O discurso vai ser diferente, os americanos conseguem isso de forma sublime, mas a verdade é que os resultados apurados na Seletiva Olímpica encerrada ontem em Omaha, são, no mínimo, preocupantes. Veja abaixo algumas observações daquela que é a maior competição de natação do mundo (juro que estou falando a verdade):

* Apurados 50 nadadores, 26 mulheres, 24 homens. Comparados ao Rio 2016, eram 44, mas na época, muitos nadadores em múltiplas provas, agora quase todos em provas únicas.
* Este aumento de nadadores causou algo que não acontecia desde 1984, os americanos não vão conseguir levar 6 atletas para o 4×100 livre masculino, Ryan Held ficou de fora pela regra do “relay only”.
* Sete tempos alcançados na Seletiva Olímpica Americana são número 1 do mundo, comparados aos nove da Austrália.
* Katie Ledecky é quem terá o maior menu em Tóquio, classificada para quatro provas individuais (200, 400, 800 e 1500 livre), enquanto Caeleb Dressel vai para três (50, 100 livre, 100 borboleta) e Michael Andrew também três (50 livre, 100 peito e 200 medley).
* Cinco recordes americanos batidos, 100 peito duas vezes por Michael Andrew, 100 borboleta duas vezes por Torri Huske e Caeleb Dressel igualou os 21.04 nos 50 livre. Em 2016, na Seletiva tivemos apenas um recorde americano batido por Josh Prenot nos 200 peito.
* Renovação grande no time americano. Dos 30 nadadores que estiveram no Rio 2016 e tentaram vaga na equipe para Tóquio, apenas 15 conseguiram classificação. É a equipe mais jovem dos Estados Unidos desde Atlanta 1996, são 11 nadadores com 19 anos ou menos.
* Katie Grimes ao conseguir a segunda vaga nos 800 livre, aos 15 anos de idade, se torna na nadadora mais jovem a fazer o time americano da natação desde Katie Ledecky em Londres 2012, quando também tinha 15 anos.
* Allison Schmitt é a mais experiente da equipe americana, vai para Tóquio aos 31 anos de idade e disputará sua quarta Olimpíada.
* Lydia Jacobi, segunda classificada dos 100 peito, é a primeira nadadora do Alaska a fazer parte do time americano de natação.
* A Universidade da Flórida deve comemorar os resultados nas provas de livre entre os homens, todos os vencedores são alunos ou ex-alunos da equipe: Caeleb Dressel nos 50 e 100 livre, Kieran Smith nos 200 e 400 livre, Bobby Finke nos 800 e 1500 livre.
* Desde 2000 a equipe de natação dos Estados Unidos tem nadadores negros na sua equipe, e em Tóquio serão duas, Natalie Hinds e Simone Manuel.
* Na comissão técnica, dois head coaches que já eram conhecidos desde 2018, e mais oito treinadores convocados com base nos resultados. Apenas uma mulher, Tery McKeever, que já tinha feito parte da comissão técnica de 2016 e 2012. Bob Bowman, ex-técnico de Michael Phelps vai para sua quarta Olimpíada e temos os estreantes Peter Andrew, pai de Michael, e Anthony Nesty, técnico da Universidade da Flórida.

Os americanos agora tem alguns dias de folga e todos se apresentam no domingo, começa um Training Camp no Havaí para a viagem marcada para o dia 12 de julho para Tóquio.

Volto a repetir que os resultados da Seletiva foram preocupantes, mas se existe algo que aprendi nos Estados Unidos é que “jamais duvide dos americanos, jamais”. Ontem mesmo, o comentarista da NBC Rowdy Gaines falou algo bem interessante, “esta é a competição mais nervosa, mais tensa da natação” e por conta disso a expectativa é de que este grupo será o suficiente para manter um domínio na natação olímpica mantida desde a década de 60.

2 respostas
  1. Fernando Lima
    Fernando Lima says:

    Como a seletiva americana costuma ser tão forte ou mais que a própria olimpíadas, agora é ficar de olho no resultados em Tóquio, quanto ao Brasil , vamos ter surpresas boas , temos nadadores jovens e com potencial enorme , tem que acreditar e nadar forte , assim como Luiz Altamir quando abriu o rev 4×200 , abriu junto puxou a equipe e foram campeões mundiais, com recorde mundial, boa sorte a todas equipe Brasileira de Natação, eu acredito .

  2. Cézar
    Cézar says:

    Preocupante é o nosso Brasil que vai levar quase 30 atletas e periga não ganhar medalha. Chegamos ao ponto de comemorar finais e vagas em revezamento, isso sim é preocupante.

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