Olá, pessoal! O meu destaque do mês de maio vai para a mais esperada lista dos últimos anos na natação. A convocação para o Mundial de Desportos Aquáticos de Budapeste 2017. Depois de muito suspense a CBDA finalmente divulgou a seleção brasileira com mais integrantes do que o previsto inicialmente. Eram oito e agora serão 16 (dezesseis)

Primeiramente vamos destrinchar a lista de convocados da CBDA. Dos 16 convocados, metade teve, segundo a entidade, os melhores índices técnicos em provas olímpicas durante o Open e o Troféu Maria Lenk. Os outros oito atletas foram nos seguintes critérios: sete índices técnicos adicionais e mais um por ter feito o melhor tempo do mundo em uma prova não olímpica, nesse caso o Nicholas Santos nos 50 m borboleta. 

Com essa convocação, a entidade mostra que continua com um pensamento pré-histórico perante a natação competitiva, além de apresentar um retrocesso para o objetivo maior, as Olimpíadas em Tóquio 2020. Claro que não poderíamos esperar critérios inovadores de uma entidade que está passando por uma situação delicada presidida hoje por um interventor, já que seus antigos dirigentes estão na cadeia.

Mas, levando em consideração toda intervenção que está ocorrendo na natação brasileira, poderia ter sido aproveitada oportunidade para renovar critérios estabelecer novas regras, mais transparentes e lógicas. Novamente não houve mudança, não houve avanço e temos uma lista confusa e pouco imparcial.

Enquanto todo o mundo seleciona com base no ranking mundial, nós brasileiros levamos em conta um índice onde a maioria nem sabe direito como funciona. O índice técnico foi criado para poder comparar o desempenhos nas diversas provas na natação. De acordo com a FINA, o índice técnico sai de uma complexa fórmula que tem comi base o recorde mundial daquela prova.

Outro fato que assusta é a constante mudança no critério das convocações. A entidade está em plena mudança de comando, porém caberia ao diretor técnico e a comissão técnica, no mínimo, manter o que foi pré-estabelecido. Regras são regras, não se pode mudar a regra no meio do jogo, porque abre precedente para mudanças em convocações futuras e consequentemente dúvidas e inseguranças quanto à seriedade de todo o processo.

A convocação dos 7 “extras” caiu como uma luva para a entidade que assim pode trazer o único campeão olímpico da natação de volta a Seleção Brasileira. Cielo foi justamente o 15º índice técnicoCom Cielo de volta, seleção ganha os holofotes do investidor e da mídia eleva o seu status para o Mundial. Fica dúvida, caso ele fosse o 20º índice técnicoa CBDA teria convocado 20 atletasCielo é um ícone do esporte! Mas Cielo é vitima de um sistema que supervaloriza o ídolo para elevar a imagem de dirigentes.

 convocação de Nicholas Santos nos 50 borboleta é um exemplo clássico de que a regra continua não sendo respeitada. Sou a favor de convocações por ranking, e se isso tivesse sido estabelecido desde o principio teríamos o Nicholas Santos na nossa seleção. Ele, de fato está, mas do jeito que foi convocado achei um desrespeito para a comunidade aquática. O Nicholas é um exemplo! É vítima de um sistema que só valoriza depois de mostrar o resultado. Um sistema falido que só pensa no presente sem ligar para o futuro.

A convocação da comissão técnica seguem o mesmo princípio. Convocar técnicos pelo índice do atleta que ele treina não é a melhor forma. Assim não se faz um grupo, pelo contrário, isso só ajuda a aumentar o individualismo que todos nós que já estivemos na seleção principal sabemos que existe. Um técnico para cada atleta gera um bando de indivíduos, agora um técnico para todos gera um time!

Enfim, uma convocação pré-histórica por índice técnico e mudanças de regras não ajuda a natação. Não precisamos de medalhas, até porque já tivemos algumas no passado e nada mudou. Temos que aprender com os erros do passado para gerar um novo futuro. Infelizmente essa convocação perdeu a oportunidade de mostrar um futuro promissor para a nossa natação que suplica por uma gestão inovadora.

