E a pior prova da natação brasileira é…

Assim como a Best Swimming levantou a prova dos 50 livre masculino como a melhor da natação brasileira, fomos atrás e identificar onde estava nossa maior deficiência.

Comparativos com o ranking mundial, evolução do recorde brasileiro e sul-americnao, comparação com os países da América do Sul, referência com os índices para as competições internacionais , foram fatores que identificaram a prova dos 200 peito feminino como o “calcanhar de aquiles” da natação brasileira.

 Detalhe que historicamente os 200 peito é a única prova olímpica feminina que o Brasil já bateu um recorde mundial. Faz tempo, muito tempo. Foi no dia 8 de novembro de 1939 quando Maria Lenk nadou a prova para 2:56:0.

São 74 anos de ter uma recordista mundial, mas o pior é ter o melhor tempo do ranking brasileiro de 2013 ocupar apenas a 100a posição no ranking mundial. O pior é não ver o nosso recorde brasileiro ser nem ameaçado enquanto que países como Colômbia, Argentina e Venezuela quebraram recordes nacionais nesta prova em 2013.

Na história dos 200 peito no Brasil, apenas a recordista sul-americano Carolina Mussi e Tatiane Sakemi conseguiram quebrar a barreira dos 2:30 na prova. E fizeram isso apenas uma vez.

Carolina Mussi no dia em que bateu o recorde sul-americano dos 200 peito em 2009.

Tatiane Sakemi fez na eliminatória com 2:29:46 do dia 4 de maio de 2009 no Maria Lenk. No dia seguinte, na final da prova, Carolina Mussi mandou 2:27:42. Depois disso, ninguém nunca mais chegou perto. Carol Mussi fez 2:32:71 no Open de 2009 e depois da era dos trajes seu melhor foi 2:35:39 em 2012. Tatiane Sakemi fez 2:31:04 no Open de 2009 e seu melhor sem trajes foi em 2010 com 2:36:09.

A nadadora que chegou mais próximo desde então foi Pamela Alencar Souza que no no Finkel do ano passado nadou para 2:30:14.

Pamela Alencar na saída da prova do Finkel 200 peito 2013.

2013 foi um ano em que tivemos a argentina Julia Sebastian vencendo o Maria Lenk com 2:28:99, recorde argentino, mais a colombiana Salome Catano vencendo os Jogos Bolivarianos com 2:33:20 e a venezuelana Mercedes Toledo em segundo com 2:34:98, respectivamente novos recordes naiconais da Colômbia e da Venezuela.

No ranking nacional de 2013, o Brasil tem quatro nadadoras abaixo dos 2:35 e 17 abaixo da marca de 2:40. Marcas bastante modestas a nível internacional. A prova disso é que os índices oferecidos para os campeonatos internacionais soam quase sempre como impossíveis para nossas nadadoras.

O índice olímpico de Londres era 2:26:89. Para o Rio, deve ser algo na casa dos 2:25. Para o Mundial do ano passado e o Pan Pacífico deste ano o índice ainda é um sonho distante 2:27:88. O índice olímpico para os 200peito está abaixo desde os Jogos de Sydney em 2000. Na época, 2:29:91. Estamos falando de 13 anos atrás.

 Os 200 peito também não tem tradição olímpica para a natação feminina do Brasil. Nossa última participação foi com Tatiane Sakemi em 2008, convocada que foi para Beijing como integrante do revezamento 4 x 100 medley nadou a prova dos 200 peito ficando na 40a colocação.

 Antes dela, o Brasil ficou 32 anos sem ter uma nadadora olímpica nos 200 peito. Foi Cristina Teixeira olímpica em 1972 em Munique e 1976 e Montreal conquistando as melhores colocações do Brasil nesta prova em Olimpíadas, respectivamente 14a e 18a colocada. Foram 36 anos de ausência na prova pois antes de Cristina, havia sido Maria Lenk olímpica nos 200 peito em 1932 e 1936, respectivamente 17a e 21 colocada.

Identificar problemas e organizar ações, assim é que deve ser a natação competitiva afim de melhorar e incrementar nossas performances. Em busca disso a natação feminina tem de ir atrás de quebrar esta barreira dos 2:30 e re-colocar o Brasil no cenário internacional.

O quadro precisa ser mudado e não há outro caminho a ser tomado a não ser o trabalho.

 Confira a lista dos melhores tempos do Brasil na prova dos 200 peito desde 2009;