há oito anos e realmente fiquei surpresa com o tempo, com direito a recorde de campeonato e tão próximo do tempo da Fabíola. Vou ver o vídeo, ver o que pode melhorar pra quem sabe melhorar este tempo à noite (finais a partir das 18h30). Mas só nadei porque estava sem índice para os 1500 e pra aproveitar a cota de quatro provas individuais, acabei entrando nos 100 medley

DAIENE DIAS, ELIMINATÓRIAS 100 BORBOLETA:
Desde que terminaram os Jogos Olímpicos virei meu foco totalmente para esta competição. Foi em piscina de 25 metros que voltei a competir em alto rendimento e tenho um carinho por este tipo de prova. Vamos ver se consigo abaixar meu tempo e consiga uma vaga na equipe do Mundial.

FELIPE FRANÇA, 2o. LUGAR 200 PEITO:
Vou treinar o melhor possível, fazer uma boa temporada pós-olímpica e ir em busca de minhas melhores marcas. Quero vencer os 50m e os 100m peito e bater o recorde mundial dos 50m. E ainda um pódio nos 200 peito. Sempre temos uma “gordurinha” pra tirar de uma competição como as Olimpíadas, ver onde acertou e errou, pra aproveitar para as próximas competições”.

JOANNA MARANHÃO, CAMPEÃ E RECORDISTA SUL-AMERICANA DOS 100 MEDLEY:
Estou muito feliz. É a primeira vez que consigo ter ao mesmo tempo o recorde sul-americano dos 100, 200 e 400m medley. Esta é a minha meta, ser a melhor Joanna que posso ser, aos 29 anos. Esta é a maior demonstração do amor que tenho pelo que faço, onde coloco o coração. Sinto muito amor por isto ainda. Por isso, persisto tanto, e sigo nadando, enquanto me divertir. Vou casar este ano, viver outras experiências, mas minha ideia e a de Lu (judoca Luciano Correa) é estender mais um pouco e ver até onde podemos ir

LUCAS KANIESKI, CAMPEÃO E RECORDISTA SUL-AMERICANO DOS 1500 LIVRE:
Olha, nadando com esta “fera”, o Brandonn, eu só queria não perder meu recorde (14m44s66, feito em Moscou, há três anos). E pra isso, eu tinha que chegar na frente. Mas não esperava o recorde, ainda mais chegar a 14m40, por achar a água quente. Estou feliz demais

ETIENE MEDEIROS, ELIMINATÓRIAS DOS 50 LIVRE:
Vim pra conseguir este tempo. O objetivo era esse e não podemos perder a oportunidade. Tinha duas (eliminatórias e finais) e não podia perder a primeira. Estou feliz, mas também tranquila. O recorde veio naturalmente com este índice. Tenho que evoluir e de dois anos pra cá, consegui baixar meu tempo e tenho que manter a tranquilidade até o fim da competição…quem sabe nos 50m costas, na sexta

VIVANE JUNGBLUT, CAMPEÃ E RECORDISTA SUL-AMERICANA DOS 800 LIVRE:
Eu estava treinando muito pra baixar este ano. Não esperava que fosse tão bom. A equipe feminina da natação do Brasil está crescendo muito e é isso, treinar bastante pra representar cada vez melhor o país

ETIENE MEDEIROS, CAMPEÃ E RECORDISTA SUL-AMERICANA DOS 50 LIVRE:
Meu objetivo agora à noite era repetir o índice. Pela manhã saiu bem melhor, mas o objetivo está alcançado e carimbei o passaporte para o Mundial. Agora é enfrentar essa realidade pra terminar bem. Não tem essa de acabou a Olimpíada e acabou tudo. A gente tem que ter um descanso, não somos máquinas, mas a natação mundial está totalmente ativa. A gente vê as Copas do Mundo aí, com todo mundo participando… o corpo precisa descansar, mas a gente tem que ser realista. Depois do Finkel vou tirar uma folga, mas sem deixar o corpo perder aquele “gatilho”

JHENNIFER CONCEIÇÃO, ELIMINATÓRIAS DOS 100 PEITO, SOBRE FICAR A 8 CENTÉSIMOS DO RECORDE DE TATIANE SAKEMI:
Nossa, nem notei isto, e o pior é que sobrou. Dá pra conseguir isto à noite, então

FELIPE LIMA, 2o. LUGAR 100 PEITO:
A vida do atleta é isso. Altos e baixos. Um dia a gente ganha, no outro perde. Tive a felicidade de fazer o melhor tempo da minha carreira. Estou muito feliz com o resultado. Daqui pra frente é focar nas próximas competições. Tenho seis etapas de Copa do Mundo ainda pela frente e me senti muito bem. Quero ser muito vitorioso na minha carreira ainda. Nunca podemos pensar em desistir, pensar em não consigo mais. Luto para que cada competição, curta ou longa, tenha um resultado melhor, o que vem acontecendo desde 2014. Esta competição no Canadá não é o término da temporada 2016, e sim, o começo da preparação para Tóquio/2020. Vai ser bem puxado, mas minha meta é a próxima Olimpíada. Este campeonato vai ser uma ponta-de-lança para começar 2017 bem e tocar o barco até 2020.

