Segunda-feira, 15 de agosto de 2016, 10o dia dos Jogos Olímpicos Rio 2016, dia da estréia das águas abertas na Olimpíada.

Poliana Okimoto durante a prova de 10Km da maratona aquatica realizada na praia de Copabana. Jogos Olimpicos Rio 2016. 15 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Poliana Okimoto durante a prova de 10Km da maratona aquatica realizada na praia de Copabana. Jogos Olimpicos Rio 2016. 15 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

09:01 – As nadadoras depois de serem apresentadas na praia nadam com tranquilidade até o ponto de largada, distante 150 metros da praia. Largada com as atletas alinhadas entre duas bóias brancas.

O regulamento dos Jogos previam a participação de 25 nadadoras na prova de águas abertas do Rio 2016. Dez primeiras colocadas classificaram antecipadamente da prova dos 10 quilômetros no Mundial de Kazan, incluindo aí as brasileiras Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha. As outras 15 viriam da seletiva olímpica realizada em junho em Setúbal, em Portugal.

As vésperas do início dos Jogos, a FINA decidiu afastar sete nadadores da Rússia das competições, seis das provas de piscina, e Anastasiia Krapivina. Com a saída da russa, a FINA chamou a húngara Anna Olasz, 11a colocada da prova do Mundial de Kazan. Como a Rússia apelou, e venceu, junto ao Tribunal da Corte Suprema do Esporte, a FINA e o COI se viram obrigados a colocar as 26 nadadoras na água.

09:03 – Poucos minutos de atraso, o som da buzina de spray dá largada para as 26 nadadoras participantes da prova. Maré é baixa, boas condições, o chamado mar flat e temperatura de 21 graus.

O mar de Copacabana sempre foi uma incógnita. Tem dias que é uma calmaria, ainda mais no Posto 6, mas tem dias que poderia até cancelar a prova. O Teste Evento realizado em agosto do ano passado foi um daqueles dias. Mar agitado, ondas altas e temperatura baixa.

O medo de más condições era de todos, principalmente da organização. Poliana Okimoto sabia que teria dificuldades, as condições, entretanto, parece que não estavam tão ruins. O dia começou bem…

09:07 – A primeira bóia amarela é contornada. O ritmo ainda é lento e ondas de 0,2 metros.

As maratonas aquáticas entraram para os Jogos Olímpicos em Beijing 2008. Tanto na sua estréia como em Londres 2012 a prova foi realizada em lagos artificiais, água parada. O mar de Copacabana era um desafio, uma novidade para o movimento olímpico.

Todas as vezes que um Mundial teve provas de águas abertas realizadas no mar, tivemos problemas. Em 2007, em Melbourne, prova cancelada no meio, em Roma, na praia de Ostia em 2009, tivemos mudança de local e de data por conta das correntes.

Outra mudança foi o número de voltas do circuito. Ao invés das seis voltas de 1.600 metros, o Comitê Rio 2016 optou por quatro voltas de 2,5 quilômetros. Menos chance de problemas no controle de prova.

09:16 – Contorno da primeira bóia laranja.

Existem diferentes estratégias de disputa nas águas abertas. A mais popular é nadar em grupos, estar sempre no pelotão da frente e atacar no final. Poliana Okimoto adora esta estratégia. Ana Marcela Cunha prefere ficar um pouco mais atrás e forçar no final. O que não se pode fazer é ficar para trás, quem perde o pelotão, não alcança mais.

09:21 – Segunda bóia amarela contornada.

Poliana Okimoto durante a prova de 10Km da maratona aquatica realizada na praia de Copabana. Jogos Olimpicos Rio 2016. 15 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Poliana Okimoto durante a prova de 10Km da maratona aquatica realizada na praia de Copabana. Jogos Olimpicos Rio 2016. 15 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto fizeram uma série de treinamentos em Copacabana. Testaram o circuito, sabiam exatamente como seria a prova, só não havia controle de como estaria o mar. Assim, a CBDA trouxe as duas, junto com Allan do Carmo, para uma série de treinamentos por lá.

Isso não foi exclusividade do Brasil. A holandesa Sharon van Rouwendaal esteve em janeiro de 2016, a francesa Aurelie Muller treinou duas vezes e a italiana Rachele Bruni foi quem mais apareceu na praia. Nem por isso, o mar de Copacabana deixou de ser surpreendente para o dia de prova.

09:29 – A última bóia laranja da primeira volta é passada e já se ouvem os primeiros apitos da arbitragem pedindo para algumas nadadoras se afastarem uma das outras. A húngara Eva Ristov foi a primeira a querer tomar a ponta e não demorou muito para perder esta liderança temporária.

