No bronze do Brasil 4×100 livre misto classe S14 Gabriel Bandeira abriu com 51.11, marca abaixo do recorde mundial de 51.52 do britânico Reece Dunn feita no Campeonato Europeu de 2019. Dunn nadou ao lado de Bandeira, também abriu forte, e também nadou abaixo do recorde mundial com 51.15.

O “recorde” de Gabriel Bandeira não será homologado e segue a linha das regras da FINA. A natação paralímpica tem como premissa seguir as regras da FINA e fazer os devidos ajustes para as categorias específicas. Neste caso, não há exceção.

As provas mistas geraram este adendo na regra que impede marcas feitas nestes revezamentos de serem homologadas como recorde. Isso tudo nasceu lá trás, antes mesmo de existirem os revezamentos mistos em Campeonatos Mundiais (desde 2015) ou na Olimpíada (desde 2020). Era o Duel in The Pool de 2007 quando a australiana Libby Trickett se tornou na primeira mulher a nadar os 100 livre abaixo dos 53 segundos.

Libby abriu o revezamento da Austrália nadando ao lado de Michael Phelps que abriu para os Estados Unidos no 4×100 livre. A Best Swimming até contou esta história aqui.

A interpretação da FINA sempre foi esta. Uma mulher que nada contra um homem estaria levando vantagem pois nadaria com alguém “lhe puxando”.  E desde então, estes tempos são recusados pela FINA.

Alguns países até aceitam como marcas nacionais, a Austrália na época considerou o tempo de Libby Trickett como recorde nacional, mas a FINA não. Não vale nem recorde, nem índice, nem tempo para ranking mundial.

Pelo menos fica o consolo para Gabriel Bandeira e seu treinador Alexandre Vieira de que ele é o homem mais rápido do mundo nos 100 livre classe S14. O recorde ainda não é dele, e vai que quando tiver a oportunidade de nadar de novo não role um sub 51, do jeito que ele está nadando, não duvido nada.

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