Autor • Alex Pussieldi direto de Londres
Fonte • Best Swimming

Reuters

Equipe francesa comemora muito o ouro no 4 x 100 livre

 

O revezamento 4 x 100 livre masculino foi tão empolgante como havia sido em 2008. Desta vez, diríamos até mais surpreendente. Mas no meio destes resultados bons e ruins, também houve um bocado de estratégia entre os treinadores que armaram suas equipes buscando os melhores resultados. Algumas destas estratégias deram certas outras nem tanto. Confira aqui algumas observações sobre elas.

 

FRANÇA –

Os franceses pouparam seus dois melhores nadadores pela manhã: Yannick Agnel e Fabien Gillot. Agnel teve a eliminatória e semifinal dos 200 livre e foi colocado para fechar. Gillot, mesmo sendo o melhor tempo foi colocado na segunda posição.

Pela manhã, o grupo classificou em quarto lugar nadando com Amaury Leveaux, Alain Bernard , Clement Lefert e Jeremy Stravius. Leveaux abriu para 48:61 e foi mantido na posição abrindo de noite para 48:13. A mudança foi tirar Bernard que nadou para 48:31 em nome de Leffert que fez 48:13. Na final, Leffert nadou para 47:39.

Entretanto, todas estas mudanças não dariam o efeito que deram se Agnel não tivesse fechado com os 46:74 que acabou dando o ouro ao time francês.

 

ESTADOS UNIDOS –

Os americanos tiveram um time pela manhã e trouxeram outro pela tarde. A surpresa foi deixar Matt Greevers de fora, já que ele havia nadando para 47:54 nas eliminatórias.

A equipe abriu com Nathan Adrian que normalmente força muito o parcial e fez de novo abrindo na frente com 47:89 depois de passar com 22:76.  Também deu certo colocar Michael Phelps na segunda posição que nadou muito bem com o melhor parcial da prova com 47:15. Cullen Jones fez um parcial apenas razoável com 47:60. O erro estratégico foi acreditar em Ryan Lochte para fechar. Ele havia feito apenas 48:91 na seletiva americana e se esperava bem mais do que os 47:74 que fechou na prova. Não só Greevers pela manhã havia feito melhor como o próprio Jimmy Feigen que havia nadando para 48:49 com a saída de revezamento poderia ter feito melhor.

 

RÚSSIA –

Há anos os russos falam e treinam este revezamento acreditando em chances de medalhas, e não deu outra. A equipe poupou Vladimir Morozov e Danila Izotov pela manhã. Ambos nadaram as provas de 100 costas e 200 livre respectivamente. Para a final, se manteve Andrei Grechin que havia feito o melhor parcial de abertura com 48:19 e mudou a posição de Nikita Lobintsev de quarto pela manhã quando fez 47:56 para segundo agora nadando para 47:39.

Morozov saiu da semifinal dos 100 costas para descansar para o revezamento onde nadou para 47:85 e Izotov mesmo nadando a semifinal dos 200 livre foi capaz de fechar para 47:60.
Os russos saíram com um bronze bastante comemorado e que completou o projeto que tinham há alguns anos.

 

AUSTRÁLIA –

O desempenho da Austrália foi péssimo, e nem dá para culpar a estratégia. Pela manhã, a equipe poupou os nadadores do meio Matt Target e Eamon Sullivan que nadaram muito bem na final.

James Magnussen fechou pela manhã com 47:35 e se pensou que havia nadado tranquilo para se classificar. A mesma coisa com James Roberts que pela manhã foi o segundo com 48:22.

Na final, o time usou Magnussen para abrir que deixou a equipe pelo menos 8 décimos atrás de onde deveria estar, Matt Target conseguiu bom resultado com 47:83 e o mesmo pode ser dito de Sullivan com 47:68. O time pulou na água em terceiro para os últimos 100 metros e estava a 9 décimos da equipe americana que liderava. Com o segundo melhor tempo do mundo nos 100 livre este ano ainda se acreditava em alguma reação de James Roberts que não aconteceu. Este nadou para 48:09 perdendo inclusive o direito de ir ao pódium terminando em quarto lugar. 