Campeã nos Jogos de Londres em 2012, Eva Ristov buscava um bi campeonato olímpico inédito na prova. Na disputa, das 26 nadadoras, oito estavam na última Olimpíada, quatro ainda são remanescentes do grupo que foi a Beijing 2008. Destas 26, três delas nadavam pela terceira vez a prova olímpica das águas abertas, Poliana Okimoto entre elas.

09:33 – A primeira volta é completada e o ritmo já é acelerado. Pela cronometragem oficial, Ana Marcela Cunha é apontada como a primeira colocada com 30:51.6 para a primeira volta. Pela cronometragem oficial, Poliana aparece como segunda colocada a um segundo e meio atrás, mesmo tempo da holandesa Sharon van Rouwendaal.

Poliana e Ana Marcela, Ana Marcela e Poliana. As duas são o orgulho do Brasil nas águas abertas. As duas são as maiores vencedoras da história da Copa do Mundo em número de vitórias. São quatro títulos de Copa do Mundo, 12 medalhas em Campeonatos Mundiais e duas medalhas em Jogos Pan Americanos. Uma rivalidade salutar e que fez das duas estarem tanto tempo entre as melhores do mundo.

09:40 – Alternância de liderança, 37:40 de prova, a geração de imagens coloca a francesa Aurelie Muller como líder, seguida pela húngara Eva Ristov e da chinesa Xin Xin. As brasileiras aparecem no grupo logo atrás das três.

Durante a transmissão da prova pelo SporTV, o comentarista Luiz Lima destaca que as mulheres estrearam pelo Brasil nos esportes aquáticos em 1932 com Maria Lenk. Menciona isso com a expectativa de que uma medalha histórica possa acontecer na prova de hoje.

O Comitê Rio 2016 queria a realização das águas abertas no sábado 6 de agosto, um dia depois da abertura dos Jogos. A expectativa era dar ao Brasil a oportunidade de ganhar uma medalha logo na abertura das competições, no primeiro dia de disputa. O conflito com o calendário da natação impediu a solicitação brasileira e a prova aconteceu dois dias depois do fim das provas de piscina.

10:03 – Sharon van Rouwendaal e Aurelie Muller viram a última bóia juntas para ingressar no pórtico de controle, metade da prova cumprida. Na cronometragem eletrônica, Muller vira em 1o com 1:00.59.3. Poliana passou no grupo, mas seu tempo oficial não foi registrado.

Duas adversárias e companheiras de treino. Sharon van Rouwendaal deixou as piscinas e a Holanda para ir treinar na França com Phelipe Lucas e se dedicar as águas abertas. Era o fim de uma ex-nadadora de costas, para o nascimento de uma nova fundista de renome internacional.

Aurelie Muller foi campeã mundial dos 1500 metros nado livre na primeira edição do Mundial Júnior no Rio em 2006. A jovem promissora fundista esteve treinando no Canadá, mas os grandes resultados vieram quando passou a treinar com Phelipe Lucas.

10:22 – Rouwendaal começa a ganhar espaço e abrir na terceira volta. É o momento que começa a se desgarrar do grupo de liderança.

Phelipe Lucas gosta de treinos longos, séries fortes e intensas. Sharon van Rouwendaal adora treinar forte, foi o casamento perfeito. Poliana Okimoto faz um trabalho de mais qualidade, mas chega a fazer grandes distâncias em determinadas épocas do ano. Na média, suas distâncias são de fundistas de piscina, algo entre 6 a 7 mil metros por sessão.

10:32 – Terceira volta completada com Rouwendaal em liderança visível 1:29.29.5. Poliana passa em terceiro lugar cinco segundos atrás. Após a passagem de todas nadadoras, o arco da Omega ganha o placar eletrônico que vai servir para a chegada.

A alimentação foi feita em balsas posicionados em locais determinados pela organização. Poliana Okimoto nadou com o número 4, Ana Marcela Cunha 24, números sorteados e que também determinavam a posição na balsa de alimentação. Ricardo Cintra fazia a alimentação de Poliana, Márcio Latuf a de Ana Marcela.

10:38 – A prova passa a ser três grupos. Sharon van Rouwendaal liderando, um grupo grande brigando pelas posições do pódio, e o grupo todo mais atrás.

O marido e treinador Ricardo Cintra foi nadador de destaque, mas foi velocista. Companheiro de treino de Poliana na época de Unisanta onde começaram a namorar. Com a formatura de educação física, a relação de amor também foi levada para a piscina.

