A coletânea de declarações e frases dos atletas brasileiros pela mídia on-line continua, chegando na metade da competição. Foram consultados poucas fontes de mídia, entre elas a oficial CBDA, já que diversos sites reproduzem as declarações já realizadas à agências. Algumas declarações são referentes à outros dias de competição. Confira o que foi dito:

JOANNA MARANHÃO, ELIMINATÓRIAS 200 BORBOLETA
Vou nadar o Finkel (Troféu José Finkel, em setembro) e o Torneio Open (dezembro), mas recebi alguns convites e é uma possibilidade. Brinquei com a Ana Marcela se ela me deixava nadar no vácuo dela e ela disse que não porque no final eu a passaria. Fiquei com um gostinho de quero mais principalmente pelos cinco centésimos de ontem. Essa prova de hoje não, realmente não deu, mas fiquei emocionada de ver a torcida empurrando e aplaudindo, mesmo eu terminando em 15º ou 24º. É disso que se trata os Jogos Olímpicos.

NICOLAS NILO DE OLIVEIRA, ELIMINATÓRIAS 100 LIVRE
São muitos sentimentos, muitas emoções, mas essas lágrimas no meu rosto não tem nada a ver com tristeza. É o fim de uma jornada muito longa. Meu sentimento é de felicidade, apesar de tudo que aconteceu aqui, não posso sair de outra forma, a não ser de cabeça erguida, porque sei que tudo que eu tenho e aonde cheguei devo a Natação. Essa é a ultima vez que caio nessa piscina Olímpica. Tive uma carreira muito feliz. A oportunidade de nadar a Olimpíada dentro de casa foi indescritível

NICOLAS NILO DE OLIVEIRA, ELIMINATÓRIAS 4X200 LIVRE
Precisa de muita humildade, força de vontade, saber que não se chega a lugar nenhum sozinho. Eu comecei e encerro minha carreira da mesma forma. Nunca deixei de tratar com muita simplicidade e com muito respeito. Ter força de vontade e garra. É o que eu espero que tenha deixado como legado. A molecada que está aí, só de estar tendo a oportunidade de disputar uma Olímpiada dentro de casa, já é uma bagagem muito grande. A molecada está preparada, principalmente o pessoal do 100m livre, Matheus e Gabriel, já enfrentaram uma pedreira logo de cara. A gente passa o bastão pra molecada já bem pronta aí para as próximas. Eu sou um cara de equipe, a minha postura vai continuar sendo essa. Vou encontrar os caras e continuar mandando minha energia positiva para os que ainda vão nadar. Muita alegria e felicidade. Sabendo que nesse ciclo de quatros anos eu fiz tudo o que poderia fazer. Eu estou me preparando para isso. Já tenho minha vida mais ou menos muito bem encaminhada fora da piscina, mas é difícil passar o bastão. Vamos ver como vai acontecer. Assim como entrei caladinho, devo sair assim, sem muito alarde

ANDRÉ PEREIRA, ELIMINATÓRIAS 4X200 LIVRE
Estou adorando tudo. É uma experiência única e acima de tudo, um aprendizado. Tenho apenas 22 anos e esta é apenas a minha primeira Olimpíada. Já estou pensando em Tóquio/2020. Hoje não obtivemos o tempo esperado, agora temos que ver os erros, analisar o que podemos ter feito de errado, aqueles detalhes que fazem a diferença, e corrigi-los. Mas valeu.  Estar aqui é muito bom