MIGUEL VALENTE, CAMPEÃO E RECORDISTA BRASILEIRO DOS 800 LIVRE:
Eu já vim com isso na cabeça. Vi que era possível. Eu já bati na trave muitas vezes e dessa vez eu acho que merecia. Estou bem feliz. Este ano está sendo coroado. São cinco anos de trabalho duro com o Dudu (técnico do Minas, Eduardo) e uma hora a gente tira o fruto disso

JOANNA MARANHÃO, CAMPEÃ DOS 200 BORBOLETA:
É o melhor tempo da minha vida sem traje. Fico feliz por isso. Fico abismada com a capacidade que eu tenho de melhorar os meus tempos porque eu nado provas difíceis.Não é muito comum ver uma pessoa que nada 400m medley, 200m borbo, estar nadando com a mesma idade que eu (29 anos). Geralmente é uma carreira um pouco mais curta. Então eu fico pensando no que eu posso fazer mais

NICHOLAS DOS SANTOS, ELIMINATÓRIAS 50 BORBOLETA:
Vamos ver o que acontece à noite, mas este tempo não é legal. Mas segurei um pouco hoje de manhã e ainda vou me raspar

ETIENE MEDEIROS, ELIMINATÓRIAS 50 COSTAS:
A água está boa e este tempo não muda em nada pra mim

VIVIANE JUNGBLUT, CAMPEÃ E RECORDISTA SUL-AMERICANA DOS 400 LIVRE:
É fruto de muito treino, de muito esforço. Quero muito agradecer a todo mundo que me ajudou a chegar até aqui. Na verdade, eu fui pra prova sabendo o que eu tinha que fazer, bem confiante. A prova foi muito forte e Manuella também está de parabéns

LEONARDO DE DEUS, CAMPEÃO E RECORDISTA BRASILEIRO DOS 400 LIVRE:
Eu vim para ganhar a prova. Oito centésimos, agora. Foram sete centésimos do índice para o Mundial nos 200m borboleta, então tá tudo batendo na trave, mas estou muito feliz. Estou melhorando meus tempos. E depois da Olimpíada, com o cansaço… Isso só motiva mais pra treinar e nadar muito bem esse Mundial. A chuva não me atrapalhou porque eu sou que nem o Aírton Sena, que corria melhor na chuva

NICHOLAS DOS SANTOS, CAMPEÃO DOS 50 BORBOLETA:
Não foi o meu melhor tempo, meu tempo é o recorde sul-americano, 22s08, mas essa competição é uma competição bem desgastante pra mim porque nado muitos revezamentos e duas provas pesadas de velocidade. Senti que eu estava um pouco mais cansado e minha saída não foi boa hoje, que é meu forte. Meu objetivo é ganhar a medalha de ouro no Mundial. Vou parar uns dois ou três dias e depois já volto com o foco nestes 50m borboleta. Foi uma competição bacana. Cheguei bem treinado para os 50m e acabei nadando todas as provas bem

