É amanhã, 106 anos de história, o Comitê Olímpico do Brasil realiza a sua mais acirrada disputa eleitoral. Não consigo identificar como a “mais importante eleição do COB”, algo como estão reproduzindo na disputa da eleição para Presidente dos Estados unidos. Porém, sem dúvida, é uma eleição histórica.
O COB não é um exemplo de entidade democrática, infelizmente. Em 106 anos, apenas nove presidentes, e um sistema de escolha que esteve fechado por décadas. A eleição de amanhã, marca uma nova fase, uma abertura e transparência, além da inédita participação dos votos da Comissão de Atletas, que no final das contas, pode decidir o nome do novo ou futuro presidente.
Concorrem três chapas, a situação com Paulo Wanderley, candidato a re-eleição, e as duas chapas de oposição encabeçadas por Rafael Westrupp e a outra, com menos chances, Hélio Cardoso.
Neste momento cívico e importante para o futuro do esporte olímpico no país, esta eleição teve alguns momentos bastante desagradáveis na campanha, e que merecem aqui serem citados:
* A desistência do Presidente da Confederação de Boxe, Mauro Silva, da posição de vice presidente da chapa de Alberto Murray foi das coisas mais absurdas já vistas na história do esporte nacional. Desistir um dia depois do encerramento do registro de chapas impedindo a participação de Murray no pleito deixou a todos nós perplexos.
* A criação de perfis falsos nas redes sociais, a distribuição de fake news, e até um dossiê contra Paulo Wanderlei por pessoas ligadas a chapa de Rafael Westrupp. Aqui, o jornalista Demétrio Vecchioli do UOL merece um GRANDE elogio pela denúncia e que acabou determinando o desaparecimento dos mesmos, e o fim destes ataques.
* O apoio de Paulo Wanderley para o delegado aposentado Rodney Rocha Miranda para a vaga de Membro Independente do Conselho de Administração gerou uma repercussão nada positiva para a chapa de situação.
* A posição de Emmanuel Rego, candidato a vice na chapa de Westrupp, no comando da Comissão de Atletas da CBV e sua nota de repúdio a jogadora Carol Solberg, pegou muito mal!
* A intromissão e participação de políticos, muito sem qualquer história ou relação com o esporte, fazendo pressão em busca de votos.
* E até mesmo a própria Comissão de Atletas do COB, que na minha opinião, demorou muito para um posicionamento no caso de Carol Solberg. Era simples e fácil, defender a Carta Olímpica e seu artigo 50, que evitaria muito todo o desgaste de um caso que foi parar no STJD da CBV.
No fim das contas, vamos para o voto. Não tenho preferência por qualquer uma das chapas, nem a favor, nem contra. Acho que a oportunidade está lançada e o que queremos é o melhor para o Comitê Olímpico do Brasil e o esporte nacional.
Não vou me esquivar em fazer previsão, acho que Paulo Wanderley é favorito. Acho que os pontos acima citados podem ter gerado um certo desconforto a diferentes candidaturas, mas não serão determinantes na mudança de voto. Na minha projeção, Paulo Wanderley deve ganhar no primeiro turno, e ainda me parece favorito em caso de segundo turno contra Rafael Westrupp. Para a oposição, a chance é tentar levar para o segundo turno, fazer as alianças e conseguir mais votos para a segunda disputa.
Que vença o melhor, estaremos sempre torcendo pelo esporte brasileiro!

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