JOANNA MARANHÃO
Eu queria falar em nome de todo mundo. Eu lembro quando a Rafaela pegou na perna, há quatro anos, em Londres, e a galera esculachou com ela. Macaca, não sei o quê…Quatro anos agora e a Rafaela se torna heroína. Mas a Rafaela já era heroína. Desde o momento em que ela pegou a oportunidade de fazer judô. Do jeito dela, daquele jeito que ela diz que é. Eu não subi no bloco para piorar meu tempo. Kitadai não entrou no tatame para perder medalha, a Sarah não subiu no tatame para não ganhar medalha, a Erika não medalhou o ciclo olímpico inteiro e foi tão constante para não ganhar medalha, o Luciano não treinou todos esses anos para perder a vaga no final, o Cielo não escolheu ficar de fora dos Jogos Olímpicos, o 4x100m livre do Brasil não ficou em quinto porque fez corpo mole. A gente dá duro todo dia. Vocês sabem disso, mas o Brasil é um país machista, um país racista, um país homofóbico, um país xenofóbico. Não estou generalizando, mas essas pessoas existem, infelizmente. E aí, quando elas estão atrás de um computador, elas se acham no direito de fazer essas coisas. Todo mundo tem direito de discordar de meus posicionamentos políticos que são da minoria. Eu não faço parte da maioria. Mas a minha formação, a minha história, fez com que sentisse uma necessidade de me posicionar politicamente. E eu não vou parar. O que eu puder fazer para melhorar meu país de alguma forma, eu vou fazer

JOANNA MARANHÃO, ELIMINATÓRIAS 200 BORBOLETA
Não acho que tenha refletido na prova. Eu nadei mal e ponto final. A culpa é minha. Eu travei no final. A culpa é 100% minha. Não estou usando isso para justificar, de jeito nenhum. Mas desejar que eu seja estuprada, desejar que minha mãe morra, comemorar porque eu não peguei uma final por cinco centésimos, eu acho isso uma covardia, uma falta de caráter. Isso não se faz com ninguém. Todo mundo já passou por alguma decepção na vida. Eu já ganhei por cinco centésimos, já perdi por cinco centésimos. Eu já pensei em tirar minha própria vida. Eu lutei pra caramba (choro). Eu conquistei quatro vezes o índice olímpico para estar aqui. Eu sou a melhor atleta do medley do Brasil desde os 14 anos de idade. Eu não preciso que isso tenha valor para os outros. Eu preciso que tenha valor para mim. Pra mim tem valor. Eu me orgulho muito da minha trajetória, da minha história. Não é que esse tipo de mensagem vai me fazer parar de nadar ou desistir. Mas machuca, dói. A Rafaela não merecia ter escutado o que ela escutou há quatro anos. A Sarah não merece escutar. Eu lembro que o Leandro Guilheiro teve um ciclo até Londres brilhante. E aí, quando ele não ganhou medalha as pessoas começaram a chamar ele de Leandro Pipoqueiro. Um cara que é campeão mundial júnior, tem duas medalhas em campeonatos mundiais, duas medalhas em Jogos Olímpicos, um cara que tira golpe dos dois lados, ser chamado assim, é muito cruel. Eu não sei se o fato de a gente vir de um país com uma cultura futebolística faz com que as pessoas se sintam no direito de fazer isso

MARCELO CHIERIGHINI, ELIMINATÓRIAS 100 LIVRE
Estou me sentindo um pouco preso, cansado. Nadar de manhã (início da tarde, na verdade) é difícil. Mas passei. É focar nos detalhes. Sei que posso andar mais rápido. Tenho certeza que vai ser melhor depois

JOANNA MARANHÃO
A gente precisa ter um pouco mais de respeito, um pouco mais de simpatia pelo ser humano. A gente não tem o direito de tratar as pessoas assim. Desejar que eu seja estuprada? Sério? Porque eu não apoio o político x ou y? Falar que eu inventei a história da minha infância para estar na mídia? Isso é muito pesado. Pelo amor de Deus. Como que alguém pode imaginar que eu seria capaz de inventar um abuso para estar na mídia? Que tipo de mídia é essa que eu quero estar? A minha mãe até hoje tem que sentar de frente com o cara que fez o que fez comigo para escutar ele dizer que não fez. Será que eu ia querer que a minha mãe passasse por isso? Que tipo de ser humano monstro seria eu? É pesado, é muito louco. Estou fazendo um apelo para as pessoas. Ninguém tem a obrigação de gostar de mim, mas respeita. Eu aguento porque eu não tenho outra opção na minha vida. Mas não é todo mundo que aguenta.

