Autor • Redacao
Fonte • DaquiPraFora
Satiro Sodré
Imagem do revezamento medalhista em Dubai
O nadador Marcelo Chierighini, de 19 anos, vive um momento muito especial, tanto na carreira quanto pessoalmente. Primeiro, fez parte da equipe brasileira que conquistou a medalha de bronze no revezamento 4 x 100 m no Mundial de Piscina Curta de Dubai, no final do ano passado. Um grande feito para qualquer atleta, mas principalmente para alguém que começou a nadar competitivamente há menos de três anos. Logo em seguida, no início deste mês, Marcelo já realizou outro sonho: desembarcou na Universidade de Auburn, onde começa o curso universitário e os treinamentos para se tornar, assim como Cesar Cielo (que também estudou e treinou na mesma universidade) um dos principais velocistas do mundo na natação.
Em pouco tempo nos EUA, Marcelo já agradou bastante a comissão técnica da universidade, tida como uma das melhores do mundo. “Marcelo está indo muito bem. Ele se encaixou perfeitamente na equipe e todos aqui estão adorando a presença dele no time”, disse o assistente-técnico Aaron Ciarla ao Daquiprafora. “Ele está fazendo boas matérias na faculdade, que vão prepará-lo para a vida como atleta da universidade. Acreditamos que o Marcelo é um nadador muito especial. Ele é extremamente talentoso. Me faz lembrar quando o Cesar Cielo chegou aqui em Auburn. Se o Marcelo trabalhar duro e permanecer focado, acreditamos que ele terá uma carreira de muito sucesso, tanto nos Estados Unidos como em nível olímpico”, completou.
Após a conquista do bronze em Dubai
Agora conheça um pouco mais este nadador e veja como ele está vendo e vivendo esta nova experiência.
DPF – Conte um pouco da sua história na natação e como chegou à seleção brasileira. MC – Comecei a nadar em Itu (interior de São Paulo), numa academia, quase aos 17 anos. Acho que minha principal conquista antes desta medalha no Mundial foi ganhar pela primeira vez o brasileiro Junior do final de ano nos 100m livre e ainda fui para a final (Open). Cheguei à seleção brasileira de uma forma muito rápida, nem eu acreditei direito quando consegui a vaga! Foi tudo muito rápido. Comecei a treinar com o Felipe Domingues, meu técnico, em janeiro de 2008 e desde lá viemos juntos trabalhando duro e confiando um no outro. Os resultados vieram de uma forma muito rápida, não sei explicar como (rsrsrs). Primeiro, foi o título paulista de categoria, depois o brasileiro de categoria, aí vieram a Copa Latina, as finais de campeonatos absolutos e, por fim, a vaga para o Mundial.
DPF – Por que você resolveu ir para os EUA e por que Auburn? MC – Um amigo meu estava querendo ir e disse que seria muito bom. Ele ia com o Daquiprafora. Por indicação dele eu procurei a empresa e comecei a me interessar também, mas meu objetivo era Auburn, apenas. Sabia que aqui treinavam os melhores nadadores velocistas do mundo, e isso não era à toa. Por algum motivo eles estavam aqui e, com certeza, era algum motivo muito bom. Acho que eu não iria se fosse outra universidade. Primeiro, porque está provado que os técnicos daqui são competentes o bastante para fazer nadadores “voarem na água” e, segundo, eu conversei bastante com o Cesão, o Cesar Cielo, sobre isso e ele me indicou Auburn.
DPF – O que você acha do Circuito Universitário Americano de Natação? MC – Eu não conheço muito ainda porque ainda não participei, mas sei que o nível é altíssimo, muito competitivo.
DPF – Quais são seus objetivos agora? MC – Primeiro penso em ganhar uma medalha no NCAA e, em longo prazo, meu sonho é uma medalha olímpica.
No pódio com Nicholas Santos, Nicolas Oliveira e Cesar Cielo DPF – Você chegou de Dubai em dezembro quase como uma celebridade no Brasil. Tinha TV, jornais, todo mundo atrás de vocês, por causa da medalha. Agora, é um recomeço, em Auburn você volta a ser “desconhecido”. Como é isso para você? MC – Ah, para falar a verdade não cheguei a me sentir celebridade. Acho que isso foi mais no meio da natação, fora não me senti muito (rsrsrs). Acho que no Brasil você tem que ganhar ouro para ser reconhecido pelo público. Na verdade, vir para Auburn nesse sentido é até uma coisa boa para mim. Aqui eu sou mais um entre muitos outros bons nadadores, então a cobrança é maior. Você tem que se dedicar mais para se destacar.
DPF – A mudança para os EUA provocou ansiedade, nervosismo? O que mais mexeu com você nesse processo? MC – Acho que um pouco de tudo, tudo que a gente desconhece traz uma certa insegurança, e era assim que estava me sentindo antes de vir para cá. Em relação a tudo, treinos, estudos. Agora já está tudo mais tranqüilo.
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