Terminou ontem o 44o Campeonato Sul-Americano de Natação e, mesmo dentro da Pandemia, e em condições muito especiais, foi uma grande aventura ter realizado esta competição. CADDA, a Confederação Argentina de Desportos Aquáticos e CONSANAT, Confederação Sul-Americana de Natação, estão de parabéns, pois o evento saiu melhor do que o esperado.

Argentina campeã, depois de 55 anos de vitórias consecutivas do Brasil, mas o registro importante de ter a equipe júnior do Brasil ganhar no quadro geral de medalhas. Isso é muito, mas muito expressivo. O time sub 21 do Brasil se mostrou bastante competitivo em toda competição e perdeu o título geral por menos de 20 pontos e ainda conseguiu ser campeão na categoria masculino.

Ao final da competição, qual deve ser o destaque da imprensa para o evento?

Primeiro precisamos estabelecer que existem três tipos de cobertura do evento. A imprensa geral, a chamada grande mídia, a imprensa especializada, esportiva e ênfase nos esportes olímpicos, e a assessoria de imprensa da CBDA. As três, por essência, vão ter publicações distintas com diferentes abordagens.

A imprensa geral sempre vai ter reduzido espaço para eventos como este. Aqui, o destaque vai ser “Argentina campeã, depois de 55 anos Brasil é derrotado”. Não há como escapar disso, e é o correto. A abordagem deste nicho é o fato jornalístico por essência.

A mídia especializada, a esportiva e principalmente aquelas que cobrem natação ou esportes olímpicos, vai analisar o resultado indicando que o Brasil foi representado por uma equipe júnior contra as seleções principais do continente e ampliar as publicações com a conquista do quadro geral de medalhas. O tom da cobertura da mídia especializada sempre será mais técnico e analítico, por isso os destaques ao fato de ser uma equipe júnior e a vitória nas medalhas de ouro.

Já a assessoria de imprensa da CBDA tem outro foco, outra linha de cobertura. “Brasil encerra como líder no quadro de medalhas” foi o título utilizado pelo excelente jornalista João Paulo Castro fechando a competição. É responsabilidade do assessor de imprensa esta abordagem mais positiva da campanha.

Tudo isso é jornalismo, feito de forma diferente, mas apresentando o mesmo fato. Nenhum dos três métodos de apresentação da notícia está errado, pelo contrário, atende a demanda de seu público e orientação editorial.

Quer ver como todo mundo tem memória curta, ou seletiva? A pergunta é quem foi o país campeão mundial de piscina curta no Mundial de Doha em 2014?

Todo mundo, todo mundo mesmo, vai dizer que foi o Brasil! Veja a publicação na época do site da CBDA anunciando nossa conquista inédita:

 

 

Na época, não só a CBDA, mas a imprensa geral, especializada e o SporTV que fez a cobertura in-loco deu grande ênfase ao resultado promovendo o feito inédito do Brasil. E que feito! Foi garantido na última prova do programa, um revezamento onde não éramos favoritos, mas o 4×100 medley masculino do Brasil de Guilherme Guido, Felipe França, Marco Antonio Macedo e Cesar Cielo nos deu o ouro e a conquista do quadro geral de medalhas do Mundial.

 

 

Vamos ser sinceros, ninguém falou do chamado “Championship Trophy”, o título de campeão, entregue pela FINA a Seleção “campeã” do Mundial de Curta de 2014, aquela que somou mais pontos e venceu a competição. Eu falei ninguém! Pois é, foi os Estados Unidos o campeão na pontuação daquele Mundial.

 

 

Assim, deixa os argentinos comemorarem, deixa eles celebrarem esta conquista maravilhosa e a quebra dos 55 anos de vitórias consecutivas do Brasil, mas por favor, não deixe ninguém, NINGUÉM, desdenhar, ou contestar o feito maravilhoso que a Seleção Brasileira Júnior (sub21) alcançou ao vencer o quadro geral de medalhas do Sul-Americano Absoluto de 2021.

Parabéns a todos os 28 atletas, comissão técnica e pessoas que estiveram envolvidos nesta conquista.

3 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário