A legião estrangeira deste ano

Inge Dekker destaque do Minas no Finkel 2012 de volta para o TML

Poucos estrangeiros no primeiro Troféu Maria Lenk neste novo ciclo olímpico. Não foi um ano fácil na renovação de contratos das principais estrelas para a nova temporada e os clubes também investiram pouco na contratação de atletas do exterior para a disputa da competição.

O investimento para a contratação de um nadador estrangeiro disputar um Campeonato Nacional não é pouca coisa. A taxa de transferência é de 2 mil 292 reais. Fora isso, passagens aéreas e muitas vezes premiação por vitórias e principalmente pelos recordes batidos.

O objetivo maior dos clubes são os recordes sul-americanos que dão 70 pontos de bonificação. Recordes brasileiros dão 35 pontos e de campeonato 18 pontos. Os recordes de campeonato, são os mais difíceis, pois muitas vezes foram batidos por estrangeiros em temporadas passadas. As marcas estabelecidas tem efeito apenas de bonificação, pois atletas estrangeiros não podem ser recordistas brasileiros e nem sul-americanos se são oriúndos de outros continentes.

Confira os nomes que vem de fora para o Troféu Maria Lenk 2013:

Frederike Johanna Maria Heemskerk, Minas Tênis Clube

Atleta duas vezes medalhista olímpica no revezamento 4 x 100 livre da Holanda ouro em 2008 e prata em 2012. Femke como é conhecida faz parte da seleção nacional de seu paíse desde 2005 no Mundial de Montreal e acumula duas medalhas de ouro e uma de bronze em Mundiais de Longa e três de ouro e duas de prata em Mundiais de Curta. Destas todas, apenas as duas de prata no Mundial de Curta 200 livre em 2008 e 100 livre em 2010 foram em provas individuais.

Ela é duas vezes recordista nacional da Holanda nas provas de 200 livre  e 200 medley na longa e mais quatro vezes na curta com os 200 livre, 100 e 200 costas e 200 medley. Já esteve no Troféu José Finkel do ano passado ajudando o Minas a conquistar o primeiro título nacional da era Scott Volkers no coamando da equipe.

Inge Dekker, Minas Tênis Clube

A outra holandesa do Minas também volta para defender o time que ajudou a ser campeão no ano passado do Finkel realizado em São Paulo. Inge tem 27 anos de idade e foi três vezes medalhista olímpica sempre na prova do 4 x 100 livre, ouro em 2008 em Beijing, prata em 2012 em Londres e bronze em 2004 em Atenas.

Em Mundiais de Longa tem três ouros e dois bronzes. Nos Mundiais de Curta, quatro ouros e um bronze.

Inge deixou a Holanda para treinar fora do país. Fez parte da equipe do Marseille na França mas não se saiu bem em Londres e decidiu voltar a Holanda.

Velocista pura, Inge tem uma irmã, Lia, que também é nadadora e já fez parte da Seleção Nacional da Holanda.

Florencia Perotti, Grêmio Náutico União

A argentina Florencia Perotti queria investir em sua carreira. Decidiu se mudar para o Brasil em busca disso. Diferente dos outros atletas estrangeiros contratados apenas para nadar o Troféu Maria Lenk, Florencia se mudou e treina em Porto Alegre desde o início do ano. Medalhista várias vezes no Troféu Chico Piscina em Mococa, Florencia vai em busca de bons resultados afim de garantir vaga na Seleção Nacional Argentina.

Esteban Enderica Salgado, Fluminense

O equatoriano Esteban Enderica foi vice campeão do Maria Lenk nos 400 medley na temporada passada. A marca feita no Rio lhe garantiu vaga para a sua primera Olimpíada. Enderica é treinado pelo irmão Juan Enderica. Seu primeiro Ivan Enderica também foi olímpico, sendo que nas provas de águas abertas.

Em busca de uma vaga para o Mundial de Barcelona, o nadador volta para defender as cores do Fluminense com boas chances de pódium nas provas que irá participar.

Samantha Arevallos Salinas, Fluminense

A equatoriana Samantha Arevallos nunca disputou um Troféu Maria Lenk, mas já esteve no Brasil para o Sul-Americano do ano passado. Seu nome também é conhecido pelos nadadores da região Norte-Nordeste nos bons resultados alcançados na Copa Pacífico.

No Maria Lenk, Samantha vem em grandes condições para as provas de medley e fundo. Recentemente a nadadora foi medalhista no Grand Prix de Orlando nos Estados Unidos. Detalhe que tanto Enderica como Samantha treinam e vivem em Cuenca, a 2.500 metros de altitude o que tem sido um fator de grande importância nos seus treinamentos.

Julia Sebastian, Unisanta

A jovem argentina Julia Sebastian volta ao Troféu Maria Lenk para defender o Unisanta como fez no ano passado. Ela foi vice campeã da prova dos 200 peito e quarta colocada nos 100 peito. Como a nadadora Pamela Alencar Souza do Corinthians, campeã dos 200 peito e prata nos 100 peito foi desclassificada por testar positivo no exame anti-doping, Julia virou a campeã dos 200 peito e bronze nos 100.

Destaque da Argentina em Troféus Chico Piscina e no Sul-Americano Juvenil a nadadora também nada em busca de uma vaga para o Mundial de Barcelona.

Virginia Bardach, Argentina

Outra que volta a nadar no Brasil. Sempre pelo Unisanta, como sua irmã, Georgina que se transformou numa das maiores vencedores de provas em Troféu Brasil no passado. Virginia defende o River Plate na Argentina e treina com Orlando Moccagatta, técnico que ficou famoso pelos resultados do velocista José Meolans.

Ano passado, Virginia tentou sem sucesso uma vaga para aquela que seria a sua primeira Olimpíada. Sua irmã, Georgina, que se aposentou em dezembro passado, foi a maior nadadora olímpica da Argentina com cinco participações além de uma histórica medalha de bronze nos 400 medley dos Jogos de Atenas em 2004.

Juan Pereyra, Argentina

Juan Pereyra já nada há tantos anos no Brasil que ninguém se lembra que ele é argentino. O fundista do Minas já rodou por clubes de São Paulo e defende a equipe do Minas há quatro temporadas. Três vezes olímpico pela Argentina, Juan aos 32 anos de idade chegou a natação depois de uma experiência não muito boa no rugby, que era o seu esporte. Uma lesão e o medo da mãe acabaram a sua carreira de jogador para iniciar a de nadador. Seguiu o sucesso da irmã, Maria del Pilar Pereyra que foi uma das melhores nadadoras de borboleta da América do Sul em sua época.

Pela legislação brasileira, Juan Pereyra vive há vários anos no país e não conta como nadador estrangeiro nas disputas do Troféu Maria Lenk e outras competições nacionais.

Juan que ainda não decidiu quando irá se aposentar tem um sonho de um dia se tornar Presidente da Federação Argentina de Natação.