Antonio Vielo (RS) três ouros e melhor índice técnico de Mococa 2000 (divulgação)

Antonio Vielo (RS) três ouros e melhor índice técnico de Mococa 2000 (divulgação)

Tem gente que vai estar no Troféu Chico Piscina esta semana em Mococa que  nem sabe, mas São Paulo já foi derrotada nesta competição. Por incrível que pareça, mas nadadores infantis I que esta semana disputam o importante troféu em Mococa são mais velhos do que a última derrota da equipe paulista na competição.Foi em 2000, há 13 anos, desde então só dá Seleção Paulista.

Mas nem sempre foi assim. O Troféu Chico Piscina nasceu num torneio inter-regional no distante 1968. Dentro dos padrões atuais, com a participação de federações de todo país foi acontecer em 1988 e foi o Rio de Janeiro o primeiro campeão.

Desde então, o Troféu Chico Piscina já teve 25 edições, e São Paulo domina absoluto com 19 conquistas neste período. Nem mesmo com a extensão da participação dos estrangeiros em 1995 mudou o panorama de liderança paulista.

Em Mococa este ano, a 26a edição representa 13 anos consecutivos de vitória da Seleção Paulista. Fomos buscar no fundo do baú os detalhes daquela que foi a última derrota da imbatível Seleção Paulista.

Viajamos no tempo e fomos até os dias 20 a 22 de outubro de 2000 quando uma Seleção Carioca “turbinada” por alguns nadadores de outros estados que então defendiam a poderosa equipe do Vasco da Gama, principal clube brasileiro daquele ano.

O Rio venceu a competição com 515 pontos, menos de 100 pontos a frente de São Paulo vice com 448 e uma Minas Gerais distante com 233 pontos. Os cariocas também dominaram o quadro de medalhas com 46 conquistas, sendo 22 de ouro. Os paulistas até chegaram perto na soma das medalhas com 39, mas apenas 12 ouros. O quadro de medalhas foi uma disputa Rio X São Paulo, afinal o terceiro colocado foi o Rio Grande do Sul num muito distante terceiro lugar com quatro medalhas sendo três de ouro.

Campeã das duas provas individuais e nos revezamentos, Rebeca Gusmão foi o melhor índice técnico no juvenil feminino e levou os 50 (26:83) e os 100 livre (58:29). No masculino, o maior destaque gaúcho da competição, Antonio Vielmo, único vencedor de três provas do campeonato: 50 livre (23:77), 100 livre (52:42) e 100 costas (1:00:52).

Mariana Brochado, outro destaque do time carioca, foi campeã dos 200 livre, vice nos 100 e terceira colocada nos 400. Nos 200 livre, bateu a sul-africana Natalie Du Toit por apenas um décimo. Na época, Du Toit ainda tinha as duas pernas, sendo vítima de um acidente três meses depois perdendo a perna esquerda quando dirigia a sua scooter no caminho para o treinamento. Du Toit levou três meses depois da amputação para voltar a nadar, coisa que fez antes mesmo de voltar a andar. Desde então, se tornou numa das mais reconhecidas atletas paralímpicas do mundo tendo inclusive chegado aos Jogos Olímpicos de Beijing nas águas abertas.

Em Mococa, Du Toit ganhou quatro medalhas de prata nas provas de 200 livre, 400 livre, 100 borboleta e 200 medley.Pódio dos 200 livre juvenil feminino com Mariana Brochado, Lilian Cerroni, Fernanda Alvarenga e a sul-africana Natalie Du Toit (divulgação)

Pódio dos 200 livre juvenil feminino com Mariana Brochado, Lilian Cerroni, Fernanda Machado Travesso e a sul-africana Natalie Du Toit (divulgação)

O ano de 2000 também marcou a estréia de vários nomes que chegariam a Seleção Brasileira no futuro. Foi o primeiro Chico Piscina de Joanna Maranhão que aos 13 anos foi campeã dos 100 peito, bronze nos 200 medley e 400 livre. Lucas Salatta que se tornaria no maior vencedor e recordista do Troféu Chico Piscina estreou em 2000 com três medalhas, duas pratas nos 200 livre e 200 medley e um bronze nos 100 borboleta. E ainda teve Tales Cerdeira que foi bronze nos 100 peito infantil.

Quem também estreava em Chico Piscinas, mas de forma muito discreta foi Felipe Ferreira Lima, medalhista de bronze nos 100 metros nado peito no último Mundial de Barcelona. Felipe, então defendendo o seu Mato Grosso ficou num modesto 6o lugar na prova dos 100 peito juvenil com 1:08:90 e foi desclassificado por nado irregular na prova dos 100 borboleta.

Entre os estrangeiros, outro que estreou em Mococa em 2000 mas sem nada de brilho foi o venezuelano Albert Subirats, atual recordista sul-americano dos 100 borboleta e campeão pan-americano da prova. Em Mococa, Subirats ficou num distante 18o lugar nos 100 borboleta infantil com 1:07:91.

Henrique Barbosa nadando costas? Foi prata nos 200 medley do Chico 2000 (divulgação)

Henrique Barbosa nadando costas? Foi prata nos 200 medley do Chico 2000 (divulgação)

Chico Piscina 2000 ainda teve nomes com Henrique Barbosa, Leonardo Fim, Fernanda Alvarenga, Gustavo Calado, Kaio Márcio, Jorge Azevedo, Ivi Monteiro, Talita Ribeiro, Felipe May, Armando Negreiros, Barbara Jatobá e por ai vai.

Tudo isso foi realidade, apenas 13 anos atrás, quando ainda era possível ganhar de São Paulo.

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