Autor • Alex Pussieldi
Fonte • Best Swimming

 

Se alguém ainda não se deu conta, trate de se ligar. A natação brasileira vive um momento muito crítico num dos seus mais importantes elos: os clubes!

 

Este ano de 2011 está recheado de crises e problemas com os principais clubes da natação brasileira. O número de treinadores que perderam seus empregos, atletas que trocaram de treinadores e até mesmo problemas estruturais ameaçam a estabilidade da natação nacional há cerca de 10 meses dos Jogos Olímpicos de Londres.

 

A começar pelo atual campeão nacional absoluto, Minas Tênis Clube, que decidiu demitir o treinador Fernando Vanzella mesmo depois de re-conquistar o título do Troféu Maria Lenk. O Minas ainda está em busca de um treinador internacional para assumir o clube, e passados mais de três meses da demissão do técnico até hoje nada foi decidido. O clube também demitiu recentemente outro membro da comissão técnica responsável pela preparação física do clube.

 

O Pinheiros, campeão de tudo no ano passado, viveu um primeiro semestre bem tumultuado com a saída de Alberto Pinto da Silva, o Albertinho e principalmente com a formação do grupo Pro 2016. O caso da saída de alguns nadadores para o projeto se arrastou por vários meses em discussões entre o departamento jurídico e os representantes dos atletas.

 

Agora, o Pinheiros vai ter de lidar com um problema de efeito colateral daquele incidente. O tal contrato que o clube tem "aplicado", para não dizer obrigado, aos atletas assinar, tem muita resistência dos nadadores. O contrato, inclusive, ao qual já tive acesso, é bastante arbitrário e menciona multas absurdas aos nadadores que deixarem o clube antes do seu término. E o clube ainda tem o direito de rescindir o mesmo a qualquer momento, sem qualquer multa!

 

O pólo de Brasília, onde Antônio Henrique Barbosa comandava a Vila Aquática acabou. Toninho se mudou de "mala e cuia" para Curitiba, lá agora vai ser responsável pelo projeto que está sendo preparado para Henrique Rodrigues rumo aos Jogos Olímpicos de 2016. O pólo se desfez, a equipe acabou, pelo menos um novo programa está a surgir no Paraná.

 

E lá no Paraná, tem o Curitibano, clube que vinha crescendo muito nos últimos anos e que depois de 10 meses sob o comando de Arilson Champam decidiu demitir o treinador. Foi o terceiro treinador demitido este ano pelo clube.

 

O caso mais recente é do Álvares Cabral, tradicional clube capixaba que depois de vários meses de conflitos internos decidiu pela saída do treinador Alexandre Antunes.

 

 

Nunca na história da natação brasileira se viveu tantas mudanças na estrutura técnica e clubística de nosso esporte. Mudanças podem até vir para o bem, mas o ajuste pode tomar tempo e não falta muito para Londres.  Que a paz volte a reinar no território nacional.

 

Alex A. Pussieldi, editor chefe Best Swimming Inc.

28 respostas
  1. Renato
    Renato says:

    Pessoal,

    estou fazendo um trabalho na area academia e estamos falando sobre treinadores e demais assuntos ligados a natação brasileira. Gostaria de uma informação se fosse possivel. Quanto ganha um treinador hoje de ponta para atletas da natação brasileira. Preciso apenas de uma media real.

    Obrigado.

  2. Possenti
    Possenti says:

    Caro nadador, concordo totalmente com o que vc disse sobre as categorias de base, estamos entre os 10 no ranking da CBDA, caso isso seja considerado entre “os primeiros”, gostaria de salientar que temos equipe médica, fisioterapeuta, psicólogo, e nutricionista, para a equipe de base, além de piscina adequada e TODAS as despesas pagas para os campeonatos de categoria. Em breve estaremos não só entre os 3 melhores nessas categorias que tanto prezamos, mas também entre os 3 melhores nos campeonatos absolutos aos quais vc se referiu.
    SESI-SP

  3. Gabriel Reis
    Gabriel Reis says:

    Alexandre, o Gustavo Borges não foi formado no Pinheiros, ele teve o inicio de sua lapidação a nivel internacional no Pinheiros. Agora se ele falou que é pinheirense de coração é porque ele realmente gosta deste clube. Mas o GB foi formado em Ituverava, depois passou por Franca, e por outros clubes ate chegar ao Pinheiros onde se destacou a nivel nacional e internacional.