9 respostas
  1. André Cordeiro
    André Cordeiro says:

    Sobre poupar um atleta retirando-o do revezamento para benefício de sua performance em uma prova individual: acho muito errado pois o nadador está primeiramente representando o seu país e não a serviço de si próprio, e além disto é falta de companheirismo com os outros colegas de revezamento, que estavam contando com a presença dos quatro melhores que classificaram o revezamento. Passei por experiências desagradáveis com outros nadadores que pensaram de forma egoísta em seu desempenho esquecendo o seu compromisso com a nação e com a equipe, fatos que seriam imperdoáveis em seleções como Estados Unidos, Austrália e Rússia, infelizmente nossa confederação concorda com estes absurdos até hoje.

  2. Maricene Zogbi
    Maricene Zogbi says:

    Belíssima colocação Ruben Dinard infelizmente na natação Brasileira não temos uma equipe sim alguns atletas, já fomos mais unidos na época de Gustavo, Romero…temos grandes nadadores mas aonde está a base formativa, em 1996 eu falei ao Prof. Ricardo de Moura, um dia o Gustavo vai se aposentar e quem ficará ah ainda temos muito tempo…faço-lhe a mesma pergunta…o Cielo quando parar quem substitui??? Precisamos de uma base formativa nas escolinhas, uma padronização se quiseremos chegar ao nível Australiano, Americano, temos que copiar o modelo deles porque grandes treinadores temos…falta investimento de Federações, Confederações e Órgãos Governamentais.

  3. valdez coelho
    valdez coelho says:

    realmente a tática da equipe brasileira , não funcionou, caso o cielo nadasse a chance aumentaria.

  4. valdez coelho
    valdez coelho says:

    realmente a tática da equipe brasileira , não funcionou, caso o cielo nadasse a chanceaumentaria.

  5. Allan
    Allan says:

    Os 50L pode ser a prova mais rápida, os 100L a mais “importante” e os 200L a mais charmosas, mas sem dúvida nas quatro últimas olimpíadas os 4x100L é a prova de maior emoção.

  6. Allan
    Allan says:

    Durante as transmissões do Paris Open cheguei a ouvir que o Agnel tinha dúvida se nadaria o 4x100L para se poupar para a final dos 200L. Felizmente para ele, para a França e para o mundo da natação (menos para os americanos) ou isso era boato ou ele e a comissão francesa tomaram a decisão certa. Quanto à decisão brasileira o que dizer?!? Tirar o Cielo do revezamento para poupá-lo para uma prova que aconteceria dois dias depois… É, acho que estão certos mesmo afinal para o nível do esporte que temos participar de uma final olímpica não tem muita importância, não é mesmo.

  7. Dingo
    Dingo says:

    Eu concordo que a estrategia dos EUA não foi a melhor, mas não acredito que nenhum dos outros nadadores deles conseguiria nadar meio segundo mais rapido pra ganhar dos franceses.

  8. Gabriel Jermann
    Gabriel Jermann says:

    O reveza francês é o melhor, isso desde Pequim. Na época, não foi conquistado o ouro por um desastre inexplicável.
    Já há algum tempo, a França está com um plantel de nadadores velocistas inigualável.
    Ela sim pode dar-se ao luxo de poupar os nadadores dos 100 livre (Agnel e Gilot) e dar conta do recado, já o Brasil não POOODE!!

  9. Ruben Marcio Dinard de Araujo
    Ruben Marcio Dinard de Araujo says:

    Vc Pussieldi, devia colocar a estrategia vergonhosa que a comissão tecnica do Brasil adotou. O Coaracy como Presidente, devia ter tomado uma providencia dura e exigir a presença do Cielo no revezamento do Brasil.

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