Seis recordes fecharam a terceira e última etapa do Campeonato Brasileiro Interfederativo Infantil e Juvenil – 45o. Troféu Chico Piscina, competição que terminou com o 13o. título consecutivo da seleção paulista (15o. no Campeonato Internacional) e o 20o. da história, acumulando 634 pontos na pontuação geral contra 304 da equipe mineira e 268 da equipe carioca, esta que chegou a ter apenas 28 pontos a menos que Minas Gerais, mas das 8 provas individuais de hoje, Rio de Janeiro não tinha nenhum representante na final em 50% delas.

Seleção Paulista campeã do Chico Piscina 2013 (foto: Liliane Yoshino)

Seleção Paulista campeã do Chico Piscina 2013 (foto: Liliane Yoshino)

Na categoria infantil, São Paulo teve 252 pontos contra 165 do Rio de Janeiro (com destaque para Isabel Fagundes e Maria Luiza Pessanha, que juntas acumularam 57 pontos). No juvenil, São Paulo foi ainda melhor com 382 pontos, seguido de Minas com 160 e do Paraná com 115 pontos.

Os troféus em disputa (foto: Eduardo Fonseca)

Os troféus em disputa (foto: Eduardo Fonseca)

Aqui cabe uma rápida explicação sobre os 20 títulos de São Paulo, sendo que o Troféu está na 45a. edição: o Troféu Chico Piscina como conhecemos tem duas edições: a nacional, o verdadeiro Campeonato Brasileiro Interfederativo, que começou em 1988 e, portanto, está em sua 26a. edição, enquanto que a edição internacional começou 7 anos depois e este é o seu 19o. ano. Até 1987, o Troféu Chico Piscina era um campeonato interclubes, funcionando na base de convites.

Maria Heitmann (foto: Eduardo Fonseca)

Maria Heitmann (foto: Eduardo Fonseca)

O primeiro recorde foi da atleta maior destaque do infantil, a mineira Maria Paula Heitmann completou a sequência 50-100-200 do nado livre com a vitória – esperada – dos 100m livre, com 58.71 (melhorando 29 centésimos de sua melhor marca, que era o tempo das eliminatórias), seguida da paulista Isadora Fraioli com 59.90 (sua única medalha individual e uma das três medalhas de prata que conseguiu na competição), e de outra paulista, Luanna Oliveira (1:00.02). Luanna aliás é uma típica atleta de base da seleção paulista, que nada bem, acumula pontos e ajuda no revezamento: nadou em 5 provas, conquistou 5 medalhas, 3 de prata e 2 de bronze.

Pódio dos 100m livre infantil feminino (foto: Eduardo Fonseca)

Pódio dos 100m livre infantil feminino (foto: Eduardo Fonseca)

Com esta vitória, Maria Paula sai de Mococa com 4 ouros (3 individuais e 1 de revezamento), 2 recordes, e os troféus de melhor índice técnico (2:07.20 nos 200m livre) e de eficiência (47 pontos, empatada com Giovanna Diamante como as maiores pontuadoras do campeonato). Uma bagagem pesada para esta mineira que iniciou sua carreira no Olympico Clube de Belo Horizonte, em 2010, depois defendeu a Academia Gota D’Água em 2011 e desde 2012 defende o Minas Tênis Clube.

Andressa Lima, Giovanna Diamante e Fernanda Delgado (foto: Eduardo Fonseca)

Andressa Lima, Giovanna Diamante e Fernanda Delgado: que belo pódio! (foto: Eduardo Fonseca)

E por falar em Giovanna, a dama de ferro da competição – que ontem nadou com o pé machucado e ainda conseguiu vencer duas provas seguidas com recorde! – levou sua 3a. vitória, apertada, nos 100m livre com 57.53 contra a mineira Andressa Lima, vice com 57.77. A vice-campeã dos 50m livre, a catarinense Fernanda Delgado, acabou em 3o. com 58.07. Fernanda conseguiu as duas únicas medalhas da seleção de Santa Catarina nesta competição, e segue como o maior nome do estado na categoria juvenil.

Já Giovanna quase foi perfeita (ficou a 21 centésimos do recorde dos 100m livre, um dos dois únicos que pertencem a uma argentina, Maria Eugenia Grassi com 57.32 desde 2009): 3 vitórias individuais, 2 vitórias de revezamento com recorde, mais dois recordes individuais, mais o troféu eficiência com 47 pontos e o melhor índice técnico – também obtido nos 200m livre.