KAIO MÁRCIO DE ALMEIDA
A mensagem mais importante dessa Olimpíada no Brasil é que o esporte é deixa legado.
Rafaela é um exemplo lindo disso, porque acordou o pessoal sobre a importância do esporte. A gente precisa de bons exemplos que os esportes olímpicos oferecem e lutar por mais investimentos na nossa base para descobrir novos talentos. Que despontam em escolas e projetos sociais. Mas é preciso que cada esporte tenha um projeto bem estruturado voltado para o alto desempenho do atleta e não só pra cumprir tabela

JOANNA MARANHÃO
As pessoas não foram para pedir o impeachment? É um direito delas. Se as pessoas querem usar isso aqui para uma conotação política, deixa gente. Portanto que não passe para a violência, deixe. Em nossa bagunça brasileira a gente se organiza. Acho que a gente já está se organizando. A gente já entendeu que as coisas não estão boas e precisam mudar. Mas, por favor, gente, não fiquem desejando que eu seja estuprada. Por favor, não façam mais isso.

KAIO MÁRCIO ALMEIDA
Tinha 8 anos e vi Gustavo Borges de perto, quando ele esteve em João Pessoa. Aquilo mexeu tanto comigo que senti a vontade de ser igual ao ídolo. Quantas meninas não devem ter sentido o mesmo vendo a emoção de Rafaela ao vencer tantas batalhas até o ouro? Essa menina vai ajudar a transformar vidas

JOANNA MARANHÃO
Estou sempre aprendendo. Por incrível que pareça, eu falo menos do que eu falava antes. Muito por indicação do meu técnico. Mas, às vezes, não dá. Estou tentando aprender.

LEONARDO DE DEUS
O início está bem aquém do que vínhamos mostrando tanto no Pan de Toronto, quanto no Mundial de Kazan. No Maria Lenk também fizemos bons tempos. Agora estamos só com três finais, as duas do 100m peito, que também não foram os melhores tempos, e o revezamento também que foi aquém do que esperava. E agora a prova dos 200m borboleta, que eu era um dos principais, acabei nem entrando nessa final. Mas não temos que nos desculpar não. Tanto a confederação quanto o governo, quanto os clubes investiram bastante na gente. Tivemos todo o apoio possível. Nós, atletas, temos que acordar. Não está bom. A Olimpíada é em nossa casa e não estamos fazendo bonito

JOANNA MARANHÃO
Não consigo tirar a natação da minha vida. Os Jogos Olímpicos acabaram, mas eu tenho o Finkel. Tenho contrato com o meu clube, tenho que ser profissional com meu clube. Eu até falo pro meu técnico: “O ano de 2016 está passando muito rápido”. Eu não quero que acabe. Quem sabe fazer uma meia temporada de maratona. Não sei se vou conseguir levar porrada no mar e não dar. Acho que eu vou levar uns cartões vermelhos nas primeiras vezes por ser sangue quente. Ainda quero viver alguma coisa na natação. Algumas etapas de maratonas aquáticas dentro do Brasil é uma coisa que me apetece. Não sei. Vai que depois que eu case, eu não quero? Mas não quero que a natação acabe não. Acho que ainda sou boa nesse negócio.

JOANNA MARANHÃO
Casamento está marcado para o dia 15 de outubro. O combinado com Lu foi o seguinte: “Lu, você vai ter que trabalhar para botar dinheiro em casa porque eu quero passar em um concurso público e dar aula para criança em escola público. E isso não dá muito dinheiro”. Eu preciso me sentir útil. Nadando eu me sinto útil. Eu preciso fazer alguma coisa na vida que eu sinta que estou fazendo a diferença. Aula do que for, alguma aula que eu tenha condições d estar em contato com quem está em formação. Me sinto a necessidade de ser útil. Preciso fazer alguma coisa para melhorar o país de alguma forma.

 

1 responder
  1. Lucio
    Lucio says:

    Leonardo falou bem

    Nao estao fazendo bonito.

    O resto eh blah blah blah

    Daqui a pouco estamos la de volta. Vou de Lazlo hj a noite no borbo

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