  4. Pontador de Contos
    Pontador de Contos says:

    Grato, mas não estou criando nada não.
    Só pensando alto com vocês… afinal… sem critério qualquer debate é improdutivo.

    Só acho que o termo “clubes formadores de atletas” bizarro quando os exemplos usados são atletas que nem estão na mesma década.

    Se temos então Flamengo, Pinheiros e Minas Tenis Clube formando atletas sem parar, podemos até dizer que somos um país formador de atletas ? Sim não é?

    Na Natação por exemplo… o Brasil e seus clubes formadores já formaram grandes nadadores como Sílvio Fiolo, Ricardo Prado, Gustavo Borges e César Cielo tudo isso em apenas 50 anos.

  5. Pontador de Contos
    Pontador de Contos says:

    Gente… se vamos falar de formadores de atletas… que tal arrumar um critério? Vamos separar formador de atleta de formador de atleta de elite (campeões). Quem forma atleta de elite forma atleta todo ano ok? Quem forma um atleta em 15 anos, teve sorte, achou UM talento, e isso NAO configura o clube como Formador de Elite. Que tal ? Agora, formador de atleta, isso é uma outra estória.

  6. Alexandre Madsen
    Alexandre Madsen says:

    Ô Pronto Falei…garoto-propaganda da Vivo..rsrs…Quem paga o salário do atleta??? É o clube ou COB??? A medalha é do país, mas, de certa forma, também é do clube. E eu não estou referindo-me apenas à natação. Por exemplo, Diego Hypólito chegou ao Flamengo aos 6 anos. Sua irmã Daniele aos 9. Tudo que eles sabem de ginástica aprenderam na Gávea. O clube formou os atletas. Quando o Diego e a Dani vão a algum evento, eles vestem a camisa do clube, não apenas porque é quem paga os seus salários, mas porque têm orgulho das cores vermelha e preta. Assim como Gustavo Borges, já se declarou várias vezes pinheirense de coração. Se vc for à sede social do Pinheiros, verá várias fotos dos atletas formados no clube, que conseguiram se destacar em Olimpíada e Mundiais. No Fla, idem. Faça uma visita aos clubes formadores. Fica a dica…

  7. Bruno
    Bruno says:

    Ei, Coach, ficou preocupado com meu comentário e/ou acatou o pedido do Madsen e me “expulsou” do blog?
    Estranho…

  8. Pontador de Contos
    Pontador de Contos says:

    Quantas medalhas tem o Flamengo no PAN ? e o Pinheiros? Fácil… ZERO. Nenhum deles competiu no PAN.

    Ah…Estamos falando dos atletas que treinam nas instalações desses clubes ?
    Ah… Estamos falando dos atletas contratados pela Avanço, Correios e Bradesco?
    Ah… Estamos falando dos atletas que treinam REALMENTE com os técnicos desses clubes ?

    Será que isso de quanta medalha tal clube ganhou no PAN ou na Olimpíada não é um pouco míope a esta altura do campeonato?

    Pronto… falei.

  9. carlos
    carlos says:

    sou atleta de maratonas aquaticas faço parte da equipe salvamar-ba, fomos vicecampeao 2010 e somos lider 2011,provavelmente seremos a equipe campeã.a final sera dia 18 e 20 de novembro em araruama e o nosso tecnico Fabio Alves ja anunciou sua saida,ele montou a equipe em 2010 quando saiu de um bom clube de salvador .A equipe é boa e tem obtido excelentes resultados apesar de nova, ele vem enfrentando tantas dificuldades por parte da coordenação da salvamar que ele resolveu sair.sentimos muito sabemos que a equipe vai acabar,assim como tantas outras pelo nosso pais.precisamos fazer algo pela nataçao do Brasil

  10. nadador
    nadador says:

