Resumo da eleição histórica da CBDA realizada ontem no Rio de Janeiro. Marcada por feitos inéditos, históricos e algumas discussões para o início de uma nova era para os esportes aquáticos do país.

* A instrução para a imprensa era esperar no andar térreo pelo andamento da eleição e subir ao final. Sem muita informação no prédio do IBEFF, todos subiram ao 4o andar. Lá, jornalistas se acomodaram na ante-sala a espera dos acontecimentos.
* Todos os candidatos a presidente chegaram cedo, Miguel Cagnoni, Cyro Delgado e Jefferson Borges. Detalhe foi a presença (ou ausência) dos vices. Luiz Fernando Coelho, vice de Miguel não pôde comparecer, estava em compromisso nos Estados Unidos. Marcelo Falcão, vice de Jefferson Borges, não viajou, estava em Recife com um compromisso profissional. Apenas um dos candidatos a vice, o deputado Ricardo Barbosa da chapa de Cyro Delgado apareceu, mas atrasado, quase uma hora depois do início do processo.


* As 14 horas, no horário previsto, iniciou o processo de credenciamento. Representantes de clubes e federações se apresentavam, identificavam e recebiam um comprovante para a votação. O grupo passava para o auditório onde iria ser iniciada.
* É neste momento que acontecem as primeiras discussões. Leonardo de Deus, representante dos atletas, pede ao Administrador Provisório da CBDA Gustavo Licks que apure a denúncia feita pelo candidato Cyro Delgado. O mesmo, apresentou no dia anterior, durante a mesa redonda dos candidatos, um documento da CBDA com a lista dos clubes que estariam inadimplentes com a entidade. Sem ninguém saber desta lista, e como teria chegado as mãos de uma das chapas, os três candidatos, seus advogados junto com Licks e Leo de Deus iniciam uma discussão a parte.
* Na discussão, a CBDA apresenta a mesma lista, impressa na hora, após acessar o seu sistema indicando que existem clubes com algumas pendências com a entidade. A lista continha basicamente nomes de equipes que participaram do Troféu Maria Lenk e não haviam pago suas multas de ausência de atletas.
* A lista gerou um constrangimento muito grande, pois incluía nomes de agremiações como Pinheiros, Minas Tênis Clube, Grêmio Náutico União, Flamengo, Clube Curitibano. Nenhum dos clubes tinha conhecimento de qualquer pendência, e a CBDA não sabia informar se tais cobranças haviam sido feitas ou não.
* A discussão tomou o plenário pois atingia a 23 clubes, mas foi decidida em votação dos representantes das chapas qual seria o procedimento. Por dois votos a um (Jefferson e Cyro contra Miguel), optou-se pela colocação de duas urnas, uma para federações e clubes adimplentes, outra para clubes inadimplentes.

Eleicao para presidencia da CBDA. 09 de Junho de 2017, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/CBDA

* A chapa de Cyro Delgado também fez outro pedido, este rejeitado pela CBDA por descumprir a decisão judicial. A intenção era ter uma terceira urna, esta apenas para as federações e comissão de atletas.
* Ficou assim determinado os moldes da eleição. Todos fariam fila, receberiam a autorização e entrariam no local de votação onde colocariam o voto dentro de um envelope amarelo. Ao se identificar, os votantes seriam orientados para qual urna seu voto deveria ser depositado.
* Antes do início da votação, os representantes ainda aprovaram o acesso da imprensa que pode acompanhar todo processo de votação.
* A votação corria tranquila, apenas o ex-atleta da Seleção Brasileira, Eduardo Fischer, representante de dois clubes, um de Joinville e outro de Jaraguá do Sul, não resistiu a emoção e ao depositar seu voto gritou “Muda CBDA”.
* A reação ganhou alguns aplausos, mas também alguns votos de reprovação. Para quem conhece a história e principalmente o que Eduardo Fischer sofreu na gestão anterior entendeu muito bem o quanto representava tal ato.


* Clubes não sabiam se estavam ou não na tão discutida lista. A notificação era apenas no momento de depositar o voto quando eram indicados para que urna deveriam se dirigir.
* Magda Gomes, ex-Presidente da Federação de Brasília, tinha quatro votos a serem depositados. A Federação de Brasília, a ABRASSO, a ASBAC e o Iate Clube de Brasília. Um deles, o Iate, estava na lista. Revoltada com o fato de não ter sido comunicada por tal débito anteriormente e até salientando que o clube constava na lista dos “autorizados a votar” divulgada pela CBDA, a dirigente se recusou a depositar o voto na urna dos inadimplentes.
* Saiu do local de votação protestando muito e foi para o auditório onde após conversar com alguns companheiros da chapa que apoiava lhe acalmaram. Voltou para a fila de votação e tentou depositar o voto o que foi rejeitado pela organização. Tal voto estava anulado por não ter cumprido as orientações e regras do pleito ao sair do local de votação com o envelope e a cédula.

Eleicao para presidencia da CBDA. 09 de Junho de 2017, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/CBDA

* Com a votação encerrada, antes da abertura das urnas, Gustavo Licks deu a palavra a Leonardo de Deus, representante dos atletas e que funcionou como Secretário do pleito. Leo, em tom emocionado, agradeceu a todos e disse uma das frases mais emblemáticas de todo processo: “Vai sair daqui um novo presidente e agradeço aos outros dois candidatos que respeitem o resultado e não nos atrapalhem”.
* Início da apuração dos votos e com definição do colégio eleitoral que estava sendo contado:
106 entidades com direito a voto
10 ausentes, 9 clubes e a Federação do Piauí
96 votantes
73 adimplentes
23 clubes inadimplentes
* O início da contagem dos votos tinha o acompanhamento de três advogados, cada um representando uma chapa, mais Gustavo Licks e Leo de Deus. Um grupo de dirigentes acompanhava de perto, voto a voto.
* Nos primeiros votos contados, uma boa vantagem para Miguel Cagnoni, mas Cyro Delgado foi reduzindo a vantagem e chegou a estar poucos votos atrás. Cagnoni manteve sempre a liderança e começou a aumentar sua vantagem.
* Com o aumento da diferença, o grupo agora esperava pela marca de votos que garantia a maioria absoluta. Com 96 votos válidos, 49, a metade mais um garantiria a eleição. Já na altura dos 40 votos para Miguel , o grupo comemorava a cada voto anunciado.
* Com o anúncio dos 49 votos o grupo comemorou e começou a gritar “Miguel, Miguel”.

Miguel Cagnoni, eleito para presidencia da CBDA. 09 de Junho de 2017, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/CBDA

* Ao fim da contagem de votos o resultado anunciado por Gustavo Licks foi:
Miguel Cagnoni 64 votos
Cyro Delgado 26 votos
Jefferson Borges 3 votos
Brancos 2 votos
Nulo 1 voto
Total 96 votos
* No anúncio, Licks também indicou que na contagem apenas dos votos de clubes adimplentes, a Chapa de Miguel Cagnoni foi vencedora com 46 votos contra 22 de Cyro Delgado e 3 de Jefferson Borges.

Eleicao para presidencia da CBDA. 09 de Junho de 2017, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/CBDA

* Agora, a imprensa colhe os primeiros depoimentos de Miguel Cagnoni enquanto seus apoiadores comemoravam no local.
* Os advogados das três chapas seguiram acompanhando o processo que estava na formalizacão e redação da ata da eleição.
* O advogado da Federação de Santa Catarina, representante da chapa de Jefferson Borges, que teve três votos no pleito fez constar na ata que era representante de 14 federações estaduais nominando: Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Santa Catarina, Amazonas, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Acre, Alagoas, Maranhão, Ceará, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Goiás. Pediu que constasse na ata que não concordava com os termos da eleição que desrespeitou o que determina o Estatuto da CBDA e em não conformidade com as regras da FINA. É importante destacar que o advogado não apresentou procuração das respectivas federações no seu pedido apresentado e registrado na ata.
* Advogados representantes da chapa vencedora de Miguel Cagnoni fizeram constar que a votação de clubes no pleito estava assegurado pelo artigo 90 do Estatuto da CBDA e seguia orientação com o que determina a Lei Pelé.


* O processo final tem a presença de Marcelo Franklin, advogado da CBDA, e que juntamente com Licks e Leo de Deus fazem a conferência da ata. Esta é assinada pelos advogados das chapas e a eleição está encerrada.
* Jefferson Borges foi o primeiro candidato derrotado a deixar o local. Fez isso logo após o anúncio da chapa vencedora. Cyro Delgado ficou até o fim, junto de seus apoiadores discutia e conversava esperando o final de todo processo. Miguel Cagnoni se dividia entre seus companheiros e os inúmeros pedidos de entrevista dos jornalistas presentes.
* A eleição terminou no IBEF, mas a comemoração da chapa vencedora seguiu na Marina da Glória e depois até a madrugada em um churrasco em Jacarepaguá.
* O novo presidente da CBDA assume na segunda-feira. Gustavo Licks passa oficialmente o cargo as 11 da manhã para Miguel Cagnoni na sede da entidade.

Miguel Cagnoni, eleito para presidencia da CBDA. 09 de Junho de 2017, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/CBDA

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