28 dos 40 recordes de campeonato foram batidos no último Campeonato Mundial Júnior em Lima em 2011. Para o Mundial deste ano que começa na próxima semana, a expectativa ainda é maior. Isto porque somente nos tempos de inscrição em 33 provas os tempos estão abaixo dos atuais recordes.

O Mundial Júnior nasceu há oito anos. Foi no Congresso da FINA durante o Mundial de Montreal em 2005. A proposta do Presidente da CBDA Coaracy Nunes foi aprovada pelo Bureau da FINA e recebeu boa aceitação do Congresso Geral.

Já existiam os Mundiais Júnior de pólo aquático, de nado sincronizado e saltos ornamentais. O da natação seria disputado pela primeira vez em 2006 e as águas abertas foi a última a ser agraciada em 2012.

As maiores resistências para a criação do Mundial Júnior vieram dos Estados Unidos e Austrália. Na visão das maiores potências da natação mundial, um campeonato desta dimensão diminuiria a intenção dos atletas chegar ao Mundial absoluto. Não foi a toa que os australianos não foram ao Brasil participar do primeiro Mundial e os americanos só resolveram no “último minuto” depois de muita pressão.

A verdade é que passados sete anos do primeiro Mundial Júnior, a competição é um sucesso absoluto. O “temor” dos australianos e americanos não se configurou. Nomes importantes da natação mundial apareceram neste evento e já temos atletas que saíram da competição para serem campeões mundiais de curta, de longa e até campeões olímpicos.

Os americanos que foram com uma seleção de “emergência” para o primeiro Mundial, já são absolutos e venceram as duas últimas edições em 2008 e 2011. Os australianos que ficaram de fora do primeiro Mundial, levaram grupos pequenos mas muito qualificados para as duas últimas competições e entre eles Bronte Campbell e Cameron McEvoy, destaques da equipe principal no Mundial de Barcelona há poucas semanas.

Nomes é o que não falta. Já no primeiro Mundial no Rio em 2006, Tyler Clary dos Estados Unidos foi o maior destaque vencendo o prêmio de melhor atleta da competição . Seis anos depois, Clary se sagraria campeão olímpico dos 200 costas. Aliás, em Londres foram três campeões olímpicos revelados nos Mundiais Júnior: Clary, Florent Manaudou nos 50 livre e Camille Muffat nos 400 livre.

Manaudou foi sétimo colocado nos 50 borboleta do Mundial Júnior de 2008 enquanto que Muffatt foi bronze nos 50 e 100 livre e prata nos 200 medley do Mundial Júnior de 2006.

A esta lista de notáveis tem Mireia Belmonte, Anastasia Zueva, Dinko Jukic presentes em 2006, Danila Izotov, Luca Dotto, Elizabeth Pelton em 2008, Kosuke Hagino, Akihiro Yamaguchi e Lia Neal em 2011.

Também tivemos nomes que apareceram no Mundial Júnior e desapareceram na natação absoluta. Nada é garantido quando se trata do esporte de alto nível. Não é matemática, e por incrível que pareça, muitas vezes não tem lógica.

De uma forma ou de outra, o Mundial Júnior é um sucesso, incontestável.Não só pelo número de atletas e países que estarão presentes em Dubai, mas principalmente pelo nível e aí não só dos campeões e medalhistas, mas acima de tudo o nível da competição será bem mais forte do que nas edições anteriores.

O Mundial Júnior cresceu a ponto de que já se pode dizer que virou “coisa de gente grande”

Alex A. Pussieldi, editor chefe da Best Swimming vai estar no seu quarto Campeonato Mundial Júnior em Dubai.

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