    Infelizmente em 2012, teremos uma participação medíocre. Cielo pode sim ganhar ouro nos 50 livre, já nos 100 vai ser dificil.Outro atleta??? Quase impossível!!
    Está tudo errado no Brasil. Os verdadeiros formadores de atletas são os clubes e as confederações em nenhum momento dão apoio a eles. Investir num bom profissional, treinamento para eles?? Mais fácil criar um critério e mandar sempre os mesmos nomes para competições no exterior.Investir para a CBDA é mandar atletas competir fora, falta muita coisa antes disso: competições organizadas em piscinas apropriadas aqui no Brasil é a primeira delas, calendários e critérios definidos com antecedência, calendários de campeonatos brasileiros infantis e juvenis com coerência . Porque não criar critérios para enviar atletas juvenis e juniores para competições no exterior?? Não somente para Multination, mas para competições nos USA. Renovar é preciso!!
    Outra coisa que não adianta nada, são clubes terem atletas de ponta nas equipes Jr e Senior e não investirem nada na base. Ser campeão do OPEN , MARIA LENK ou FINKEL e nem estar entre os 3 primeiros nos brasileiros infantil e juvenil? Serve para que?
    Não vamos nos iludir mas os patrocinadores virão por causa de campeões olímpicos e mundias, não para vencedores de Campeonatos absolutos que mal passam pela televisão em canais fechados. Infelizmente Natação não é popular igual ao volei e basquete, nem digo futebol, porque ai era querer demais.
    Quais clubes que estão entre os primeiros colocado no ranking investem em viagens, departamento médico, fisioterapia, nutricionista e psicólogos para as equipes de base. Piscinas adequada?? Que clubes possuem?? Quais clubes arcam com todas as viagens para campeonatos estaduais e brasileiros de categoria?? Normalmente são os pais que pagam: PAItrocinio.
    Quando os clubes vão investir nas bases??
    Os clubes que não possuem uma lei de incentivo terão cada vez mais dificuldade de investir na base. Vamos lá CBDA cadê seu apoio aos verdadeiros formadores???
    No Brasil outra coisa que está errada é a formação acadêmica, enquanto nos USA crianças e adolescentes fazem o esporte competitivo para garantir uma boa universidade, aqui no Brasil quando os atletas chegam na categoria Jr e Senior a torcida é para que parem de estudar.Que país é esse?? Onde já se viu, atletas que mal sabem interpretar um contrato!!
    Aqui atletas infantis e juvenis estão mais preocupados em nadar num clube que lhe dará alguma ajuda de custo. Em vez de pagarem salários para infantis e juvenis deviam sim aumentar o investimento na equipe como um todo. No volume de atletas é que conseguiremos campeões. Dá até vergonha de ver o balizamento do Campeonato Paulista Jr e Senior , o número reduzido de atletas faz com que um dos estados com maior número de atletas federados tenha uma competição vazia e em graça.
    Bom se as coisas não mudarem rapidamente teremos problemas para as olimpíadas de 2020 e 2024. Vamos lá clubes e CBDA , vamos pensar nos atletas que hoje são mirins e petizes, pois estes sim poderão fazer bonito lá na frente !!!!

  11. Christian Marini
    Christian Marini says:

    Sou treinador da base do clube Bom Pastor de Juiz de Fora e tenho muito orgulho do nosso trabalho de reerguer a natação do nosso clube, também sacrificada pelas dificuldades da falta de apoio dos orgãos ligados à natação, da realidade atual dos clubes, que perderam alunos para as pequenas escolas perto das casas dos alunos, quase sempre sem a mesma atitude de estimular seus alunos a virarem atletas e das saídas de treinadores e, consecutivamente, de alguns atletas que seguem com o mesmo.
    Estamos conseguindo com a nossa unidade, com nossos esforços conjugados (atletas, treinadores, clube e pais de atletas), aumentar gradativamente o nº de atletas em campeonatos brasileiros e tenho muito orgulho de comentar que uma atleta, que tive o prazer de ajudar em sua caminhada para a equipe brasileira, e ela já à serviu em várias oportunidades, A Larissa Martins Oliveira, começou como atleta federada em nosso clube, como atleta da minha equipe mirim, seguiu sobe os cuidados do Prof. Gérson e, atualmente, está no Pinheiros. O que quero dizer com isso? Quero dizer que temos capacidade sim, de formar grandes nadadores e só está faltando mais apoio, mais estrutura para que mais e mais Larissas, Cielos, Thiagos, etc… surjam. É uma vergonha Cuba ficar na nossa frente em nº de medalhas de ouro… é uma burrice acharmos que, pelo fato da nossa natação ter ido bem no Pan, que vai arrasar em Londres. Só estaremos plenamente tranquilos para disputarmos qualquer evento, quando as políticas públicas atuarem fortemente no crescimento da base da nossa pirâmide, aumentando muito o nº de atletas na base, para que tenhamos cada vez mais grandes atletas como os citados acima, atualmente, em especial, o Cielo. Com relação aos treinadores, é sempre muito difícil pros clubes pequenos, do interior, de valorizar finaceiramente, como gostariam, seus treinadores. Alguns valorizam seu trabalho seus esforços, mas não conseguem mantê-los pela dificuldade de pagar o que mereceriam. E aí começam os problemas… pois os treinadores sonham em ter condições de consumir, de viajar, de estudar, de ter acesso aos bens de consumo que todos que passaram por uma graduação, pós, mestrado e/ou até doutorado esperam ter. Fica claro que somente com a maior valorização de todas as partes, teremos verdadeiramente, uma natação vencedora. Políticos, olhem mais para o interior… estamos precisando de ajuda!!! Quero dizer ao Alex Pussieldi que faremos de tudo que for possível, pra que alguns dos nossos nadadores estejam em Davie, em janeiro, pro crescimento ainda maior deles. Abraços.

