Falta de informação, emergência, descuido. Resultado: suspensão de 3 meses anunciada pela FINA. O primeiro caso de doping positivo nos saltos ornamentais do Brasil foi um grande descuido que custou ao brasiliense Hugo Parisi a sua participação no Mundial de Barcelona, que começa daqui a 30 dias. O atleta foi testado em fevereiro desse ano num Grand Prix de Saltos na Alemanha e o resultado acusou a substância Prednisolona, um glicocorticoide para tratamento anti-inflamatório da garganta. Tanto Hugo quanto seu técnico, Ricardo Moreira, consultaram o livro da WADA com todas as substâncias proibidas, mas por serem leigos, acabaram sendo traídos por questão de nomenclatura.

Hugo, saltador olímpico de 2004, 2008 e 2012, disse que recorreu a um médico que não era da área desportiva e ainda criticou brandamente a CBDA por não disponibilizar uma cópia em português do livro da WADA e também por falta de um acesso mais fácil para os médicos da Confederação – o que é estranho pois existe uma cartilha em português (cbda.org.br/canal-cbda/doping). A CBDA tem em seu rol médico: Dr. Eduardo de Rose, Dra. Sandra Soldan, Dr. Gustavo Magliocca, Dr. Claudio Cardone e Dr. Marcus Bernhoeft.

“Avisei que eu era atleta, e ele me receitou um remédio chamado Prelone (anti-inflamatório). Chequei na lista dos medicamentos proibidos, mas não encontrei nada porque o que está na lista é a família a qual pertence o medicamento. É uma lista feita para especialistas, e eu não sou nenhum especialista. Caí nesse erro”, disse Hugo em entrevista à Folha de S.Paulo.

“Não sei exatamente o número de médicos da CBDA. Sei de uma que fica no Rio, mas o meu caso foi uma emergência. O atleta é responsável por aquilo que toma, o problema é que, no Brasil, falta suporte para isso. Nem o código da Wada traduzido para o português a gente tem.”

Hugo recebeu a menor pena da Fina em sua defesa no dia 14 de junho, e considerou um sucesso: “Considero a defesa um sucesso, pois peguei a pena mínima. Em nenhum momento neguei ter usado prednisolona e acho que isso fez diferença na avaliação do caso.”

O técnico resumiu bem o descuido: “O nome doping é tão pesado que pode prejudicá-lo muito”, disse Ricardo.


Nota da CBDA sobre o assunto:

Resultado Analítico Adverso – Hugo Parisi
17/06/2013
Rio de Janeiro / RJ – A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos – CBDA vem tornar público que o saltador Hugo Parisi, em controle antidoping realizado no dia 24 de fevereiro de 2013, por ocasião da segunda etapa do Grand Prix FINA de Saltos Ornamentais, realizado em Rostock, na Alemanha, cuja amostra foi analisada pelo Instituto Deutsche Sporthochschule Köln de Bioquímica, em Colônia, na Alemanha, credenciado pela Agência Mundial Antidoping, acusou resultado analítico adverso para a substância Prednisolona, da classe S9.Glucocorticosteróides.
O exame foi realizado em competição da Federação Internacional de Natação, cabendo a FINA todas as providências com a instauração de Painel de Controle de Doping . O Painel da FINA formado pelos doutores F.D van Heijingen, Robert Fox e Farid Belkacem determinou três meses de suspensão contados a partir do dia 14 de junho. Com isto o atleta estará impossibilitado de participar do Campeonato Mundial dos Esportes Aquáticos de Barcelona, de 19 de julho a 4 de agosto.
A Federação Internacional de Natação – FINA informou que a íntegra da decisão será publicada em breve no portal da Entidade.


Para saber mais sobre o assunto:

Cartilha da CBDA sobre uso de medicamentos – versão 2013

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