A maior esperança da Argentina para os Jogos Olímpicos da Juventude é a nadadora com maior evolução no continente. Delfina Pignatiello, 17 anos de idade, foi a única nadadora da América do Sul que subiu ao pódio no Campeonato Mundial Júnior em agosto passado na cidade de Indianápolis, nos Estados Unidos.
Campeã dos 800 e 1500 metros nado livre, Delfina também foi prata nos 400 metros na primeira vez que a Argentina bateu o Brasil em medalhas em Campeonatos Mundiais. Foi também a primeira vez que o Brasil saiu em branco, sem subir ao pódio do Mundial Júnior.
Delfina Pignatiello havia feito marca suficiente para estar no time que foi ao Mundial de Budapeste, mas por orientação de seu treinador o veterano Juan Carlos Martin, “El Gallego”, optou por ficar de fora da competição absoluta e focar no Mundial Júnior. O objetivo é um trabalho de vários anos e focando nos Jogos Olímpicos da Juventude.
2017 foi muito especial para Delfina. Terminou o colégio, ganhou uma bolsa do Governo e garantiu que irá cursar universidade treinando na Argentina na piscina de San Isidro sob o comando do Gallego.
O ano terminou ainda mais especial ao ser agraciada como a melhor atleta do país vencendo o prêmio Olimpia de Oro, maior premiação do esporte argentino e que é resultado da escolha da Associacion de los Periodistas Deportivos de Buenos Aires. Desde 1954, foi a nona vez que uma mulher venceu o cobiçado prêmio e Delfina igualou a conhecida tenista Gabriela Sabattini, vencedora do prêmio aos 17 anos em 1987.
Na natação, foi a apenas a quinta vez que um atleta do esporte levou a premiação, igualando os feitos de: Luis Nicolao em 1961, Horacio Iglesias em 1973, Diego Degano em 1972 e José Meolans em 1997. Nem Georgina Bardach, medalhista de bronze nos 400 medley dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 foi vencedora do Olimpia de Oro.
Dedicada, simples e obstinada. Delfina treina muito. São dez sessões semanais de água, quatro dobras, numa evolução incrível nos últimos anos. A primeira vez que se ouviu falar de Delfina foi no Sul-Americano Juvenil de 2015 em Lima, no Perú. Lá, Delfina venceu apenas os 800 metros nado livre deixando a brasileira Rafaela Raurich seis segundos atrás. Rafaela foi melhor nos 200 e 400 levando o ouro com a argentina ficando com a prata.
Já em 2016, Delfina se sagrava campeã nacional absoluta da Argentina nas suas provas com apenas 16 anos de idade. Ganhou sua primeira convocação para a Seleção Principal e foi ao Mundial de Windsor batendo o seu primeiro recorde nacional, os 800 metros nado livre em piscina curta.
Este ano, Delfina brilhou no Mundial Júnior de Indianápolis e foi também destaque nos Jogos Sul-Americanos da Juventude em Santiago, no Chile, onde ganhou seis medalhas, três de ouro, duas de prata e um bronze. Ainda foi a porta-bandeira do desfile de abertura na competição.
Para 2018, Delfina tem os Jogos ODESUR em Cochabamba, na Bolívia, o Sul-Americano Absoluto em Trujillo, no Perú, mas principalmente os Jogos Olímpicos da Juventude. Vai ser lá, em casa, diante da torcida argentina que Delfina vai nadar em busca de fazer história.
O retrospecto está a seu favor. É favorito para a prova dos 800 metros nado livre e tem boas chances também nos 400. A Argentina nunca venceu uma medalha na natação das duas edições da competição em 2010 e 2014.
Todos os campeões do Olimpia de Oro
Evolução de Delfina Pignatiello nas suas provas
1500 LIVRE | ANO | RANKING ARGENTINO | RANKING MUNDIAL | IDADE |
15:59.51 | 2017 | 1 | 5 | 17 |
800 LIVRE | ANO | RANKING ARGENTINO | RANKING MUNDIAL | IDADE |
8:25.22 | 2017 | 1 | 14 | 17 |
8:47.74 | 2016 | 2 | X | 16 |
8:52.32 | 2015 | 2 | X | 15 |
400 LIVRE | ANO | RANKING ARGENTINO | RANKING MUNDIAL | IDADE |
4:08.33 | 2017 | 1 | 30 | 17 |
4:13.75 | 2016 | 1 | X | 16 |
4:15.35 | 2015 | 2 | X | 15 |
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