  12. Bruno
    Bruno says:

    Madsen, acho que o “Paulista” não estava falando de uma richa entre SP e RJ apesar de concordar que o ECP é mais clube que o CRF. Por outro lado isso não é o principal. Com relação à natação, o fato é que o principal nome, Cielo, não utiliza o clube e seu técnico e isso já representa um vínculo fraco e demonstra uma falta de estrutura para o campeão.
    Como o “ex-coach”comentou o problema começa nas condições de trabalho dos técnicos e vão passando pela estrutura dos clubes e terminam nos resultados pífeos. Alguns colegas de piscina que viraram treinadores se mudaram para o exterior e hoje estão muito bem. Não são famosos mas possuem condições de trabalho e reconhecimento muito superiores ao padrão brasileiro.
    Centralizar os bons em determinados polos pode ser bom para os atletas mas sem dúvida é ruim para o esporte pois menos jovens podem ter contato com essa experiência. Assim, voltando ao “Paulista”, acho que ainda faltam projetos como o PRO16 em todos os estados e quem sabe assim a natação pare de viver de momentos olímpicos.

  13. Alexandre Madsen
    Alexandre Madsen says:

    Ao nadador : Eu citei o Prêmio Brasil Olímpico, do Comitê Olímpico Brasileiro, porque são levadas em consideração as melhores performances do ano, tendo como parâmetro os índices olímpicos. O Pan de Guadalajara não é referência para os Jogos de Londres. Assim como o Pan do Rio em 2007 não o foi para Beijing 2008. Nadador, quero que vc me diga quais destes 10 Ouros do Pinheiros em Guadalajara será Ouro em Londres…Já os ouros do Fla, Diego Hypólito, Fabiana Beltrame e Cielo, são campeões mundiais em suas categorias e líderes do ranking em 2011. Vamos ver no ano que vem, quem terá mais ouros…Aí vc pode argumentar : Felipe França tbm foi campeão mundial. Sim, porém em prova não olímpica…

  14. Ex- Coach
    Ex- Coach says:

    Nenhum clube brasileiro paga horas extras como se deveria, o técnico fica uma semana em campeonato, 24 hs a disposição do clube, longe da familia e mtas vezes usando seus próprios recursos como carro e celular, não sendo remunerado ou reembolsado pelas despesas. A crise é no sistema esportivo como um todo, que deixa a cargo dos clubes a função de fomentar o esporte, clubes estes que se preocupam cada vez mais com a questão social, deixando o esporte de lado.

  15. nadador
    nadador says:

    Somente para completar: Apesar da crítica aos contratos assinados por todos os atletas(todas as modalidades), o ECP conquistou 27 medalhas no PAN, sendo 10 de ouro.

  16. nadador
    nadador says:

    Caro MAdsen
    Se o Mengão fosse um país qual seria a colocação dele no PAN??? A do Pinheiros com certeza foi melhor. Quantas medalhas o Flamengo ganhou no PAN??

  17. nadador
    nadador says:

    concordo, quem viu o resultado do campeonato estadual absoluto do rio de janeiro pôde perceber, apenas 4 clubes participaram, isso mesmo 4 clubes, sendo que o tijuca tênis clube com pouquíssimos nadadores….

  18. Alexandre Madsen
    Alexandre Madsen says:

    Prezado paulista. Comparar a história que o Clube de Regatas do Flamengo tem nos esportes olímpicos com aquele ano do Vasco em 2001 é piada. O Fla dominou a década de 80 inteira e o Pinheiros só assumiu a liderança 20 anos depois. No Prêmio Brasil Olímpico deste ano, dos seis finalistas, 4 serão do Mengão. Fabiana Beltrame ( campeã mundial – remo ), Diego Hypólito ( tricampeão panamericano – ginástica ), Marcelinho ( basquete ) e Cielo ( natação ).

