Autor • Pedro de Figueiredo
Fonte • Best Swimming

Reprodução

Mariana e seu técnico Ricardo Ratto

 

Com apenas 17 anos, a nadadora Mariana Mello já pode se considerar uma superatleta. 
 
Neste domingo, ela completou os 88km da etapa de Hernandarias, na Argentina, do Grand Prix de Águas Abertas da Fina. Além de ter nadado a maior metragem oficial da natação mundial em 11h45, a atleta pode se gabar de ter sido a única brasileira e a mais jovem competidora a disputar a prova.
 
Mariana contou com exclusividade para a BEST SWIMMING que a prova foi muito difícil.  Além da direção do vento ter estado contrária ao percusrso dos atletas, a água era  barrenta e dificultou a competição. Durante as quase 12h de natação, Mariana não se hidratou e disse que não pensou em desistir em nenhum momento. O apoio e o carinho da torcida  local, segundo ela, foram indispensáveis para o bom resultado.
 
"Durante a prova eu pensei na minha família, nos meus amigos e, principalmente, cantei  um pouquinho. Eu pensava sobre a prova, em como eu estava em relação aos adversários,  em quanto faltava para terminar e em como estava o ritmo do meu nado", disse a nadadora, acrescentando que se aproveitou dos fatores ambientais, se poupando, por exemplo, quando a corrente estava a favor.
 
Segundo a atleta, a participação na competição de maior metragem do mundo faz parte de  um planejamento a longo prazo traçado juntamente com seu treinador, o professor Ricardo Ratto. Seu principal objetivo é a disputa das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, e, até lá, ela pretende cumprir metas ano a ano. 
 
Para 2011, o objetivo de Mariana é estar entre as 15 melhores nadadoras do Grand Prix da Fina. Em 2012, ela quer estar entre as 15 melhores do mundial de 10 km. E assim, até  2015, quando ela pretende se classificar para os Jogos Olímpicos durante o Mundial de Maratonas Aquáticas.
 
"Eu não tenho muita velocidade, mas sou muito resistente, Estou trabalhando para  equilibrar isso. O trabalho começou esse ano. É claro que para chegar lá tem todo um processo e muito, muito trabalho. Ainda vou beber muita água. Mas o objetivo é esse",  afirmou.
 
Apesar da oitava colocação na prova, Mariana não conseguiu marcar pontos, já que chegou 15 minutos após o tempo limite. No entanto, ela se diz bastante satisfeita com o resultado.
 
"Essa prova me ensinou que, com garra e dedicação, eu consigo tudo o que eu quero. Só em ser a mais jovem a completar a prova na história já é muita coisa", finalizou a atleta.
 
Muito dolorida, a atleta nadou na manhã desta segunda-feira para soltar a musculatura. No dia seguinte à prova, a rotina foi de alimentação balanceada, muita massagem e repouso absoluto. Ela deve voltar ao Rio de Janeiro, onde mora, ainda nesta terça-feira. 
 
Os próximos desafios  da atleta são o Mundial, que será disputado em Santos. Ela pretende também participar de outras etapas do Grand Prix e de Maratonas Aquáticas pela Europa, mas ainda depende de patrocinadores para realizar estas viagens.
 
O primeiro colocado geral da prova foi Andrea Volpini, da Itália, que fez o percurso em  9h35. A próxima etapa do Grand Prix da Fina ocorrerá em Sumidouro Canyon, no México,  com um percurso de 15 km.
12 respostas
  1. Edmundo Arthur Foschini
    Edmundo Arthur Foschini says:

    Parabéns a Mariana e seu técnico Ricardo pelo resultado conseguido em uma das provas mais difíceis do Grand Prix. Já competi em super maratonas (100 km) em condições semelhantes a do Rio Coronda e sei o quando exige da parte fisica e psicológica do nadador. Vai enfrente Mariana… vc tem todos os requisitos de ser uma grande Campeã.

  2. Ricardo Ratto
    Ricardo Ratto says:

    Ela somente não se hidratou na última hora de prova, pois corria o riso de não poder terminar, um virtude da noite. Mas durante 11h de prova, ela se hidratou a cada 2o minutos, claro! Além de uma excelente hidratação no dia anterior e posterior a prova!

  3. Eduardo Henrique Domingues
    Eduardo Henrique Domingues says:

    Parabéns à atleta Mariana, mas,
    qto à prova,
    88km em 12 horas
    vai dar média de 49 segundos a cada 100 metros. O que ainda é humanamente impossível.

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário