Mês passado, em Lausanne, as mais de 30 federações internacionais de esporte apresentaram seus cadernos de pedidos e projeção dos esportes, provas e cotas para os Jogos Olímpicos de Paris. A reunião do Comitê Olímpico Internacional com as federações já antecipou algumas mudanças no programa e antecipou algumas dificuldades nas solicitações das federações.
O COI já determinou que o número de atletas para os Jogos de 2024 serão de 10.500 atletas, o menor número desde Atlanta 1996. Também antecipou que novas modalidades ou provas somente se forem em instalações já estabelecidas. A intenção do COI é cortar, reduzir, diminuir, e isso ficou muito claro. Fazer a Olimpíada já era difícil, nesta época de Pandemia, ficou ainda mais evidente.
A FINA fez a sua parte, pediu, pediu, pediu. Pediu como pediu outras vezes, algumas coisas levou, outras não.
Por exemplo, assim como fez para Beijing 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020, e sempre recebeu o “não”, voltou a pedir a inclusão das provas de 50 metros nos estilos. Na natação de piscina foi o único pedido apresentado. É o quinto pedido para a inclusão e reforçou que pretende manter as 950 vagas estabelecidas para Tóquio.
Nas águas abertas, a FINA não pediu outra prova, e sim o aumento de mais cinco vagas. Desde que a prova dos 10 quilômetros entrou no programa, desde Beijing 2008, temos tido 25 atletas em cada sexo. O pedido para 2024 é de que sejam 30 nadadores por prova.
A FINA também pediu equiparação das disputas de polo aquático. O torneio masculino em Tóquio vai ter 12 equipes e 10 no feminino. Até o Rio 2016, a disputa das mulheres tinha oito equipes. Para acomodar as duas novas equipes, as equipes de polo aquático nos dois sexos tiveram que reduzir de 13 para 12 jogadores a serem inscritos na competição.
O pedido mais arrojado da FINA, e mais improvável de ser aprovado, é a inclusão do High diving. A competição que apareceu nas competições da entidade a partir de 2013 e tem circuitos internacionais sendo realizados com o apoio da Red Bull tem a prova masculina em plataformas ou penhascos numa altura de 27 metros enquanto as mulheres saltam a 20 metros. O evento é lindo, muito bonito mesmo, um show para a TV, mas, inegavelmente de alto risco e muita preocupação para os organizadores.
Desde Beijing, os esportes aquáticos são o esporte líder de audiência global de TV nos Jogos Olímpicos. A partir de Tóquio 2021, os esportes aquáticos serão, pela primeira vez na história, os que mais medalhas de ouro irão distribuir, 49 no total, um a mais que o atletismo. Isso é resultado da adição das novas provas, incluindo na natação onde os 800 metros nado livre masculino, os 1500 metros nado livre feminino e o revezamento 4×100 metros medley misto serão disputados pela primeira vez.
Mesmo com tantos pedidos, a realidade é a improbabilidade de sua execução. Os Jogos Olímpicos estão grandes, gigantes, até demais. Do Rio para Tóquio, a competição pulou de 306 para 339 eventos, e a tendência mais realista é de redução.
A FINA fez a parte dela, pediu. O COI deve fazer a parte dele, negar.
O Comitê Executivo do COI vai anunciar o programa, total de esportes, eventos e provas em dezembro deste ano.
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