No seu primeiro dia como Presidente dos Estados Unidos Joe Biden assinou 17 Ordens Executivas, uma delas tratava de discriminação para indivíduos serem tratados de forma digna, respeitosa e sem medo de suas opções sexuais. A ordem menciona também fez menções a crianças transgêneros serem proibidas de uso de vestiários, banheiros e acesso a prática e competição esportiva.

A única menção ao esporte é diretamente relacionado a crianças e treinamento e competições escolares, sem qualquer relação ou direcionamento ao esporte de alto rendimento ou universitário. Não demorou muito para explodir um show de erros na interpretação e fake news. Nas redes sociais, apareceu a hashtag #bidenerasewomen e os devidos compartilhamentos incrementando ainda mais a falsa notícia.

Até a Fox News errou na postagem (e ainda não corrigiu) a interpretação da decisão (link). A melhor postagem foi da Newsweek que analisou em detalhes a Ordem Executiva e apontou o que é real e o que é falso (link).

No contexto específico, a Ordem Executiva trata apenas do esporte para crianças transgêneros em idade escolar. A prática e as competições de alta performance tem regulamentação específica. No esporte escolar dos Estados Unidos a situação atual no caso dos atletas-estudantes transgêneros aponta 16 estados no chamado “friendly situation” onde estes podem competir sem qualquer problema (incluindo Califórnia e Flórida), outros 14 estados exigem comprovação e indicativos médicos para a participação, 10 estados não tem qualquer regulamento, deixando que escolas e entidades façam a sua própria regra, e 11 estados proíbem por completo (incluindo Texas e Geórgia).

No ano passado, foi aprovada uma lei no Estado de Idaho que proibia a participação dos atletas transgêneros em todos os níveis. Meses depois, a lei foi considerada inconstitucional por um juiz federal e segue em discussão na esfera jurídica.

O NCAA exige que o atleta trans feminino complete um ano completo de tratamento de supressão de testosterona antes de estar autorizado a competir no esporte universitário. Durante este ano de tratamento, o atleta pode competir no esporte masculino, mas conta como perda de ano de elegibilidade na sua carreira universitária.

Nas competições dos esportes olímpicos de alto rendimento, incluindo a USA Swimming, é seguida a orientação do COI estabelecida em 2015 que determina níveis de testosterona por um ano completo antes de serem elegíveis para competir.

Você pode conferir a Ordem Executiva na íntegra aqui:

https://www.whitehouse.gov/briefing-room/presidential-actions/2021/01/20/executive-order-preventing-and-combating-discrimination-on-basis-of-gender-identity-or-sexual-orientation/

Uma das melhores fontes para o esporte de pessoas transgêneros é este aqui:

https://www.transathlete.com/

2 respostas
  1. Glaidston dos Santos Vital
    Glaidston dos Santos Vital says:

    Pior de tudo é que por trás desse decreto está um projeto sujo que nada tem a ver com direitos nem dignidade. Mas por ignorância muitos caem nesse discurso.
    É impressionante como a ingenuidade de uns somada a maldade de outros destrói a sociedade.

  2. Paulinho
    Paulinho says:

    esse decreto é abusivo infantil, porque crianças nunca deveriam ser tratadas desse jeito. Voce nao pode mudar o cromossomo nem a estrutura corporal por completo. Isso cria desigualdade entre a mulheres. Nenhum pai ou mãe vai gostar de ver menino entrando em vestiario de menina. Isso cria o precedente pra mais um caso igual ao da Fallon Fox. Fallon Fox competiu no MMA entre as mulheres, e sabe o aconteceu? ela rachou o cranio de duas competidoras e aposentou uma por causa dos danos causados durante a luta.

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