Passados dois dias, o clube anfitrião está dominando a competição em todos os aspectos. O Corinthians levou 8 das 18 provas em disputa nesta 2a. etapa do Campeonato Brasileiro Infantil de Inverno – Troféu Ruben Dinard Araújo, e 4 dos 8 novos recordes estabelecidos no Parque Aquático Mário Xavier, local que foi rebatizado em homenagem ao maior locutor e estatístico da natação brasileira da história e conselheiro vitalício do clube, falecido em setembro de 2012.

O clube da casa lidera tanto na pontuação geral, quanto no infantil 1 e infantil 2. No geral terminou a etapa com 335,5 pontos, seguido do Pinheiros com 146, Fiat/Minas com 125, Curitibano com 66 e Fluminense com 62.

Uma etapa longa, difícil de acompanhar (foram 4 horas de eliminatórias e mais 3 horas de finais), mas para quem estava n’água para competir, os resultados foram excelentes.

A primeira prova do dia começou com uma impressionante sequência de novos recordes do campeonato. No infantil 1, Majda Chebaraka (AABB/DF) com 2:09.05 e Vinícius Augusto Silva (Corinthians) com 2:04.15, e no infantil 2 Maria Paula Heitmann (Fiat/Minas) com 2:06.00 e Gabriel Nogueira Cardenes (Corinthians) com 1:59.58. Das 4 marcas, a mais impressionante foi de Maria Paula, que abaixou quase 3 segundos de sua melhor marca e a colocou no top 20 do ranking nacional absoluto. Venceu de cabo a rabo com mais de 6 segundos sobre a 2a. colocada, Mariana Vignoli (Grêmio Náutico União), com 2:12.13, que quase perdeu a posição para Gabriela Landim (Pinheiros), que terminou em 3a. com 2:12.44. Para Majda é sua segunda vitória, agora sim com um recorde esperado, superando a marca anterior de Nicole Ribas que vinha desde 2009.

Outra chegada apertada definiu o pódio do infantil 1 feminino, com Fernanda Andrade (AR5/ES) levando a prata com 2:13.34 e Rafaela Raurich (Curitibano) com o bronze, 2:13.42. Aliás, na verdade foi uma prova onde Fernanda simplesmente “travou” nos últimos 50m (fechou com 36.38) enquanto Rafaela tentava alcançá-la (fechou com 32.97). No masculino, no entanto, os duelos foram pelo 1o. lugar. Vinícius fechou melhor para virar o jogo em cima do campeão dos 100m costas, Isaac Saraiva (Fiat/Minas), apenas 8 centésimos atrás de Vinícius, com 2:04.23. Em 3o. ficou Arthur Cury (Gustavo Borges) com 2:06.81. Já Gabriel Cardenes teve dificuldade até os 100m contra o agora ex-recordista do infantil 1,Rafael Cerqueira (Corinthians), que acabou em 2o. com 2:00.77. Em 3o., o primeiro empate em pódio, com Diogo Nunes (Corinthians) e Leonardo Ruiz (Unisanta) fazendo 2:02.59. É a primeira trinca do Corinthians na competição.

Vice nos 100m, Natalia Amano (Corinthians) venceu os 200m costas infantil 1 com 2:34.05, não dando espaço para ameaças por parte da 2a. colocada, Yasmin Taba (filha do ex-técnico do Pinheiros, Álvaro Taba) com 2:35.83 e de Manuela Barres (SESI-SP) com 2:36.84. No infantil 2 prevaleceu – e como – Beatriz Silva (Corinthians) com mais um recorde, agora com 2:22.92, 17o. tempo do ranking nacional absoluto. Completou o pódio Gabrielle Silva (Juventus) que repetiu a posição do ano passado com 2:27.87 e Maria Eduarda Biaco (Corinthians) com 2:29.47.

O medalha de bronze dos 100m no infantil 1 e atual campeão paulista, Eduardo Almeira (Aramaçãn) venceu os 200m tranquilo para 2:22.73, seguido de Gabriel de Caria (SERC São Caetano) com 2:24.57 e de Bernardo Garcia (Paineiras) com 2:24.99. No infantil 2, segundo título para Victor Rosalem (Corinthians) com 2:16.07 (numa prova meio afobada, passando com 1:04.27 e voltando com 1:11.80), seguido de Pedro Azevedo (Espaço Aquático) com 2:18.98 (comparando com Victor, fez uma prova muito mais dosada: 1:09.07/1:09.91) e de Marcelo Melo (Unisanta) com 2:19.44. Vale notar que os tempos dos atletas masculinos nos 200m costas não foram bons em termos de índice técnico…

Mônica Neves (AABB/PE) foi a campeã do último Troféu Sérgio Silva – Torneio Interclubes do Nordeste nos 100m borboleta com 1:10.50, e em São Paulo mostrou uma chegada matadora em cima da atleta da casa, Letícia Reis, que perdeu o título no infantil 1 por 6 centésimos: 1:11.11 (33.96/37.15) contra 1:11.17 (33.08/38.09). Outra com volta matadora foi a amazonense Stephany Rodrigues (AE Lassista) que virou em penúltimo com 35.00 mas recuperou-se para o 3o. lugar com 1:12.22 (37.22). Foi outra prova com nível técnico geral baixo.

