O show da noite foi dele, Michael Phelps. Os outros trabalharam forte como coadjuvantes, inclusive um brasileiro. Este é o resumão do quarto dia de finais da natação destes Jogos Olímpicos Rio 2016, no Estádio Aquático Olímpico:

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SEMIFINAL 100 LIVRE MASCULINO

Marcelo Chierighini. Finais e Semi da natacao no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 09 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ,  Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Marcelo Chierighini. Finais e Semi da natacao no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 09 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

A primeira semifinal começou determinada para se corrigir a bagunça que foi as eliminatórias. Nathan Adrian assumiu a ponta da série e da final, marcando o melhor tempo de 47.83. O australiano de 18 anos, Kyle Chalmers, fez o segundo melhor tempo, 47.88, superando novamente seu recorde mundial junior das eliminatórias, 47.90, e ficou 5 centésimos na frente do compatriota e ex-favorito Cameron McEvoy, com 47.93 empatado com o canadense campeão pan-americano Santo Condorelli. Chierighini também acordou na competição, fez uma prova em que já estava acostumado a fazer, foi o mais rápido entre os semifinalistas na parcial dos 50m, 22.59, mas foi o que pior voltou entre os finalistas, 25.64. Com 48.23, foi suficiente para pegar a raia 8, que declarou estar mais à vontade nadando tanto na raia 1 quanto na raia 8. O peso de chegar à final já passou, e agora visivelmente mais tranquilo – e até puxou gritos de guerra na arquibancada – Chierighini está na briga por medalha. Vladimir Morozov, outro russo que ficou na dependência de julgamentos internacionais para participar, terminou fora da final por 3 centésimos, perdendo justamente pro brasileiro. A prova mais dosada continua sendo de Kyle, 23.35/24.53, uma volta espetacular – quando Cielo bateu o recorde mundial de 46.91, ele voltou com 24.74.

FINAL 200 LIVRE FEMININO

Katie ledecky

Foi um belo duelo. Katie Ledecky, muito bem orientada pelo seu técnico engenheiro, sabia que para ganhar de Sarah Sjoestroem deveria passar na frente, o que não é a estratégia normal de Ledecky. Conseguiu passar os 100 metros na frente de Sarah, mas atrás da australiana Emma McKeon: 55.37 x 55.43 x 55.86. Com uma distância de 43 centésimos de Sarah e Emma perdendo ritmo, a americana assumiu a liderança nos 150m e foi quase ameaçada nos 185m, batendo na parede em 1a. com 1:53.73 contra 1:54.08, 12 centésimos acima do recorde olímpico da compatriota Allison Schmitt. McKeon levou o bronze com 1:54.92, seguida da diva recordista mundial Federica Pellegrina, com 1:55.18, que chegou a passar em último nos 100m.

FINAL 200 BORBOLETA MASCULINO

Michael Phelps. Finais e semi da natacao no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 09 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ,  Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Michael Phelps. Finais e semi da natacao no OAS. Jogos Olimpicos Rio 2016. 09 de Agosto de 2016, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress

Aos 31 anos, Phelps conquistou sua 20a. medalha de ouro olímpica na carreira de forma dramática, ao melhor estilo dos 200 borboleta. Liderou toda a prova e foi muito ameaçado pelo japonês Masato Sakai na marca dos 180 metros. O japonês esteve em 6o. lugar até ali, foi o que teve o melhor últimos 50 metros entre os finalistas, 29.67, tirando uma diferença de 1 segundo em 50 metros contra Phelps. Ambos chegaram mal encaixados, mas de chegada Phelps entende muito bem: 4 centésimos de vantagem para o mito olímpico, que recebeu uma ovação história no Rio de Janeiro. O melhor tempo das semifinais Tamas Kenderesi terminou com o bronze, 1:53.62, medalha que era estimada pelo seu companheiro Laszlo Cseh, melhor tempo do mundo até o início da competição, mas que na final fechou em 7o. com irrisórios 1:56.24 – morreu, fechou com 32.65. O atual campeão olímpico Chad le Clos, que ontem brincou de boxe na sala de balizamento, acabou fora do pódio, esquecido com 1:54.06.

SEMIFINAL 200 BORBOLETA FEMININO

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As chinesas finalmente apareceram e cresceram das eliminatórias, com Yilin Zhou marcando 2:06.52 e Yufei Zhang com 2:06.95. Estão no bolo por enquanto mas sempre consideradas perigosas na final. O melhor tempo das semifinalistas foi da americana Madeline Groves, com 2:05.66, seguida da favorita Mireia Belmonte, 2:06.06. Madeline foi a única a passar abaixo do minuto nos 100 metros, 59.41, estratégia que pode custar-lhe – ou dar-lhe – o ouro amanhã, já que suas adversárias voltam com 1:05 enquanto ela teve os segundos 100 metros com 1:06.25. A japonesa Natsumi Hoshi foi a única entre as finalistas a fechar os últimos 50 metros mais forte que o anterior e está com o 4o. tempo da final. De tudo, apenas uma certeza: ninguém irá nadar para o recorde mundial extraordinário de Liu Zige de 2:01.81 desde 2009. Aliás, os 2 recordes de 200 borboleta, masculino e feminino, são de 2009 e ambos são extraordinários: Michael Phelps fez 1:51.51 no Mundial de Roma.

