Sou suspeito, conheci muito bem o Oussama Mellouli durante o período que trabalhei como treinador da Seleção do Kuwait. Estivemos juntos nos Jogos Pan Árabes de 2011 quando ele conquistou 13 medalhas de ouro em 13 provas disputadas, isso mesmo, ele venceu todas as provas do programa. A mais difícil delas, ganha na batida de mão, de um atleta meu na chegada dos 200 metros borboleta.
Mellouli é um craque, como atleta, como pessoa, como líder e inspiração. Aos 37 anos de idade, está se preparando para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio aquela que será sua sexta Olimpíada na carreira. Se conseguir isso (ainda não está classificado), vai se igualar aos suecos Therese Alshammar e Lars Frolander e ao turco Derya Buyukuncu.
A carreira de Mellouli é muito mais do que louvável. Ele começou cedo, aos 16 anos era olímpico em Sydney 2000, para onde viajou sem treinador, sem dirigente, sem qualquer orientação, ficou em 43o lugar entre 45 nadadores que disputaram os 400 metros medley. Ele estava tão animado, mas tão animado que bateu o recorde nacional da Tunísia nos primeiros 100 metros de borboleta.
Em 2004 em Atenas, Mellouli foi quinto nos 400 medley, para se tornar campeão olímpico dos 1500 livre em Beijing 2008 e se tornar o primeiro campeão de piscina e águas abertas ao vencer os 10 quilômetros em Londres 2012.
Fora isso ainda lidou com uma suspensão por doping. Era o ano de 2007, Mellouli estava se formando na University of Southern California e tomou uma droga bastante comum entre os estudantes americanos, Aderall. Serve para ficar a noite estudando para as provas. Foram 18 meses de suspensão.
Seu retorno foi muito mais forte do que havia conquistado até então. Mellouli fala com orgulho da sua raça, da sua religião e é ídolo na comunidade islâmica.
Veja a entrevista abaixo (em inglês), vale muito a pena:
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