Um dos mais consagrados jornalistas de natação do mundo (para mim, o maior), o britânico Craig Lord publicou uma petição online solicitando apoio e endosso para um pedido encaminhado para as autoridades olímpicas, mais especificamente ao Presidente do COI, Thomas Bach.
Lord, que escreve para o seu próprio website (State of Swimming) e com frequência para o jornal britânico The Times sempre foi um defensor do esporte limpo e buscando uma punição para toda uma geração de nadadoras da Alemanha Oriental que teriam sido favorecidas durante os anos 70.
O que ele pretende é uma revisão de resultados, desclassificação de conquistas das alemãs orientais e premiação dos atletas que teriam sido afetados pelas colocações das nadadoras alemãs.
Veja aqui o extenso texto apresentado por Craig Lord e como você pode assinar:
Doping é global, e usar política para acusá-lo não ajuda, pelo contrário, disfarça. O país que mais produz e consome drogas ilícitas está no topo do quadro de medalhas olímpicas, doping é um problema de todos. Apontar o dedo para este ou aquele ajuda nesta narrativa da fuga e principalmente recusa da realidade. Como disse antes, a informação, que vem sempre carregada de interesse, seria fundamental para controlar o que todos queremos, o fim do doping.
1. Não referi apenas à natação, quando escrevo sobre doping institucionalizado, isso abrange várias modalidades…
2. Quem “separou” a Alemanha Oriental do resto da Alemanha e implantaou lá uma ditadura comunista, com campos minados, arames farpados, guaritas com guardas fortemente armados e muros, inclusive, o de Berlim foi a Rússia, e nessa ideologia absolutista valia dopar seus altas para se mostraram superiores aos ocidentais, em detrimento da falta de liberdade e das mazelas da população…
3. O ‘modus operandi” da Alemanha Oriental era baseado no seu dominador que a era Rússia (através da URSS)…
4. Se não há doping institucionalizado na Rússia, então a Federação de Atletismo e o Comitê Paralímpico puniram a Rússia por nada?
1o Não há qualquer acusação nem provas de qualquer doping institucionalizado na época da União Soviética, muito menos na natação.
2o O doping institucionalizado na natação chinesa aconteceu no início da década de 90, 20 anos depois da Alemanha Orienta, e há quase 30 anos.
3o Nenhum nadador russo entrou no caso do doping que causou a suspensão da Rússia nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e a suspensão vai até 17 de dezembro deste ano.
4o Ao misturar tudo isso, colocar num saco só, e fechar os olhos para a realidade de que o doping é global, não me parece ser muito sensato.
5o Os Estados Unidos, e até o Brasil, tem mais nadadores dopados do que Rússia e China nos últimos anos e isso é fato.
A matéria é da época em que Alemanha Oriental, URSS ( Rússia etc…), China e outros países em menor escala investiam pesado no doping institucionalizado…
Logo, se medalhas da Alemanha Oriental forem cassadas, medalhas de países como URSS e China que também investiam na TRAPAÇA institucionalizada também têm que ser cassadas…
Em se falando de “informação é fundamental para poder emitir opiniões”, a Rússia competiu sem BANDEIRA e sem HINO desde os Jogos Rio 2016, foi banida dos jogos Paralímpicos 2016, banida de competições da World Athletics, por causa de doping institucionalizado, com autoridades russas não só acobertando, mas também incentivando o doping massivo em várias modalidades.
E se o número de dopados tem diminuído, é porque os organismos internacionais tem pressionado, porque se dependesse das autoridades locais, a TRAPAÇA continuaria de vento em popa…
Sandro, você sabia que de 2016 para cá Rússia e China não estão entre os Top 10 do número de atletas dopados na natação? Não estou defendendo nenhum tipo de ação ilícita, mas a informação é fundamental para poder emitir opiniões, ainda mais num tema tão delicado.
E a RÚSSIA e a CHINA??? Também tem que ter petição para os DOPADOS russos e chineses que não são poucos…