O cenário é catastrófico. Não são mais apenas competições canceladas, mas viagens, fronteiras fechadas. Não são mais apenas aulas suspensas, mas complexos esportivos, piscinas, ginásios, quadras, clubes fechados. Não estamos falando só de Brasil, ou de natação, estamos falando do mundo inteiro.

Amanhã, Comitê Olímpico Internacional e as federações internacionais dos 33 esportes olímpicos terão uma vídeo conferência. Na pauta, se fala em ajustes do calendário, modificações dos torneios pré-olímpicos, mas não, o que se discutirá mesmo é a viabilidade ou não de se fazer a Olimpíada.

Já havia publicado em editorial da Best Swimming a necessidade da mudança de data. Nesta segunda-feira, ao receber mais e mais notícias de fechamentos, de cancelamentos, vi que não tem mais alternativa.

O Pinheiros determinou que seus atletas que estão chegando do exterior tenham de ficar 15 dias em quarentena antes de terem acesso ao clube. Paineiras, Paulistano estão fechando suas estruturas por completo. Pinheiros, como o Centro Paralímpico só dá acesso aos atletas de alta performance. No Rio, para entrar no Maria Lenk, apenas atletas do Time Brasil ou postulantes olímpicos.

Nos Estados Unidos, onde ainda sigo até quinta-feira, começaram o fechamento das piscinas. Esta manhã, Coral Springs Swim Club, do head coach brasileiro Bruno Darzi, e local de treinamento de Bruno Fratus, anunciou por completo o fechamento da piscina. Várias piscinas universitárias já foram fechadas.

Na Europa não é diferente. Mireia Belmonte teve de sair de seu treinamento de altitude em Sierra Nevada para retornar para casa. Ninguém sai as ruas, ninguém pode viajar.

Não dá, simplesmente não dá. Achar que os Jogos Olímpicos ainda podem começar no dia 24 de julho como o Primeiro Ministro Shinzo Abe do Japão insiste em dizer é uma completa disconexão com a realidade. Os Jogos estão maculados, os principais protagonistas estão prejudicados.

Só há uma alternativa que pode salvar a temporada dos milhares de atletas ao redor do planeta. É a trasnferência de data para os Jogos. Quanto mais cedo esta decisão for tomada, menos pressão, menos controvérsia e mais objetividade nas ações.

É lógico que existem muitos interesses comerciais nesta decisão. Patrocinadores são decisivos para a resolução disso tudo. O calendário internacional de outros eventos esportivos também será considerado. Entretanto, o que não pode é continuarmos a esperar por algo que não vai acontecer.

Que o COI anuncie amanhã o que todos queremos: Tóquio 2021.

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