O DIA DO BRASIL: DIA 2

Autor • Julian Romero
Fonte • Best Swimming

Satiro Sodré

Guilherme Guido e seu sorriso bronzeado

Só faltou marcar o melhor tempo de sua vida para que o dia do paulista de Limeira, Guilherme Augusto Guido, fosse totalmente completo. Guido conquistou sua primeira medalha individual em Campeonatos Mundiais na final dos 100m costas, um pouco desacreditado depois do susto que tomou ao chegar em 5o. lugar na primeira série semifinal e ficar torcendo para que a segunda série fosse pior. Chegou na final nadando na raia 1. Já começou com uma boa vantagem, já que a piscina está montada para 10 raias, e a raia do seu lado, a número 0, estava vazia, o que significa menos marola e menos distração.

Assim como na semifinal, passou na frente nos 50m, com 23.61, contra 23.94 do americano Matt Grevers e 23.73 do russo recordista do campeoanto Stanislav Donets. Teve a segunda pior volta da final, 26.89 – o oitavo lugar, Christian Diener, voltou com 27.22, mas foi 11 centésimos mais rápido que o australiano Ashley Delaney para subir ao pódio em 3o. com 50.50, sua segunda melhor marca pessoal, atrás dos 50.46 obtidos no Troféu José Finkel de 2010. É a melhor marca do Brasil no ano, 6o. melhor tempo do ranking mundial até o momento (lembrando que o ranking mundial de piscina curta vai de agosto de 2012 a julho de 2013, correpondente à temporada "gringa").

Guido estava pra lá de contente no pódio e com sua medalha, a segunda de sua carreira em Mundial: a primeira foi outro bronze, em 2010, no revezamento 4x100m medley, junto com Felipe França, Kaio Márcio e César Cielo. Este é o seu 3o. Mundial de Curta: em Manchester 2008, fez 51.04 e ficou em 7o. Daquele Mundial, fizeram a mesma final aqui ele, Donets e Delaney.

Não se surpreenda se ele vencer a prova de 50m.

A outra final para o Brasil do segundo dia foi os 100m peito. O matogrossense de Cuiabá, Felipe Ferreira Lima, agiu da mesma maneira que Guido, foi para o tudo ou nada e passou em 2o. nos 50m com 26.83, atrás do italiano Fabio Scozzoli, 26.66. Mas fez a pior volta de todos os finalistas, aliás 1 segundo a mais do que a segunda pior volta, e acabou em 8o. lugar com 58.73. O melhor tempo pessoal, obtido na semifinal com 58.05 – 1o. tempo do Brasil – não seria suficiente para subir ao pódio. Felipe ainda tem os 50m peito pela frente, mas sua melhor prova são os 100m.

A terceira final do Brasil foi por equipes. Fernando Ernesto Santos abriu o 4x200m livre com 1:44.75 (23.55, 49.48, 1:16.64), entregou a equipe em 4o. lugar para Vinícius Waked (1:47.22), e foi aí que Thiago Simon adiantou-se e colocou -0.04 no tempo de transição, desclassificando o revezamento. Não conseguimos saber o tempo certo de Samuel Acioli, atleta de São José dos Campos que substituiu de última hora a dispensa de João de Lucca, mas Thiago havia feito 1:46.85.

Aliás, o tempo de Fernando é oficial, apesar do revezamento ter sido desclassificado. A regra diz que todos os tempos são válidos no revezamento até o momento da desclassificação. A marca dela é sua segunda melhor marca pessoal, e pela 3a. vez este ano ele nada na casa do 1:44.

Nas eliminatórias, o grupo havia se classificado em 8o. lugar, com 7:07.40, com Thiago Simon abrindo para 1:48.07 (24.98, 51.81, 1:19.53), Fernando Santos (1:44.41), Vinícius Waked (1:46.86) e Samuel Acioli (1:48.06). Aliás, nas eliminatórias um prenúncio do que viria: a troca entre o 2o. e 3o. nadador foi perfeita, 0.00, a melhor do campeonato entre a final e eliminatória.

Das semifinais do dia, começamos com os 100m livre feminino, com a presença de Alessandra Marchioro e Larissa Oliveira. Nas eliminatórias, Alessandra fez o 9o. tempo, 53.95 (25.67), enquanto que Larissa ficou com o 16o. tempo, 54.27 (26.51). Elas estavam entre as mais jovens competidoras das semifinais. Quatro anos mais nova que elas, a lituana-sensação Ruta Meilutyte chegou a nadar as ellminatórias com 53.54 (5o. tempo), mas abandonou as semifinais, dando espaço para a canadense Chantal van Landeghem, um ano mais nova que as brasileiras (que tem 19 anos).

Na semifinal, as brasileiras não conseguiram avançar para a finalíssima, apesar de Larissa fazer o melhor tempo de sua vida, 53.93 (26.22). Alessandra terminou em 13o. com 54.05 (26.15) e Larissa em 12o.

Nos 50m borboleta feminino, a amazonense Daynara Lopes de Paula ficou em 15o. nas eliminatórias com 26.43, melhorando ainda 3 centésimos nas semifinais, mas terminando com o 16o. tempo, 26.40. O melhor tempo obtido no último Troféu José Finkel, 25.90, como martelado pelo Blog do Coach, daria-lhe condições para estar na final da prova. Aliás, foi um bom Finkel nesta prova para Daynara, fazendo 3 dos 4 melhores tempos de sua carreira.

Nos 50m livre, Nicholas dos Santos expôs que pela primeira vez estava focado e treinando apenas para os 50m borboleta, prova que era tratada como secundária. Agora, mesmo jogada em 2o. plano, Nicholas tinha chance de uma final, mas acabou saindo da semifinal, quando conseguiu o 6o. melhor tempo das eliminatórias com 21.50, para economizar energia no próximo dia nos 50m borboleta. Leonardo Alcover terminou em 32o. com 22.21, sua segunda marca pessoal.

Nos 100m medley feminino, prova sem dono no Brasil e no mundo, Flávia Delaroli Cazziolato terminou em 31o. com 1:03.10 (28.26). Flávia havia marcado 1:02.49 no Finkel deste ano e esta é apenas a 7a. vez na vida que ela compete oficialmente os 100m medley.