Nasceu aqui compete por lá, é uma antiga, e muito utilizada frase que a Best Swimming publica há anos. São muitos os casos de nadadores internacionais que trocam de nacionalidade.

O Brasil já ganhou nadadores (Fernando Souza Silva que é italiano e foi olímpico em 2008),  mas também perdeu (Gabrielle Rose é carioca foi olímpica em 1996 e em 2000 virou para os Estados Unidos e Duane da Rocha que é de Brasília mas nadou 2012 pela Espanha).

Os novos tempos “globalizaram” o esporte. Treinadores estrangeiros a serviço do Comitê Olímpico Brasileiro na preparação para o Rio 2016 são mais de 40.

Esta semana, em andamento o Campeonato Mundial de Handebol Masculino no Catar. O Brasil estreou perdendo para a seleção catari, ou melhor, um combinado de jogadores estrangeiros que ganharam passaporte temporário afim de defender o Catar. O investimento catari chegou até as arquibancadas onde estrangeiros estavam lá (pagos) para torcer pela Seleção de “seu país”.

Para o Rio 2016, o Brasil também investiu em estrangeiros afim de reforçar o time de pólo aquático. Vários nomes já tiveram seus passaportes e documentação submetidos aguardando a definição do Ministério da Justiça, que precisa aprovar a cidadania.

Na natação, o caso do russo Arkady Vyatchanin ganhou a mídia esta semana com o seu anúncio em nadar pela Sérvia. Ainda não se sabe detalhes de quando o processo de Vyatchanin foi iniciado mas destacamos aqui duas regras que precisam ser cumpridas afim de que o nadador possa representar o seu país.

A FINA e o COI tem regulamentações distintas.

Pela FINA, a regra GR2 trata de Relações Internacionais e no seu parágrafo GR 2.5 determina que o nadador antes de ter a sua transferência aprovada ele precisa residir no novo país por um ano.

A comprovação de residência deve ser feita através de documetnação encaminhada a FINA um ano antes da sua primeira representação oficial.

No caso de Vyatchanin, como ele segue residindo nos Estados Unidos e treinando com Gregg Troy na Flórida, ele vai precisar mostrar em documentos que possui uma residência na Sérvia e passa a maior parte do ano por lá. O fato de estar na Flórida pode ser justificado como training camp.

Link para o documento da FINA:

http://www.fina.org/H2O/docs/rules/2015/FINA_generalrules.pdf

O Comitê Olímpico Internacional trata da regra na Carta Olímpica na regra 41. No parágrafo 2 é indicado que o atleta não poderá representar o novo país passados três anos da sua última representação.

Este período pode ser reduzido em comum acordo entre os Comitês Olímpicos Nacionais envolvidos.

Link para o documento do COI:

http://www.olympic.org/Documents/olympic_charter_en.pdf

A regra da FINA serve para os Campeonatos Mundiais e a regra do COI para os Jogos Continentais e Jogos Olímpicos.

Ainda não se sabe quando Vyatchanin entrou com a documentação referente a sua residência e mudança de passaporte para a Sérvia, mas se isso não foi feito no ano passado, dificilmente veremos ele competindo no Mundial de Kazan deste ano.

O Presidente da Federação de Natação da Rússia, Vladimir Salnikov, desafeto e talvez grande causador da ruptura de Vyatchanin com a Rússia, também é membro do Bureau da FINA e já antecipou a imprensa russa que não acredita que Vyatchanin possa competir em Kazan.

 

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