FERNANDO VANZELLA, TÉCNICO CHEFE DA SELEÇÃO BRASILEIRA FEMININA:
No final de 2012 fui chamado pela CBDA para começar um trabalho diferente com a natação feminina. Elas não estavam apenas estacionadas, mas perdendo posições e conquistas. Então precisamos identificar quais eram os problemas para começar a reverter esse quadro. Colocamos como meta tentar proporcionar às meninas que estavam em idades ideais para os Jogos do Rio e Tóquio, ações que as colocassem mais próximas da realidade internacional. Fizemos várias clínicas internacionais, treinamentos especiais, competições no exterior e trouxemos uma equipe multidisciplinar com o olhar voltado para a mulher. Começamos a ver algumas incrementando seus resultados e, mais que isso, uma mudança de atitude. As atletas passaram não apenas a querer participar das principais competições, mas a obter os melhores resultados possíveis nesses eventos. Conseguimos colocar, em apenas um ciclo, a natação feminina do Brasil em pódios internacionais inéditos como nos Mundiais de Doha 2014 (25 metros) e Kazan 2015 e o primeiro ouro pan-americano em Toronto 2015. Nos Jogos do Rio pela primeira vez tivemos uma equipe que foi completa para todos os revezamentos e voltamos a ter uma finalista olímpica.
Aí você vai me perguntar: E agora? Não ganhamos medalha na Olimpíada, o que podemos esperar? Eu sei que as pessoas costumam apenas ver a medalha olímpica e botam nela todos os investimentos, esquecendo o ciclo todo e a construção dessas atletas. Como eram essas atletas em 2012? O quanto cresceram? Saímos deste Finkel com várias delas entre os 20 melhores índices técnicos no geral, brigando para estar neste Mundial, em Windsor. A gente sabe que os índices estão apertados, é o quinto melhor tempo do Mundial de Doha. Conquistamos nesse ciclo uma postura diferente. Esse é o ponto principal. Isso não é fácil, mudar o comportamento, a postura. Vimos nos Jogos do Rio atletas muito novos já no pódio, mas para isso é preciso ter uma cultura esportiva muito forte dentro do país. Uma dessas atletas foi a canadense Penny Oleksiak que ganhou os 100m livre junto com a americana (Simone Manuel) e também já havia ganho o Mundial Júnior. O Canadá tem sua cultura esportiva muito bem definida, muito bem traçada. E veja que era um país que não vinha tendo muito destaque. Só para ver como o processo demora e é preciso ter paciência e continuidade. Esse é um ponto importante para o momento atual do país. Como será esta continuidade? Isso é muito importante para o próximo salto de qualidade

LEONARDO DE DEUS, CAMPEÃO E RECORDISTA BRASILEIRO DOS 200 COSTAS:
Foi muito bom. Saio muito satisfeito. Melhorei todos os meus tempos. Sair de uma Olimpíada e chegar três semanas depois com os meus melhores resultados é muito gratificante por todo o trabalho que a gente fez ao longo desses quatro anos. Agora a gente vai ter um tempinho pra descansar e depois voltar pra buscar um resultado muito bom nesse Mundial de Curta e fechar bem o ano

FELIPE FRANÇA, CAMPEÃO DOS 50 PEITO:
Ainda bem que o índice nos 200m peito foi no início do campeonato, pois estou me recuperando até agora e graças a Deus cumpri a meta destes três índices para o Mundial de Curta. Agora vou descansar pelo menos uma semaninha pra voltar à ativa pra fazer uma temporada excepcional no Mundial. Nos 200m peito, eu arrisquei a passagem que foi a do recorde mundial que eu fiz, mas só que a volta é bem forte também. A volta é de 1m1s e eu fiz 1m4s. Se eu não estiver muito descansado, bem polido fisicamente, não consigo voltar tão bem, mas eu consegui aguentar a volta pra ficar com o terceiro melhor tempo do mundo

GABRIEL SANTOS, CAMPEÃO 100 LIVRE:
Minha primeira vitória. É muito suado isso pra mim e estou muito feliz. Estou numa fase muito boa. Consegui a vaga para os Jogos  (Rio 2016) no Maria Lenk. Fui para a final olímpica com o revezamento (4x100m livre) e consegui vencer agora aqui no Finkel. Estou muito feliz mesmo

2 respostas
  1. Rodrigo G
    Rodrigo G says:

    Concordo parcialmente com a fala do Fernando Vanzella. Que a natação feminina evoluiu, isso é verdade. Há uns anos atrás tínhamos dificuldade até pra obter índices para os campeonatos internacionais. Mas o que ele usa como grande destaque dessa evolução (primeiro ouro no Pan, medalha no mundial de curta e longa) não sei se é certo ser atribuído como resultado de um trabalho para melhorar a natação feminina, pq todos estes feitos vieram apenas de uma nadadora: Etiene Medeiros. Pra mim é mais um caso de um grande talento fora da curva, como foram Ricardo Prado, Gustavo Borges, Fernando Scherer, Cesar Cielo, entre outros. Acho que conseguímos melhorar a qualidade da equipe, mas ainda não o suficiente pra termos medalhistas em grandes torneios. As nossas medalhas, ainda dependem da atuação brilhante dos fenômenos, e quando estes não estão presentes, ou não estão num bom dia, nos resta contentar-se com disputas de semi-finais e alguma finais. O que não é ruim, pelo contrário! Mas não me agrada alguns discursos que podem levar à acomadação. O próximo passo é fazer esse pessoal nadar bem na hora certa, o que não aconteceu no Rio pra grande maioria.

  2. Rafael
    Rafael says:

    De fato a natação feminina brasileira está evoluindo. Uma pergunta Coach, e os revezamentos, não teremos nenhum no Mundial?

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