19 respostas
  1. LIHOSC
    LIHOSC says:

    Infelizmente a natação está pagando pelos erros cometidos por todos os dirigentes.
    O que acusa hoje foi o enaltecedor de ontem e também está há mais de 20 anos no poder na federação paulista. Vai mudar alguma coisa? acredito que não.
    Há uma outra coisa que ninguém se atentou ainda. O estatuto da FINA diz que caso haja interferência e desobediência aos estatutos da própria federação filiada, esta sofrerá pena de afastamento por 2 anos de todas as competições promovidas pela FINA.
    em outras palavras adeus tOKIO…

  2. Carlos oliveira
    Carlos oliveira says:

    Isso aí…..os caras dobraram as equipes, usaram um grau de liberdade que podia ser usado, montaram uma equipe boa, não faz sentido darem porrada neles pq o critério de 8 devia ser respeitado…..nonsense…

  3. Maviael Sampaio
    Maviael Sampaio says:

    Galera, dá um tempo!!!
    Essa diretoria que está lá agora é só para “tapar buraco” e tentar viabilizar os 5 esportes aquáticos com o que resta de grana. Ela não está lâ para implantar nada de duradouro. Isso vai ter que ser feito após as eleições.
    E por isso, parabéns ao Ricardo Prado pelo esforço de manter os campeonatos nacionais dos 5 esportes, e de arranjar grana para mandar 16 (ao invés de 8) para o mundial.
    Vamos parar de reclamar, e apoiar as pessoas que estão tentando ajudar.
    E dar um tempo para ver o que a próxima gestão vai fazer, seja quem for.
    Um abraćo

  4. Moderniza já !
    Moderniza já ! says:

    10º tempo do mundo é um nadador ‘beliscando’ final de Mundial.

    Quantos nadadores do Brasil atualmente chegam em SF ou F de Mundial ou Olímpíada ??

    P.S. Em nenhum momento contestei a convocação do Nicholas… embora a prova dele ser não olímpica.

  5. L.MESQUITA
    L.MESQUITA says:

    Que o LANZA faca um INDICE TECNICO melhor da proxima vez, o INDICE TECNICO do NICHOLAS SANTOS foi 976 e o LANZA nao chegou nem perto disso…

  6. L.MESQUITA
    L.MESQUITA says:

    E deixar o NICHOLAS SANTOS com um INDICE TECNICO de 976, melhor tempo do mundo em 2017, de fora??? Menos, bem menos…

  7. carlos oliveira
    carlos oliveira says:

    muito parcial seu raciocínio; então v defende que só fossem 8, pq foi o definido…..danem-se os demais….ANTES DO ML, ja sabiamos que deveria haver mais vagas….
    nova direção, dobro de vagas, e a equipe que assumiu deve ter ZERO liberdade para incluir um primeiro de ranking, sob pretexto de seguir um critério que NEM existia? ( ou seja, para selecionar 8 vagas adicionais…..
    v. é primo do Lanza???
    essa última foi brincaceira….rs

  8. Carlos oliveira
    Carlos oliveira says:

    Que índice?? Não teve índice dessa vez….ele disputou a 16a vaga com Nicholas, e como só eram garantidas 8 ” olímpicas” a cbda optou , pela chance de ouro…..

  9. Arthur Camargo
    Arthur Camargo says:

    O correto seria seguir o que foi combinado desde o início: levar apenas os 8 melhores índices técnicos, sem exceções. Não era o ideal levar um time tão pequeno, mas se estes foram os métodos definidos de convocação, paciência, deveriam ter sido respeitados. Ao aumentar a equipe para 16 deveriam seguir o combinado: apenas em provas olímpicas, o que deixaria o Lanza no time o Nicholas fora. Acho que Nicholas tem totais chances de ganhar o ouro e bater o recorde mundial em Budapeste, o que seria ótimo para a imagem da natação brasileira. Porém, deveriam seguir o que foi combinado desde o início e para ir a Budapeste Nicholas deveria ter feito um bom índice técnico em alguma prova olímpica e lá nadar os 50m borboleta. Ao abrir brechas a CBDA foi se enrolando. Deveria manter o plano original e evitar este problema.

