Hoje o dia é só de César Cielo, uma compilação das declarações dele sobre o tricampeonato mundial dos 50m livre hoje em Barcelona:

“Sei que o Popov tinha cinco de ouro individuais, agora passei. Não pensei que tinha ganho a prova, sabia que estava bem. Tinha que ter torcido para quem estava na raia 3 e 4 não ter voado. Estou sem palavras. Hoje só olhei para minha raia e bati na parede”.

“É sempre bom [ganhar dos franceses]. A gente tem amizade com alguns, no caso do Bousquets é amigo meu. A gente se respeita, mas aquela pulga atrás da orelha fica sim. Agora terei que treinar três vezes mais, pois sei que os caras virão querendo me matar no ano que vem”.

“Redenção é uma coisa que traz um sentimento inexplicável para a gente. É o sexto ano que subo em um pódio. Não tenho muito o que falar, só quero agradecer quem me apoiou o tempo inteiro. Às vezes ganho, às vezes perco, mas sempre doo 110%”.

“Não queria que fosse uma redenção, mas não tem jeito. Passei o ano inteiro com o gosto amargo da olimpíada e depois da cirurgia no joelho eu estava duvidando de mim mesmo. Foi uma surpresa, pensei que o Manaudou levaria essa prova”.

“Passei três meses duvidando se conseguiria fazer um salto de novo”.

“Posso dizer que é a medalha mais emocionante da minha carreira, foi o melhor sentimento que já tive na minha vida. Estava completamente extasiado, não estava sentindo nada do meu corpo. Foi o pódio mais emocionante da minha carreira, sair de Londres e conquistar a medalha dessa forma. Hoje estou me sentindo o melhor cara do mundo”.

“O Manaudou está vindo numa fase fantástica, ninguém está conseguindo igualar a saída e a parte submersa dele. Foquei muito na segunda metade da prova, sabendo que meus primeiros 25 não seriam os melhores. Posso dizer que na minha prova consegui manter um nado eficiente”

“[Resultado de Manaudou] Surpreendeu pela constância de bons resultados, pensei que nadaria para 21s3. Nos 50 m livre você não pode querer demais, não pode ir 100%, senão acaba patinando muito. Tem que ir 99,9%”

“Ontem eu estava na primeira semifinal e sabia que o Manaudou estava na segunda e o Fred também e aí na minha cabeça eu pensava assim “quero mandar uma mensagem pra esses caras. Quero fazer uma limpa e quero que eles nadem em cima desse tempo”. Na semifinal tive uma prova dura. Achei que não fosse dar porque o Manaudou está nadando muito bem e com uma saída ótima, porque esse é o meu ponto fraco por conta da minha cirurgia. Era um ponto de honra nadar melhor que no Maria Lenk porque não era possível nadar pior e com o joelho melhor.  Era enfiar a mão na parede e ver o que ia acontecer”.

“Eu vim aqui tentar uma medalha de ouro. Sinceramente eu achava que a minha maior chance era os 50m borboleta. Então esse foi o melhor sentimento pós-prova que eu pude sentir. Vi que estou pronto de novo pra desafiar qualquer um. Foi uma final menos tensa que a dos 50m borboleta, mas foi uma superação minha mesmo de conseguir vencer a prova depois da cirurgia”.

“Ontem à noite passei vendo seriado besta. Foi o que fiz a semana inteira. O seriado que mais assisto se chama The League, que é um grupo de amigos que joga Fantasy Football, nos Estados Unidos. Basicamente são coisas que não precisa prestar atenção. Posso sair no meio e ir ao banheiro que entendo. Também assisti a filmes bem bobos, tipo “Pineapple Express”. Olhava o meu e-mail, conversava com alguns amigos e tentava não ver noticia, não ver nada de natação. Ficava vendo essas besteiras e jogando “Candy Crush” no tablet”

“É uma música que os caras do Spizer fizeram para mim. Às vezes, estava até deixando de ouvir, porque me deixava muito arrepiado, com muito na adrenalina. E eu falava: “Ainda é muito cedo para ficar assim”. Colocaram a locução de algumas provas no meio da música. Isso estava trazendo a emoção daqueles momentos. Até meia hora antes, no máximo, escutava essa música”

“Agora, é um tempo “off” da piscina. Musculação não estou querendo parar, porque ainda está em uma crescente de evolução membro inferior. É descansar a cabeça. Tem tempo até a próxima competição grande. Agora é sem pressa.”

“Sem palavras. Para ser sincero, não achava que tinha ganhado. Não sabia o tempo que tinha feito. Eu olhei para o placar e torci para que eles não tivessem voado. Às vezes, ficar preocupado com adversário pode afetar a performance. Hoje foquei na minha raia e bati na parede. Entortei o dedo na chegada, mas valeu a pena. Se precisasse ter quebrado o dedo, teria quebrado (risos). Agora tenho que treinar três vezes mais porque sei que eles vão querer vir para me matar no ano que vem. Se Deus quiser, vamos ganhar essa prova nos Jogos de 2016 também”.

“Na final dos 50m livre, reverti o que aconteceu nos 50m borboleta. A final dos 50m borboleta foi muito tensa e acabou que os tempos não foram tão bons. Entrei na semifinal dos 50m livre querendo muito fazer algo pra impressionar na primeira semifinal. Acabei nadando muito “duro”. Hoje para a final entrei mais relaxado. Tanto que terminei mais cansado na semifinal do que na final.”

“Em relação à parte mental, foquei bastante em não acelerar, não sair patinando muito. Foi uma coisa que eu pensei muito durante a prova mesmo, longo e rápido, braçadas longas e rápidas, para não picar muito.”

“Acho que é o melhor sentimento que tenho após uma prova em toda minha carreira.”

“Queria uma medalha de ouro para deixar para trás o gosto amargo da Olimpíada. Depois daquilo, passei a não gostar de ver notícias de natação. Quando via vídeos da Olimpíada ficava louco, queria jogar o computador longe… Eu estava numa maluquice, estava odiando o esporte que mais gosto! Não queria continuar assim, não queria que daqui a dez anos eu olhasse para trás e continuasse com isso. Agora deu uma zerada. Essa medalha me fez gostar da natação de novo.”

“No pódio, coloquei tudo para fora (sobre seu choro). Na Olimpíada, terminei numa colocação que não queria. Dois meses depois, operei os joelhos. Não podia nadar, não podia fazer musculação. Comecei a duvidar que estaria pronto para nadar aqui. Foi uma das melhores provas da minha vida e foi um momento de redenção, colocar aquilo que passei no ano passado e aquele sentimento amargo para trás.”

“Pretendo manter os 50m livre e 50m borboleta no meu programa de provas até 2015. Se eu entrar nos 100m livre, é pensando em revezamento. Tem o revezamento do Pan-Americano em 2015 que é importante e quero nadar, e talvez competições que forem importantes para o Brasil, como Sul-Americanos. Mas para Mundial, vou continuar focando só nos 50m. Se eu for escalado para nadar o revezamento, é com a comissão técnica.”

1 responder
  1. bruno
    bruno says:

    oh coach observei o cielo falando que não pode nadar a 100% os 50 livre senão patina muito.ja vi outros dizendo que nadar muito forte pode patinar. o que seria isso?

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