Autor • Julian Romero
Fonte • Best Swimming

Reprodução

Um pouco de tensão, normal, clima tranquilo e organização ainda pecando por alguns detalhes. Nas arquibancadas com algo em torno de 30% ocupada para as primeiras eliminatórias da primeira seletiva olímpica canadense.

A PRIMEIRA DA HISTÓRIA?

Sim, primeira no sentido literal da frase, conforme me explicou o Diretor Técnico da Swimming Canada (SNC), Pierre Lafontaine. Em 2008, eles também fizeram uma seletiva olímpica, mas não podiam utilizar a palavra “olímpico” por causa de patrocinadores da SNC que não eram patrocinadores do Comitê Olímpico Canadense ou não tinham nenhum vínculo com o COI. Para evitar empresas aproveitadoras, em 2008 foi chamada de Seletiva Beijing 2008. Agora, em 2012, todas as empresas envolvidas estão com vínculo com a seleção olímpica canadense, então o evento finalmente pôde se chamar “Olympic Trials”…

MAS E DENTRO D’ÁGUA?

Cinco provas abriram o primeiro dia de eliminatórias, que está sendo realizado na reformada piscina do Parque Olímpico, em Montréal. Ainda tiveram mais 3 provas paralímpicas mescladas no programa. Em termos de resultados, dois nomes estão para conquistar os holofotes esta noite. O primeiro é Scott Dickens, que lidera as finais dos 100m peito com 1:00.39 (28.26), top 10 no ranking da FINA em 2012 (a posição correta não acho ser preciso anunciar, que seria o número 3, visto que o ranking não está atualizado com outras competição como, por exemplo, o Campeonato Sul-Americano, considerando uma imprecisão). O atual recordista nacional da prova, com 1:00.23, empatado com Mathieu Bois, não economizou nas eliminatórias e pode alcançar sua primeira Olimpíada. Lembrando: Scott é mais velocista, com 27.45 nos 50m.

A outra atleta é a esperança de medalha olímpica Katerine Savard, atual recordista canadense dos 100m borboleta, prova em que lidera as finais com 58.55 (27.24), tempo que foi claramente economizado nos últimos 25 metros da prova, onde ela desacelerou tranquilamente e ainda assim ficou a 1 segundo na ponta de sua mais próxima adversária, Caroline Kuczynski. Katerine, natural da província de Québec, tem uma história bem veloz na natação, começando a nadar a apenas 9 anos atrás.

Nos jornais de Montréal, só dá ela em ensaios olímpicos e previsões, mas convenhamos que ela precisa ainda de melhorar esses 57.80 – recorde nacional dela mesma – para pensar numa cobiçada medalha.

BOM NA CURTA, MAS…

Na longa é outra história. E ela não me pareceu ter economizado no nado não. Estou falando de Savannah King, a recém-campeã universitária canadense, em evento realizado mês passado, na Universidade de Montréal. Ela nadou os 400m livre para 4:02.76, novo recorde. Ótimo. Um mês depois, cá está ela novamente para a mesma prova, mas marcando 4:13.89 (1:01-1:05-1:04-1:03). Savannah terá um problema pela frente além de tentar melhorar sua própria prova, a atual recordista canadense e líder das finais Brittany Maclean, com 4:12.45 (1:00-1:04-1:04:1:01). A torcida do clube local, Club de Natation du Piscine du Parc Olympique – CNPPO, estará atenta à raia 5 da final, Barbara Jardin, uma das duas únicas atletas a se classificar pra final deste clube.  Brittany, aliás, já tem vida pós-natação: é gerente de marketing da Research in Motion, em Kirtchner, Ontario, a empresa fabricante dos Blackberries…

JÁ ERA…

A ex-recordista mundial dos 200m borboleta, Audrey Lacroix, amargou uma 14a. posição na prova de 100m borboleta. A campeã mundial universitária em 2007 definitivamente não nadou bem, não pareceu rápida e também não está emocionalmente bem, fazendo cara de poucos amigos ao sair da prova.

O mesmo pode se dizer, mas não na mesma intensidade, do ídolo canadense Mike Brown, que está na final dos 100m peito, com 1:02.59, já que seu principal objetivo será os 200m peito, prova em que o levou para 2 Olimpíadas e tem alta possibilidade de levá-lo a sua 3a.

400 MEDLEY

Os 400m medley masculino, primeira prova do programa, foram mornos, impressionando talvez pela quantidade de competidores: 60. Alec Page liderou com folga as eliminatórias com 4:20.02, seguido por Andrew Ford, 4:23.72, e Matthew Kwartyra, com 4:25.23.

CRITÉRIOS

Os critérios para montar a seleção olímpica canadense são bem simples, porém dividido em 2 partes: tem que atingir o índice A estabelecido pela FINA (chamado de “OST”) e ficar entre os dois primeiros da final desta seletiva ou ter ficado entre os 5 melhores no último Mundial de Xangai, obtendo também o índice olímpico A da FINA. Ênfase em “FINAL”, já que os tempos das eliminatórias só serão considerados em casos para nomear os integrantes dos revezamentos, ou caindo nas “circunstâncias inesperadas” do boletim de critérios de convocação da SNC.

200 LIVRE

Outra prova morna, com Blake Worsley liderando com 1:49.11, seguido de Chad Bobrosky, com 1:50.02, Hassaan Abdel-Khalik (canadense?!?), com 1:50.42, e Stefan Hirniak, com 1:50.44.

E OS REVEZAMENTOS?

Aqui entra a calculadora: os 4 melhores tempos menos 1,8 segundo tem que atingir ou melhorar as marcas do 8o. tempo das eliminatórias da prova no Mundial de Xangai: 3:15.35 (4x100m livre masc), 7:13.31 (4x200m livre masc), 3:39.48 (4x100m livre fem) e 7:57.15 (4x200m livre fem). No medley, o tempo final é de 3:36.19 para masculino e 4:00.90 para feminino.

Para que um 5o. nadador integre o revezamento livre, deve alcançar as marcas estabelecidas: 49.12 (100m livre masc), 1:48.42 (200m livre masc), 54.87 (100m livre fem) e 1:58.93 (200m livre fem).

A PRIMEIRA VEZ

Além do termo “olímpico” aparecer estampado na decoração londrina do evento, também essa é a primeira vez que utiliza-se o “photo finishing”, aparelhagem complementar à cronometragem eletrônica que utiliza o vídeo na chegada para ajudar na decisão da colocação. Com isso, extingue-se a figura do cronometrista na borda, coisa que vem sendo utilizada na Olimpíada desde, que me recorde, 1988.

ORGANIZAÇÃO

Não é uma organização severa, mas esta primeira etapa foi concluída sem grandes incidentes. Tudo funcionou, exceto o resultado on-line do Omega Timing, que demorou quase uma hora para passar os resultados além da 3a. prova. A infra-estrutura montada para o evento é grande. A cobertura televisiva da Sportsnet (uma espécie de Sportv canadense, com 6 canais de esporte), ao vivo, a partir das 7 da noite todos os dias deu ao evento mais glamour e importância. Talvez isso explique o credenciamento recorde de 80 veículos de imprensa (mas calma lá que a Best Swimming nem o Swim It Up! estão nesta situação, com a credencial negada).

PARA ACOMPANHAR:

SWIMCAMWEB.TV:

http://swimcanweb.tv/index.php?option=com_content&view=article&id=2&Itemid=2&lang=en

OMEGATIMING:

http://www.omegatiming.com/index_home.htm#swimming/racearchives/2012/Montreal/index_d1.htm

SITE OFICIAL: http://www.swimtrials.ca/

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário