Bruno e a noiva e agente Michelle Lenhardt a frente da Universidade de Auburn.

Bruno e a noiva e agente Michelle Lenhardt a frente da Universidade de Auburn.

Faz pouco mais de nove meses que Bruno Fratus estava na mesa de cirurgia em São Paulo operando o ombro direito. Uma dor que ele suportou por dois anos e que se agravou com um acidente num trabalho de preparação física. quando estava treinando na Itália em março do ano passasdo.

"Novinho em folha" ele disse em maio de 2013.

“Novinho em folha” ele disse em maio de 2013.

A cirurgia e sua recuperação comprometeu apenas o primeiro semestre da temporada passada. Já no final do ano, Bruno nadava o Open para 21:80 terminando 2013 no Top 10 do mundo. Este ano, vida nova, técnico novo e de Auburn, antes de viajar para Santiago onde Bruno volta a Seleção Brasileira para nadar o ODESUR ele concedeu esta entrevista a Best Swimming.

BEST SWIMMING – Você decidiu treinar em Auburn em meio a temporada de 2013 e ainda se recuperando da lesão. Depois você nadou super bem no Open. Não teria mais sentido esperar o fim da temporada para decidir o seu futuro?

BRUNO FRATUS – Sempre quis treinar com o Brett (Hawke, técnico de Auburn). Desde meados de 2011 começamos a criar, meio sem querer, uma afinidade muito grande e em vários aspectos, não apenas no contexto da natação. Acredito que após a cirurgia e a recuperação, por marcar o início de fato do meu ciclo olímpico rumo a 2016, foi o momento certo.

BS – Você teve a oportunidade de treinar com três grandes treinadores de velocidade. Arilson Silva, Alberto Pinto da Silva e Brett Hawke. O que você leva de cada um deles?

BF – São, sem dúvida alguma, três técnicos de altísimo nível, mas cada um com sua maneira ímpar de fazer natação.

Bruno agradecendo ao técnico Arilson Silva no Mundial de Shanghai.

Bruno agradecendo ao técnico Arilson Silva no Mundial de Shanghai.

BS – Uma das coisas que foi determinante para o Felipe Lima escolher e ficar treinando nos Estados Unidos foi encontrar uma paz, algo como um sistema organizado, sem stress, sem interferência externa com boa qualidade de vida. Isso se aplica a você?

BF – Com certeza, qualidade de vida pesou muito para a minha decisão. Apesar de ser atleta do Esporte Clube Pinheiros e ter todo o necessário para me desenvolver lá dentro, morar em São Paulo estava se tornando cada vez mais complicado. Coisas simples como chegar ao treino ou ir ao mercado podem se tornar uma aventura extremamente demorada, cara e perigosa. Consegui unir o útil ao agradável vindo morar em um lugar pacato e treinar com um dos melhores técnicos de velocidade do mundo.

BS – Qual a série mais violenta que você já fez, a série e as médias?

BF – Difícil lembrar uma série específica e ainda mais as médias, ma foi pesado para mim quando treinei em 2005 sob o comando do Rogério Arapiraca, talvez por causa da minha especificidade. Mas apesar disso, sou extremamente grato a ele, até porque naquele ano conquistei minha primeira medalha em um Campeonato Brasileiro Júnior. O início de 2012 também foi extremamente puxado, aquela temporada partiu da vontade de nos vermos a frente do mundo todo dia.

BS – E qual a série que você mais gosta de fazer?

BF – Eu gosto de dar tiro. Qualquer dia, qualquer hora e de qualquer forma. Sou o que chamam aqui de “racer”.

BS – E a série que você menos gosta?

BF – Séries rodadas e aeróbicas me tiram do sério, fecho a cara mesmo, não escondo.

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BS – A sua saída era o ponto mais fraco da sua prova. Continua sendo?

BF – Posso dizer que minha saída é cada vez menos o meu ponto mais fraco. Temos apostado bastante em repetição e perfeccionismo para deixá-la do jeito que tem de ser.

BS – Olhando a sua prova comparada com os concorrentes a nível mundial, você tem dificuldade nos primeiros 15 metros. O que que você tem feito para consertar isso?

BF – Nadadores diferentes tem dificuldades diferentes. Os meus primeiros 15 metros costumavam ser mais lentos por causa de uma saída defasada, algo que venho trabalhando e melhorando há algum tempo.

BS – De qualquer forma, o seu final de prova talvez seja o melhor do mundo. Como você consegue incrementar tanto em relação aos adversários nestes últimos 10 metros?

BF – Simplesmente engato a sexta e vou embora. (risos)

BS – Seu final é ótimo, mas em Londres (final olímpica) não foi. Ali poderia ter saído uma medalha, você concorda? (O SporTV chegou a anunciar Fratus em terceiro por alguns instantes)

BF – Sempre pode ser melhor! Ainda acho que meu final foi bom sim, mas as vezes só o 100% não é suficiente. Saí da prova consciente de ter dado o meu melhor, o que de fato foi, e motivado para trabalhar mais para que esse melhor seja cada vez mais rápido.

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BS – E nesta preparação de sua prova, você foca mais nos detalhes ou visualiza o tempo que quer fazer?

BF – Foco em fazer cada treino de maneira singular e dando o meu melhor. Toda série é a série principal. Dessa forma, competir se torna a parte mais fácil, leve e divertida do processo. Quando você tem em mente que trabalhou duro o suficiente para estar ali (atrás do bloco de uma competição importante), você não precisa pensar em mais nada. Você simplesmente deixa o seu corpo fazer o que foi ensinado a ele.

BS – Como tem sido a sua rotina diária em Auburn?

BF – O dia começa cedo, bem cedo. Antes das 10 da manhã já nadei, malhei e estou de banho tomado. Depois disso é só descansar, me alimentar e voltar a tarde para repetir a rotina. Se eu não estou treinando, estou dormindo ou cuidando do meu corpo e emnte. Aos finais de semana gosto de aproveitar o ar fresco e a calmaria do Alabama. Chimarrão na varanda de casa é perfeito!

Curtindo um chimarrão em pleno inverno de Auburn.

Curtindo um chimarrão em pleno inverno de Auburn.

BS – Dos top velocistas do mundo hoje, você e o russo Vladimir Morozov são os mais baixinhos no meio dos grandalhões. Uma desvantagem ou você não vê assim?

BF – Também somos os que giramos os braços mais rápido e pegamos mais água. Assim, cada um com suas armas.

Bruno Fratus viajará  para Santiago na sexta-feira afim de defender a Seleção Brasileira nos Jogos ODESUR. Vai nadar as provas de 50 livre e o revezamento 4 x 100 livre.

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