BEST SWIMMING ENTREVISTA FLÁVIO LOPES SOBRE A PISCINA DE LONDRES

Autor • Redacao
Fonte • Best Swimming

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Flávio Lopes conta como viu as instalações olímpicas

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Como está o Parque Aquático para os Jogos Olímpicos de 2012?

A Best Swimming ainda não foi lá, mas conseguimos entrevistar o técnico Flávio da Silva Lopes, Head Coach da equipe do SERC de São Caetano do Sul que esteve com a Seleção Brasileira participando do Teste Evento e Seletiva Olímpica Britânica.

Flavinho, 34 anos de idade, é técnico desde 1999 e tem 16 anos de profissão. Tendo passado por quatro Seleções Paulistas e duas Seleções Brasileiras (Mundial Júnior de 2006 e Sul-Americano de 2007), o técnico do SERC teve também a oportunidade de conhecer o Parque Aquático de Beijing, o famoso Cubo D'água que foi motivo de muitos elogios na Olimpíada passada em 2008.

BEST SWIMMING – Como você viu as instalações do Complexo e sua opinião se será uma boa estrutura para receber a Olimpíada?

FLÁVIO – As instalações são formidáveis. O técnico Vanzella (Fernando outro treinador que estava na delegação) disse que é tudo "muito clean". É a impressão que dá. A piscina é rápida e os resultados indicaram isso.

Achei que as áres fora da piscina, como a piscina de soltura, área de massagem, os corredores de acesso aos vestiários e bancos de controle talvez fiquem um pouco apertados pelo número de pessoas que devem circular durante os Jogos Olímpicos.

A pontualidade britânica não é lenda, e funcionou perfeita. Tudo funciona e não tem aquele "jeitinho" para nada.

A logística criada para que os atletas fiquem próximo a Vila ficou ótima. O Parque Aquático está muito próximo da Vila.

Ao lado do Parque Aquático foi construída uma grande estação de transporte público o que facilitará e muito a chegada do público ao local. Uma dica para quem quiser ir como espectador é procurar hotéis próximos as estações de trem. Isto porque o metrô de Londres possui túneirs muito estreitos e congestionam de pessoas em horários de pico.

BEST SWIMMING – E a Seletiva Britânica, o que você achou do time dono da casa para a Olimpíada?

FLÁVIO – A intenção é chegar as Olimpíadas com o time mais forte de todos os tempos. É um programa de pelo menos seis anos e atrás já vem outro grupo sendo preparado para o Rio em 2016.

A base do time de Londres está na faixa de 1989 a 1992. Vejo a equipe feminina mias forte do que a masculina, mas pelo próprio fator maturacional. Acredito que os homens britânicos estarão em melhor condição para 2016.

BEST SWIMMING – E a responsabilidade de nadar em casa?

FLÁVIO – Nadar em casa vai ser diferente  e especial. Durante a prova dos 100 peito, Kristopher Gilchrist que era o favorito para a vaga, acabou terminando em terceiro lugar. Na volta olímpica após a premiação, o Gilchrist passou em frente a uma tribuna onde estavam os seus pais. De cabeça baixa não respondeu aos constantes chamados da família que o tentava consolar. Para mim isso já traduz o peso de querer estar na Olimpíada pelo seu país. (Gilchrist anunciou a sua aposentadoria há alguns dias, não agentou mesmo a pressão de ficar de fora de Londres 2012).

BEST SWIMMING – E o fato de rodar a Seletiva Nacional com uma competição estrangeira?

FLÁVIO – Acredito que foi bom para os dois lados. Eles testaram suas instalações e já puderam nadar ao lado de alguns dos seus adversários para as Olimpíadas. Nós colocamos nossos atletas para competir a nível internacional que é sempre de grande importância para o desenvolvimento da nossa natação. Sairmos dos bairrismos, se assim podemos dizer, sempre nos traz uma nova visão. Atletas que tem visão de chegar a um lugar mais alto, isso foi fundamental.

BEST SWIMMING – E o formato?

FLÁVIO – Pelas eliminatórias, todos juntos, balizados por tempo. Nas finais, a seletiva britânica e a final estrangeira. Ter a oportunidade de fazer finais, causou grande motivação para nossos atletas que mesmo estando em fase de treinamento para o Maria Lenk também conseguiram bons resultados.

BEST SWIMMING – E a Seleção Brasileira de Novos, como o grupo se comportou e quais os melhores resultados da equipe?

FLÁVIO – Sem puxar saco de ninguém, mas esta foi uma grande sacada da CBDA. Montarmos esta Seleção de Novos para ter vivência, foi um grande passo para criar-se uma continuidade de projeto para seleções futuras com um objetivo de longo prazo.

Estes jovens e também três técnicos, vivenciaram parte de um sonho que todas as pessoas envolvidas com o esporte têm. Chegar a uma Olimpíada¡

Para mim é um grupo novo onde já podemos ver grandes atletas para chegar  não só a Olimpíada mas também estar em uma final e sonhar com uma medalha. A atitude e comprometimento do grupo com seus objetivos foi algo notado por toda a comissão técnica, afinal é isso que deve mover um atleta para se chegar a um objetivo.

BEST SWIMMING – E os melhores resultados?

FLÁVIO – Sem dúvida, Arthur Mendes e a evolução de seus tempos. Entretanto, ver a Alessandra Marchioro entrar em uma final com o quinto tempo foi algo também a ser levado em consideração. Para mim, ela é um grande potencial para estar já em 2012, só basta ter paciência e acreditar.

BEST SWIMMING – Você teve o privilégio de estar dentro das arenas olímpicas de 2008 e 2012. O que diferem uma da outra?

FLÁVIO – Em 2008, a China surpreendeu a todos com as suas obras que causavam impacto e nos deixavam de queixo caído com a beleza delas. Cubo Aquático e Ninho de Pássaro será algo que jamais será esquecido. Entretanto, a Vila e alguns complexos eram mais afastados e precisava de um deslocamento maior.

Em 2012, pelo que pude ver, Londres não chamará tanto a atenção pela beleza de suas obras, mas a praticidade dos atletas em estarem em seus locais de competição será algo a ser levado em consideração. Entre o Complexo Aquático e a Vila Olímpica, apenas um shopping no meio.

BEST SWIMMING – E o que você espera do nosso time para Londres?

FLÁVIO – Acredito que esta será a Olímpiada da mudança do comportamento. A maturidade conquistada e o sentimento de "eu também posso". A proximidade de um resultado expressivo como a medalha do Cielo de 2008 com todo um grupo e a grande maioria estando de novo juntos em 2012, fará nossos atletas chegarem acreditando mais em uma medalha ou uma final olímpica. Esta nova visão vai nos dar confiança para os resultados de agora e também para as futuras Olimpíadas.