  19. Fã
    says:

    O Flamengo tem muitas piscinas… nenhuma em condições de seu principal atleta treinar lá… Cielo tb se recusou a treinar no Maria lenk (aliás, eu se fosse nadadora faria o mesmo… não pela piscina, mas pela localização e instalação precária… até pouco tempo funcionava com geradores, se bobear, ainda é assim!)

  20. Paulista
    Paulista says:

    Caro Madsen,
    o fato do Flamengo estar bem e os outros clubes mal não significa que a natação brasileira está bem. O Flamengo ainda é um bom clube de base (não só na natação) mas todos sabem que o clube que concentra o esporte de elite nacional é o Pinheiros.
    A sua conclusão resume muita coisa: “Quem não tem competência, não se estabelece.”
    Vamos ver quanto tempo dura a nova “fase dourada” do Flamengo e o projeto isolado PRO16. O Vasco teve seu período em 2001 mas e agora?
    E lembre-se que “uma andorinha não faz verão”. Faltam pelo menos um PRO16, PRO20, PRO24, etc, em cada estado brasileiro.

  21. Zé
    says:

    Veja MEIO VAZIO

    País registra tempos modestos no atletismo e na natação, fiascos nos esportes coletivos e até medalha ganha só com derrota

    DE SÃO PAULO

    O Brasil pode terminar o Pan de Guadalajara com desempenho próximo ao de quatro anos atrás, no Rio. Mas, perto do final dos Jogos, o saldo nos esportes coletivos é pior do que em 2007.
    Quase metade das vitórias nacionais aconteceu na natação e no atletismo. Só que os tempos transformam em miragem a chance de o país também triunfar em Londres-12.
    O Brasil ainda foi ao pódio em provas esvaziadas e com concorrentes medíocres.
    A eliminação de ontem no basquete masculino, que nem às semifinais chegou, foi outro capítulo do fiasco nacional nos esportes coletivos.
    Há quatro anos, no Rio, o país foi campeão no futebol feminino, no basquete masculino, no handebol (tanto masculino como feminino) e ainda no vôlei masculino.
    Também foi prata no vôlei e no basquete feminino.
    Agora, as mulheres do futebol foram prata (perderam a final nos pênaltis para o Canadá), e os homens deram vexame e caíram na primeira fase, sem vitórias. Já o basquete feminino foi só bronze.
    Pior ocorreu com o handebol masculino, que perdeu para a Argentina na final, em jogo que, mais do que a medalha, valia vaga olímpica.
    Nos nobres atletismo e natação, o Brasil chegou até a peitar o time B, ou C, dos EUA. Mas com marcas modestas.
    Com exceção de Cesar Cielo nos 50 m e nos 100 m livre, nenhuma medalha brasileira conquistada nas piscinas foi obtida com um tempo que colocaria um atleta no pódio do último Mundial.
    O ouro de Thiago Pereira nos 100 m costas, por exemplo, foi conquistado com um tempo que não levaria o brasileiro nem às semifinais do Mundial disputado na China.
    As marcas do país no atletismo do Pan, em geral, também não impressionaram.
    As duas únicas que dariam medalha no último Mundial, na Coreia do Sul, foram as de Maurren Maggi, no salto em distância, e a do revezamento 4 x 100 m masculino -ainda assim, a altitude de Guadalajara favorece provas de velocidade, como esta.
    O Brasil, como outros países, ainda ganhou medalhas em eventos inusitados, como no boxe, em que uma lutadora ficou com o bronze mesmo sem ter vencido sequer uma luta -faltaram rivais na categoria. (PAULO COBOS, FERNANDO ITOKAZU E DANIEL BRITO)

    a Folha de Hoje ….

  22. Zé
    says:

    Coach , Sorry …mas desta vez eu discordo totalmente da sua tese. A crise não é dos clubes…mas do atual modelo do esporte brasileiro.Caímos muito de 2009 – Roma para 2011..de 18 para 6 finais em apenas dois anos….

    Temos nosso Ministério do Esporte envolvido em suspeitas de corrupção e péssima administração dos recursos.

    No Estadão de ontem , Eduardo Maluf comenta :

    “Antigamente, nossos políticos sugeriam que o Brasil tinha outras prioridades. Era um País pobre, com possibilidade pequena de dar melhores condições a atletas – mirins ou adultos, amadores ou profissionais, nas escolas ou universidades. Hoje fazemos parte do grupo das nações em forte desenvolvimento. O esporte, contudo, caminha lentamente. O bom desempenho no Pan, previsível, deve ser festejado, mas com cautela. O nível da competição é baixo e as dezenas de medalhas conquistadas não significam mudança brusca de conceito do nosso governo. O Comitê Olímpico Brasileiro e empresas públicas têm aumentado os investimentos, mas ainda estamos longe de prestar apoio digno a nossos esportistas.

    …. títulos dos geniais Gustavo Kuerten e Cesar Cielo sempre foram só deles. Traduzindo: tornaram-se vencedores pelo esforço próprio (e talento, claro), não por incentivo relevante de entidades ou governos.

    Não podemos nos iludir e imaginar grandes resultados na Olimpíada de Londres, em 2012. Nossa participação será, no máximo, mediana, como foi em Pequim-2008. No início do ano, em entrevista à repórter Amanda Romanelli e à revista Veja, Joaquim Cruz, campeão olímpico dos 800 metros em 1984, mostrou seu espanto com a inércia do Brasil: “Não houve nenhuma reforma para pôr o esporte nas escolas. Sem essa reforma, é como garimpar em mina que não tem diamante. Esperava mudança já no ano passado (após a escolha do Rio como sede olímpica), mas não houve''.

    Os americanos começaram a formar raízes há mais de um século (1906) com a fundação da National Collegiate Athletic Association (NCAA), responsável por gerenciar as modalidades universitárias. Aos poucos, o povo passou a adquirir gosto pelo beisebol, basquete, futebol americano, hóquei, natação, atletismo…

    Nós vivemos da monocultura do futebol. Com alguns intervalos. Quando surge um Guga, tentamos a sorte no tênis. Quando aparece um Cielo, passamos a observar a natação… Temos potencial para olhar mais longe. Já passou da hora de percebermos que esporte é muito mais do que só entretenimento.”

    Acorda Brasil . Teremos uma Olimpíada em apenas cinco anos . Hora de Renovação de nossas práticas arcaicas e ineficientes…..sem falar de Ética e Gestão focada em Performance .

  23. Alexandre Madsen
    Alexandre Madsen says:

    Coach.

    Quando o Flamengo estava mal na natação e os outros clubes bem, a natação ia de vento em popa. Agora, que o Mengão ameaça retomar a hegemonia a partir do Maria Lenk do ano que vem, a natação brasileira está em crise…Vc só falou dos problemas…Mas a retomada da natação no maior clube de esportes olímpicos do Brasil vc não abordou. Este não é o primeiro editorial que vc aponta crise na natação tupiniquim. Acho que a crise do Pinheiros quem provocou foi seu presidente, obrigando atletas a firmarem acordos com o clube. E a do MInas, foi provocada pela saída do seu principal treinador. Isto não afeta a seleção brasileira para Londres do ano que vem. O principal projeto do país no momento, o Pro 2016, de Cielo e Albertinho, vai muito bem obrigado!!! Quem não tem competência, não se estabelece.

  24. Lucimar Malavazzi Penteado
    Lucimar Malavazzi Penteado says:

    O efeito dominó. Em um país aonde já por inumeras vezes coloquei não haver política esportiva,aonde um ministerio vive as custas de palanques eleitoreiros,aonde os clubes passaram a concorrer entre si para ver quem é o melhor, (não sei de que?) uma vez que tais títulos não levam a nada a longo prazo, haja visto seu editorial.
    Confederação sem nenhum comprometimento em formar atleta.Federações aquém do que está acontecendo com o esporte, restando para os clubes toda as responsabilidades de formar, orientar, assistir e implementar técnicas desportivas melhores para profissionais e atletas, gerando muitas vezes egos exacerbados, políticas de “obedece quem tem juízo” chegando aonde estamos….
    Atletas são pessoas que pensam, sentem, sofrem, vivem em contestos sociais e precisam de bem-estar social dependendo da construção de consensos. Os fins não justificam os meios. Para atleta isto não funciona.
    Está mais do que na hora de não ficarmos parados, não nos acostumarmos aos barulhos e começarmos as mudanças. A busca pelo conforto estagniza. Muitos protocolos mascaram o problema. Mas até quando os envolvidos na ação deixarão o que não muda , mudar? Toda mudança exige determinação, persistência e a consciência de que somos responsáveis por nossas escolhas, com o poder de construir nossos caminhos.

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