Foi Cintra que incentivou a Poliana se dedicar mais as provas de águas abertas. Primeiro com programas de treinamento feitos por outros treinadores, depois completamente assumidos pelo marido.

10:51 – A distância de Rouwendaal para o grupo só faz aumentar. A última volta fica marcada pela briga destas outras posições, a holandesa vai vencer.

A Holanda foi um fracasso na piscina do Rio 2016. A expectativa de medalhas com a bi campeã olímpica Ranomi Kromowidjojo e o revezamento 4×100 livre que já foi recordista mundial era grande. Sobrava as chances nas águas abertas, onde a Holanda acabou se tornando o primeiro país da história a vencer as duas provas na mesma Olimpíada.

10:56 – Sharon van Rouwendaal acelera ainda mais, a distância é bem expressiva em relação as adversárias. Um grupo de três nadadoras, a italiana Rachele Bruni, a francesa Aurelie Muller e Poliana Okimoto vem na disputa por um lugar no pódio. A chinesa Xin Xin vem em quinto, mas um pouco afastada. O restante vem mais atrás.

Quem estava na praia não tinha a visão da prova. Restava esperar por alguma informação do alto falante ou o que aparecia no telão. Não se tinha noção exata da posição das brasileiras, embora se anunciassem que estavam no pelotão da frente.

10:59 – Rouwendaal vence a prova forçando até o final tocando a placa na chegada com 1:56.32.1. Na praia as pessoas acompanham com dificuldade vendo Poliana nadando na briga pelo pódio.

Se há uma coisa que não tem importância nas águas abertas é o tempo da prova. Condições diferentes, correntes diferentes. Neste esporte, o que conta é tocar na frente. Na estréia olímpica, em Beijing 2008, a russa Larissa Ilchenko venceu com 1:59.27.7, em Londres 2012, a húngara Eva Ristov levou com 1:57.38.2. Agora, Sharon van Rouwendaal vencia com 1:56.32.1, o melhor tempo da história olímpica. Mais importante que isso, muito mais importante, a distância para a segunda colocada, mais de 17 segundos.

11:00 – Rachele Bruni e Aurelie Muller nadam lado a lado, Poliana atrás das duas. Na entrada do pórtico, Bruni que nada no meio força para a esquerda jogando a francesa para a bóia lateral. Esta na chegada, tentando se desvencilhar pressiona a italiana para baixo e toca em segundo na placa. Bruni em terceiro, Poliana nadando atrás em quarto lugar. Os tempos oficiais não aparecem imediatamente, mas o placar aponta a francesa na frente.

O narrador Cláudio Uchoa do SporTV teve uma das mais perfeitas narrações que já se viu neste esporte. Foi preciso e imediato fazendo uma leitura incrível, apontando a irregularidade e até mesmo indicando que poderia acontecer uma desclassificação.

A interpretação de Cláudio Uchoa chegou a ser contestada pelos comentaristas Luiz Lima e Catarina Ganzelli, nadadores experientes e acostumados com os choques e confrontos do esporte, mas ficou evidente que houve vantagem para a francesa e logo na chegada.

11:03 – Começam os primeiros rumores de desclassificação da francesa. Árbitros e fiscais trocam informações e no aguardo de uma posição oficial nada se confirma. O sistema de informação da OBS já havia liberado o resultado final com a francesa Aurelie Muller em segundo aparecendo na tela das transmissões. Até que, sem qualquer comunicado oficial, uma nova informação é postada, Sharon van Rouwendaal campeã, Rachele Bruni em segundo e Poliana Okimoto em terceiro.

O processo de desclassificação seguiu a regra OWS 6.3 onde indica que o nadador que fizer contato intencional com um oponente, tenha uma atitude anti-desporitva ou aproveitar-se da esteira de uma embarcação, será advertido com uma bandeira amarela, mas se a falta for considerada grave, bandeira vermelha e automaticamente desclassificado da prova. Foi o que aconteceu com Aurelie Muller.

11:04 – As atletas estavam sendo transportadas em golfe carts para um local afastado. O público já dava acenos e aplausos a passagem das brasileiras, primeiro Ana Marcela Cunha, logo atrás Poliana. Alguns fiscais indicavam a situação de que teria havido uma desclassificação. A confirmação só veio quando o marido/treinador Ricardo Cintra se aproximou de Poliana e os dois comemoraram abraçados. A imagem viralizou na internet em um dos melhores momentos dos Jogos Rio 2016.