No infantil 2, a campeã e recordista no infantil 1 do ano passado, além de atual campeã sul-americana juvenil e também do Multinations, Clarissa Rodrigues (Sport/PE) agora grava seu nome também no infantil 2 com 1:04.30 (30.65) apesar da ameaça inicial de Luanna Oliveira (Pinheiros) que ficou em 2o. com 1:05.46. Em 3o. completou o pódio Stefany Brandi (Corinthians) com 1:06.11. Não, você não está tendo um dèjá-vu: este é o mesmo pódio do Brasileiro de Verão de 2012 e das 3 medalhistas apenas Luanna subiu ao pódio um ano antes, no Brasileiro de Inverno.

No masculino, só não houve recorde no infantil 2 por causa de milímetros para Matheus Gonche (Fluminense) com 58.57. O recorde ainda permanece Felipe Souza, da Unisanta, com 58.56. Matheus, que já tinha o título nos 1500m livre e é campeão carioca nesta prova, melhorou em 2 segundos sua melhor marca. Em 2o. ficou Gabriel Ferreira (União Jundiaí) com 59.20 (vice nos 100m costas) e em 3o. Carlos Marinoni (Curitibano) com 1:01.04. Já nos mais jovens a vitória foi de Kainan de Jesus (Corinthians) com 1:02.78, seguido de Pedro Nicolas da Silva (Nilton Lins) com 1:03.83 e de Thiago Ferreira (Bom Pastor) com 1:05.57. Curiosidade: das 12 posições disponíveis no pódio de todas as provas de 100m borboleta, 9 atletas são de clubes diferentes e 3 são do Corinthians.

Na prova longa do dia, um nome começa a se destacar na disputa pela eficiência: é a carioca Maria Pessanha (Fluminense) que venceu sem adversárias os 400m medley infantil 1 com novo recorde de 5:12.60. Curiosamente, esta é a primeira vez que ela sobe no pódio nadando essa prova na vida! As outras ocasiões foram como extra, não contando posição, inclusive no último Multinations, onde marcou 5:14.67. Completaram o pódio Stephanie Silva (SESI-SP) com 5:30.38 (ultrapassando Beatriz graças ao nado peito) e Beatriz Dizotti (Corinthians) com 5:33.97. Celeiro de fundistas e nadadores de medley, o Clube Paineiras do Morumby fincou novamente a bandeira no topo dos 400m medley infantil 2 feminino, agora com Fernanda Bernardo – com ponto fraco no nado de costas – que marcou 5:17.04 contra 5:23.70 de Letícia Rodrigues (Corinthians). Completou o pódio outra prata da casa, Heloíza Alves, com 5:27.14.

Kainan Jesus não teve muito tempo para descansar depois de sua vitória nos 100m borboleta, modalidade que lhe deu uma vantagem inicial contra os pinheirense Kaique Alves (2o. com 5:14.86) e Gabriel Odorizzi (3o. com 5:15.21). A vitória com com 5:12.11, não incomodando nem um pouco o recorde de 4:52.64 de André Augusto dos Santos. No infantil 2, cujo recorde também é de André com 4:42.08, a ameaça foi mais real com a vitória do campeão brasileiro em 2012 (tanto inverno quanto verão), de Caio Pumputis (Pinheiros) com 4:46.87, melhorando quase 8 segundos da sua melhor marca pessoal, uma vitória tranquila e sem ameaças, seguido do vice João Perinelli (Aramaçãn) com 4:57.27 e de Filipe Marques (AABB-DF) com 5:00.94.

No revezamento 4x100m livre feminino, o quarteto mineiro novamente venceu outra prova por equipes, agora com 4:07.00 (Sofia Mafra, 1:03.27, Marina Cruz, 1:03.13, Vitoria Saar, 1:02.30, e Maria Heitmann, 58.30 – melhor parcial da prova e que já ameaça o recorde dos 100m livre, que é de Manuella Lyrio com 59.02), seguidas das equipes do Pinheiros (4:08.79) e Corinthians (4:10.61). Do lado masculino, um novo recorde para o time da casa com 3:42.08 (Gabriel Cardenes, 54.24, Rafael Mello, 55.27, Vinicius Silva, 56.93, e Diogo Nunes, 55.54), que venceu sem ameaças graças à abertura de Gabriel. Completaram o pódio as equipes do Minas (3:47.52) e do Pinheiros (3:49.92).

As 9 desclassificações ocorridas em provas de revezamento no último Brasileiro Juvenil realizado em Belém parece ter acordado os técnicos e atletas quanto ao risco de queimar a troca de atletas: até agora temos apenas uma desclassificação em revezamentos. Aliás, a competição chega à metade sem graves problemas enfrentados por arbitragem, clima ou incidentes médicos…

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