  10. Rodrigo G
    Rodrigo G says:

    Henrique, muito coerente todo seu texto, mas infelizmente, tenho que discordar de um ponto: sim, precisamos de medalhas! A participação no Rio ficou muito aquém do investimento feito, a natação bateu a mão no fundo do poço, perdeu prestígio, virou caso de polícia e o investidor, mesmo que tenha boa vontade, quer associar seu nome a bons resultados, a boa imagem. Sair de Budepeste sem medalhas pode dificultar ainda mais o processo de recuperação da CBDA e, talvez por isso, os critérios não foram exatamente do jeito que queríamos. Nesta situação transitória, foi o que podia ser feito. As eleições estão marcadas, o bom andamento do Maria Lenk já foi um primeiro passo, tudo caminha para um período de renovação para os esportes aquáticos brasileiros. Não é o interventor, tampouco a equipe que está trabalhando interinamente, que deve começar este processo de modernização, até poque eles estão lá só pra por ordem na casa. Que venha o novo presidente e dele, ai sim, cobraremos tudo que se espera para a natação e os esportes aquáticos! Ah! E que os grandes nomes do nosso esporte, desta vez, aprendam a cobrar, participem do processo, lutem pelo esporte. Os que falaram depois de verem a diretoria anterior presa, bateram em cachorro morto!

  11. Roberto Caminha Filho
    Roberto Caminha Filho says:

    Depois da convocação pelo uso do Carbono 14, que detecta idade do fóssil, chegaremos em largas braçadas às convocações por decreto do Presidente por Ato Institucional número cinco e meio, o AI-5,5. As próximas convocações serão por ultrassonografia, para determinar o sexo e a idade do bebê que irá competir com o PHELPS. A ordem será:Bebês na água…pelo ultrassom.
    Bando de Égua!

  12. Moderniza já !
    Moderniza já ! says:

    Discordo totalmente. O Lanza fez o índice (tempo até melhor que o índice). Se ele conseguisse através
    de um crowdfunding, por exemplo, todo custeio da viagem à Budapeste, nem assim a CBDA levaria ele.

    Ou seja, é no mínimo uma incoerência.

  13. Carlos oliveira
    Carlos oliveira says:

    Desculpem mas não achei imparcial não….Henrique está contra tudo, como sempre…..nada isento….acho que mandar o melhor do mundo nos 50B poderia ser discutível entre 8…. entre 16 não acho não…..ouro repercute, talvez atéom WR….

  14. ocimar
    ocimar says:

    Independentemente do critério adotado pela pobre coitada da CBDA ter sido justo ou não (isto eh uma outra e interminável discussão), a convocação foi justíssima. Velhos, pre-históricos, jurássicos, etc., ou não, foram os 16 melhores tempos/índices e pronto! Não ha o que reclamar…
    Se algumas promessas “prontas”, atletas midiáticos, queridinhos, patrocinados, levados para os USA por agencias de ex-nadadores, etc., ficaram de fora, eh porque não estavam entre os 16 melhores. Fim de papo.
    Agora, por outro lado, no que se refere aos critérios, e para evitar toda esta choradeira, a CBDA poderia ter optado por fazer um meio a meio, ou seja, levar os 8 melhores tempos/índices e mais 8 “promessas” já pensando no próximo ciclo olímpico. Seria uma ótima ideia; porem não foi assim. Paciência; fica para a próxima…

  15. l.mesquita
    l.mesquita says:

    Achei a convocação muito justa… Quem conseguiu os melhores índices técnicos foi convocado, pra mim tá ótimo… Também acho importante focar nas PROVAS OLÍMPICAS e tirar o foco das provas de 50m estilos

  16. Wiliam
    Wiliam says:

    Até que enfim uma análise séria e sóbria, livre da tietagem que contamina os esportes aquáticos! Parabéns pela imparcialidade e lucidez das palavras Henrique!

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