Poliana Okimoto medalha de bronze na prova de 10Km das maratonas aquaticas realizada na praia de Copabana. Jogos Olimpicos Rio 2016. 15 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Poliana Okimoto medalha de bronze na prova de 10Km das maratonas aquaticas realizada na praia de Copabana. Jogos Olimpicos Rio 2016. 15 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Os franceses não desistiram fácil da medalha de prata. Na hora em que Poliana era abraçada por Cintra, o Head Coach da França, Stephane Lecát discutia com árbitros pela decisão. Um protesto foi formalizado ali mesmo, e ali mesmo rejeitado. O Comitê Olímpico da França entrou com um pedido de revisão encaminhado ao Tribunal da Corte do Esporte CAS/TAS. No protesto, os franceses reclamavam que as nadadoras Rachele Bruni e Aurelie Muller nadaram para fora do pórtico, por má colocação das bóias de chegada. O movimento para dentro do mesmo teria ocasionado o “involuntário” contato das duas nadadoras. A decisão saiu duas semanas depois da prova, e o Tribunal julgou ser incapaz de analisar uma questão técnica da prova, onde o árbitro geral era o responsável e capaz por tal posição.

11:25 – A histórica cerimônia de premiação na praia de Copacabana foi um misto de emoção e glória. Poliana Okimoto já se aproximou do pódio chorando. A praia celebrava a então sétima medalha do Brasil nos Jogos do Rio 2016, a primeira da história da natação feminina em Jogos Olímpicos. Medalha que Poliana recebeu de Kirsty Coventry, nadadora do Zimbabwe que também é integrante da Comissão de Atletas do COI, e o símbolo dos Jogos das mãos do Presidente da FINA, Julio Maglione.

Poliana Okimoto é uma desbravadora do esporte nacional. Foi ela a primeira a ganhar uma medalha para o Brasil em Mundiais, prata nos 5 e 10 quilômetros em Nápoles 2006. Foi a primeira a ganhar uma medalha da maratona aquática nos Jogos Pan Americanos no Rio 2007. Foi a primeira a ser campeã de uma etapa da Copa do Mundo e também a primeira a vencer o Circuito em 2009. Foi a primeira a se sagrar campeã mundial da prova olímpica dos 10 quilômetros no Mundial de 2013 em Barcelona. Foi dela também o feito de se tornar a primeira medalhista olímpica da natação em 84 anos de participação feminina do Brasil.

Poliana Okimoto medalha de bronze na prova de 10Km das maratonas aquaticas realizada na praia de Copabana. Jogos Olimpicos Rio 2016. 15 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Poliana Okimoto medalha de bronze na prova de 10Km das maratonas aquaticas realizada na praia de Copabana. Jogos Olimpicos Rio 2016. 15 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress


 

NÚMEROS QUE MARCAM A CARREIRA DE POLIANA OKIMOTO

Trofeu Maria Lenk, Maratonas Aquaticas

111.000 metros
nadou no Circuito da Copa do Mundo de 2009 quando se sagrou campeã.

2005
ano em que venceu a Travessia dos Fortes, prova que abriu o seu interesse pelas águas abertas.

2006
ano em que foi duas vezes medalha de prata no Mundial de Nápoles, na Itália, nas provas de 5 e 10 quilômetros.

Poliana comemorando o ouro em Barcelona. (Satiro Sodré)

Poliana comemorando o ouro em Barcelona. (Satiro Sodré)

2007
ano em que foi medalha de prata no Pan do Rio e terceira colocada no ranking da FINA no Circuito da Copa do Mundo, a primeira brasileira a terminar no Top 3.

33 anos de idade
segunda nadadora mais veterana das 26 que nadaram a prova olímpica do Rio 2016.

Trofeu Maria Lenk, Natacao

25 vezes
campeã nacional absoluta em provas de piscina.

20
recordes brasileiros de categoria.

16
vitórias em Copas do Mundo, maior vencedora de provas da competição empatada com Ana Marcela Cunha.

Premio Brasil Olimpico 2013

13 anos de idade
Poliana ganhou a sua primeira medalha de Troféu Brasil, um bronze nos 800 metros nado livre.

9
vitórias na temporada de Copa do Mundo 2009, a maior vencedora em uma única temporada.


colocada na estréia da prova olímpica nos Jogos de Beijing 2008.

FINA MUNDIAL BARCELONA/Maratonas Aquaticas

6
medalhas em Campeonatos Mundiais, uma de ouro, três de prata e três de bronze.

5
vezes recordista brasileira dos 1500 metros nado livre.

3
vezes campeã sul-americana absoluta em provas de piscina.

FINA MUNDIAL BARCELONA/Maratonas Aquaticas

2
medalhas de prata em Jogos Pan Americanos.

1ª 
medalhista olímpica da natação brasileira.

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