Gabriel Cardenes (foto: Eduardo Fonseca)

Gabriel Cardenes (foto: Eduardo Fonseca)

Na versão masculina dos 100m livre, no infantil deu o campeão dos 200m e vice dos 50m, Gabriel Nogueira Cardenes, com 54.97, seguido do carioca campeão Breno Correia com 55.44, 6 centésimos a menos que o argentino Santiago Jerez. No entanto, Gabriel já nadou mais rápido que isso em 2 oportunidades: abrindo o revezamento do Corinthians no Brasileiro de Inverno com 54.24, e ao vencer a prova individual na mesma competição com 54.67. De junho de 2012 a outubro de 2013, ele melhorou nesta prova nada menos que 5.30 segundos.

No juvenil a história dos 50m livre foi repetida: o mais velho Pedro Henrique Spajari sofreu de novo para vencer o mais jovem Felipe Ribeiro de Souza, 51.01 contra 51.19. Confira o duelo:

PEDRO: 24.49, 25.52
FELIPE: 24.72, 25.47

Felipe Souza, Pedro Spajari e (foto: Eduardo Fonseca)

Felipe Souza, Pedro Spajari e André Lima (foto: Eduardo Fonseca)

Os números não mentem: os dois tem uma ótima divisão de provas e é uma esperança muito grande em ver que mais jovens estão conseguindo dosar melhor a prova de 100m, ajudando o país a fugir do estigma das provas de 50m. Enquanto Pedro é o novo recordista da competição, Felipe é disparado o melhor atleta juvenil 1 do país, empatando sua melhor marca pessoal, obtida abrindo o revezamento da equipe 5a. colocada no Mundial Júnior de Dubai, que aliás Pedro também estava, uma enorme evolução já que em Valparaíso, no Sul-Americano Juvenil, Felipe abriu o reveza vice-campeão juvenil A com 54.13 (além de ser campeão nos 100m borboleta). Felipe também foi o único juvenil 1 na lista dos 10 melhores resultados da competição. Para Pedro, ficou o gostinho de quero mais, já que quando foi semifinalista do Mundial Júnior marcou a excelente marca de 50.49. Ele já nadou abaixo dos 51s por 4 ocasiões, todas nesta temporada. Em 3o. lugar ficou o mineiro André Lima, com 52.85

Gabrielle Silva, Maria Pessanha e Beatriz Silva (foto: Eduardo Fonseca)

Gabrielle Silva, Maria Pessanha e Beatriz Silva (foto: Eduardo Fonseca)

Nos 100m costas, outro nome de destaque da competição venceu sua 2a. prova individual: a carioca Maria Luiza Pessanha quebrou o recorde da prova com 1:06.24, batendo as paulistas Gabrielle Silva (1:06.84) e Beatriz Lima e Silva (1:08.29). Além de vencer os 200m medley, Maria Luiza é um dos 4 destaques da competição pelo simples fato de ser a única mais jovem da categoria a vencer suas provas. Aos 13 anos, ela ainda tem mais 3 anos de Chico Piscina pela frente – um sonho pra muitos atletas, principalmente aqueles que se despediram este ano… A melhor atleta da prova no ranking nacional infantil (1:06.43), Beatriz, não fez uma boa competição, saindo de Mococa apenas com essa medalha de bronze. Já Gabrielle terminou com 3 pratas e duas melhores marcas pessoais nos 100m costas e nos 200m medley. Maria foi a segunda maior pontuadora da categoria infantil, com 35 pontos (4a. no geral).

O resultado mais inesperado da competição foi de André Graczyk (foto: Eduardo Fonseca)

O resultado mais inesperado da competição foi de André Graczyk (foto: Eduardo Fonseca)

A terceira medalha de ouro do Paraná (que teve 9 no total) veio de forma surpreendente – e porque não inesperada, com André Graczyk vencendo com 1:02.51, melhorando 1.34 segundo de sua melhor marca obtida nas eliminatórias e mais de 2 segundos desde o início de setembro, quando ficou em 2o. lugar nos Jogos Escolares da Juventude. No Brasileiro de Inverno deste ano, nem chegou na final, terminando em 10o. com 1:06.34. Sua última vitória nesta prova foi há mais de um ano atrás, na Copa Mercosul. André bateu os dois líderes do ranking nacional infantil, Gabriel Ferreira (2o. lugar, 1:03.16) e Victor Rosalem (3o. lugar, 1:03.89), ambos os paulistas piorando suas melhores marcas. André dosou muito bem a prova (30.91, 31.60), enquanto Gabriel (30.46, 32.70) e Victor (30.45, 33.44) não tiveram o mesmo desempenho. André é irmão de Alexandre Graczyk, campeão dos 200m livre em 2009. O último campeão do Paraná nesta prova foi nada menos que Henrique Rodrigues, atleta olímpico e da seleção brasileira absoluta, em 2005. No 4x100m medley, no entanto, André não chegou próximo da marca campeã, abrindo para a equipe com 1:05.21.

Julia Miranda e seu Stitch, Bruna Primati e Gabriele Rodrigues (foto: Eduardo Fonseca)

Julia Miranda e seu Stitch, Bruna Primati e Gisele Rodrigues (foto: Eduardo Fonseca)

Outro nome de destaque da competição foi a paulista Bruna Primati, que venceu também sua 3a. prova nos 100m costas, com 1:05.53, emparelhando-se com Heitmann e Diamante como as únicas três vezes campeãs individuais da competição. Em 2o. lugar ficou a carioca Julia Miranda, que melhorou bem sua marca pessoal de 1:07.46 do Brasileiro de Inverno, arrebatando a prata com 1:06.23, seguida da paulista campeã brasileira juvenil 1 (marcando 1:05.80, 2a. melhor marca juvenil do ano) Gisele Rodrigues, com 1:06.78. Além dos 3 ouros individuais, Bruna também levou o título e recorde nos 2 revezamentos e os 4:19.90 nos 400m livre foram o melhor índice técnico geral, e por isso é o quarto nome de destaque de toda a competição.

Giovanny Lima, André Santos e Henrique Painhas (foto: Eduardo Fonseca)

Giovanny Lima, André Santos e Henrique Painhas (foto: Eduardo Fonseca)

Fechando as provas individuais, vitória esperada para o paulista campeão sul-americano André Augusto dos Santos, com 58.29, 27 centésimos do recorde do único campeão mundial júnior do Brasil, o pernambucano Leonardo Guedes, com 58.02, tempo que vem desde 2005. Mas calma: André ainda tem mais um ano como juvenil… Em 2o. ficou o companheiro de seleção Giovanny Lima, com 59.04 e em 3o. ficou o campeão dos 100m borboleta e 200m livre, o paranaense Henrique Painhas, com 1:01.26. André vence sua segunda prova – a primeira foram os 200m medley ontem – além do revezamento 4x100m medley. Ele também mantém por enquanto dois recorde na categoria infantil, nos 200m livre e 100m costas. Tirando Henrique que já nadou abaixo do minuto (59.62), os dois paulista melhoraram suas marcas pessoais. Giovanny aliás até passa a ser o número 2 do ranking nacional juvenil, na frente do pernambucano Daniel Lindoso, que não participou.

Os melhores índices técnicos, eficiência e seus técnicos (foto: Liliane Yoshino/FAP)

Os melhores índices técnicos, eficiência e seus técnicos (foto: Liliane Yoshino/FAP)

Dos revezamentos 4x100m medley, o que teve um pouco mais de emoção na disputa pelo o ouro foi no infantil feminino, com vitória da seleção carioca com novo recorde de 4:29.48 (Maria Pessanha, Isabel Fagundes, Leticia Mendes e Maria Dutra) contra 4:31.35 da equipe paulista. Nos outros revezamentos, vantagem de 4 segundos ou mais. E as duas equipes juvenis estavam em polvorosa, já que superaram todos os recordes da geração “maiôs tecnológicos”: Bruna Primati, Gabriele Roncatto, Giovanna Diamante e Sabrina Todão marcaram 4:18.44, enquanto que André Santos, Felipe Silva, Felipe Souza e Pedro Spajari fizeram 3:51.26.

Pódio do 4x100m medley juvenil feminino (foto: Liliane Yoshino/FAP)

Pódio do 4x100m medley juvenil feminino (foto: Liliane Yoshino/FAP)

A única surpresa no revezamento foi a única medalha do Distrito Federal, 3o. lugar no juvenil masculino com João Couto, Leandro Bressan, Antônio Real e Pedro Patier totalizando 4:03.77.

Até 2014 pessoal! Foto: Liliane Yoshino/FAP

Até 2014 pessoal! Foto: Liliane Yoshino/FAP

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