SEMIFINAL 200 PEITO MASCULINO

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Primeiro recorde olímpico da noite, segundo recorde da noite. O japonês Ippei Watanabe quebrou o recorde de Daniel Gyurta com 2:07.22, 6 centésimos mais rápido que a marca do húngaro que teve que assistir à prova das arquibancadas, já que lamentavelmente nem se classificou para as semifinais. O britânico Andrew Willis venceu a segunda semifinal com 2:07.73 e avança com a segunda melhor marca, seguido de Josh Prenot, 2:07.78 e de outro japonês, Yasuhiro Koseki com 2:07.91. Acompanha a turma do 2:07 Kevin Cordes, com 2:07.99. O campeão mundial Marco Koch mantém-se na luta e está na final com o 7o. tempo de 2:08.12. Ippei é, junto com Anton Chupkov, o mais novo da final, com 19 anos e 1,93 metro de altura, algo raro em se tratando de peitista japonês, tradicionalmente sempre uma atleta mais baixo que 1,80m.

FINAL 200 MEDLEY FEMININO

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Se Michael Phelps que é Michael Phelps cansa, o que dirá de uma dama de ferro? Muito cansada, Katinka Hosszu tocou na parede em primeiro lugar certa de que exauriu todo o esforço e que tomou uma boa decisão em abdicar a prova de 200m borboleta que inicialmente estava inscrita. Tomou um sufoco de Siobahn-Marie O’Connor, a britânica não deixou o pé da húngara, que basicamente venceu a prova graças ao parcial de costas, 31.66 contra 32.30 de O’Connor. A britânica teve o melhor final de prova, 30.39. A americana Maya Dirado também fez um bom parcial de costas, 31.88, mas já tinha passado atrás no borboleta, em 4o. lugar com 28.02, e o nado peito não estava à altura das duas primeiras. Novo recorde olímpico para Katinka, 2:06.58, contra 2:06.88 de O’Connor e 2:08.79 de Dirado. O recorde olímpico anterior era da própria Katinka, obtido nas eliminatórias com 2:07.45. Shiwen Ye? Fechou raia, 2:13.56 e definitivamente pode encerrar a sua curta carreira de nadadora depois de obter a classificação para esta Olimpíada no tapetão e não retribuir com resultados na piscina. Katinka já repete o feito de Inge de Bruijn com 3 medalhas de ouro individual, caso que não acontecia desde Sydney-2000, e pode se igualar a Kristin Otto, que em 1988 conseguiu 4 ouros individuais – e mais 3 com os revezamentos, ainda sendo a nadadora que mais ouros conseguiu em uma só Olimpíada.

FINAL 4X200 LIVRE MASCULINO

Equipe americana se abraça depois da vitória do 4x200

Equipe americana se abraça depois da vitória do 4×200

Uma barbada que chegou a dar um certo medo com o parcial de Ryan Lochte, 3o. homem da equipe americana campeã, 1:46.03. Conor Dwyer abriu exatamente com o mesmo tempo que lhe deu o bronze na prova individual, 1:45.23, entregou para Towley Haas que continuou a liderança americana com 1:44.14, o melhor do reveza. Depois veio Lochte e aí pulou Michael Phelps para novamente escrever mais um capítulo da história mais campeã de todos os tempos. Foi pouco mais de 1 hora entre a vitória dos 200m borboleta, onde na premiação deu gargalhadas, quase chorou, posou para centenas de milhares de fotos e ainda deu tempo de pegar seu filho Boomer direto da arquibancada. Aguardando sua vez, foi colocar a segunda touca e zap, rasgou! Desesperado pediu outra touca e foi rapidamente atendido pelo companheiro Dwyer. e ainda fechou o reveza com 1:45.26! Enquanto os EUA comemoravam a vitória e Phelps a sua 21a. medalha de ouro, uma super disputa entre Japão e Grã-Bretanha estava acontecendo nos metros finais. Takeshi Matsuda e James Guy foram os últimos a disputar e finalmente o britânico conseguiu fazer uma marca mais expressiva que seu 1:45.49 na prova individual. A equipe japonesa estava em 2o. lugar graças à consistência de Kosuke Hagino, 1:45.34, Naito Ehara, 1:46.11, e principalmente de Yuki Kobori, 1:45.71 – ele tinha apenas 1:47.71 da seletiva japonesa, nadou 2 segundos melhor! A vantagem era de mais de 1 segundo em cima dos britânicos, mas veio Guy e fechou com 1:44.85 contra 1:46.34 de Matsuda: prata para Grã-Bretanha, campeã mundial de 2015, com 7:03.13, e bronze para o Japão, 7:03.50. O Japão repete o bronze de 1964 e quebra um tabu de 52 anos sem subir no pódio desta prova.

1 responder
  1. Alexandre Madsen
    Alexandre Madsen says:

    Coach, Caeleb Dressel e Kyle Chalmers são dois fenômenos que muito provavelmente estarão no pódio em Tóquio 2020, mas acho que o ouro vai para Cameron McEvoy. O australiano, para mim, ainda é o favorito. McEvoy melhora muito de uma prova para outra. O fato de se poupar ontem no reveza mostra que ele vai deixar tudo na piscina do OAS. Ele tem todas as condições de superar a sua PB de 47.04 e, consequentemente, quebrar o recorde Olímpico, de Eamon Sullivan, obtido em Beijing 2008 ( 47.05 ). Porém, Olimpíada sempre tem caras novas. Se tiver que apostar em uma surpresa, aposto em Kyle Chalmers. Vou torcer pelo bronze do Marcelo Chierighini, mas temos que ser realistas : a sua segunda metade da prova é fraca. Nathan Adrian e o canadense Santo Conderelli voltam melhor. Abraços

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