Não poderia ser melhor a estréia de Pamela Alencar Souza na Seleção Brasileira Principal. Campeã e recordista da prova dos 200 peito, fazendo a sua segunda melhor marca pessoal e em boa fase de treinamento. E mais, numa prova onde estava balizada quase dois segundos atrás da favorita Julia Sebastian da Argentina.
Pamela sabe que o tempo de 2:31:02 ainda lhe deixa longe de um sonho da vaga olímpica para 2016, mas foi bem próximo da sua melhor marca 2:30:14 feito nos no Finkel no ano passado. Também mantém uma regularidade de ser a melhor nadadora dos 200 peito no Brasil nos últimos anos. Foi a sexta vez que nadou abaixo dos 2:35.
A barreira dos 2:30 é a próxima a ser quebrada. Até hoje, só tivemos duas brasileiras conseguindo isso e ambas ainda na era dos trajes tecnológicos. Carolina Mussi, atual recordista sul-americana da prova com 2:27:42 e Tatiane Sakemi com 2:29:46, ambas hoje são suas companheiras de Corinthians onde Pamela está desde 2011.
Sua carreira começou na Associação Desportiva Santo André onde foi federada como infantil e ficou até o primeiro ano da categoria juvenil em 2009. No ano seguinte, se mudou para o SESI-SP.
Seu primeiro título nacional ainda foi no Santo André ao conquistar o título do Brasileiro de Verão de 2008 na prova dos 200 peito categoria infantil II com 2:47:29. Repetiu o título em 2009 agora no juvenil I com 2:44:47.
O ano de 2010 no SESI-SP foi cheio de conquistas. Venceu os 100 e 200 peito no Brasileiro de Inverno em piscina de 25 metros em Campo Grande (1:13:76 e 2:35:48), foi bronze no Chico Piscina nos 100 peito (1:16:89) e terminou o ouro com mais dois títulos nacionais no Brasileiro Juvenil em Brasília nos 100 e 200 peito (1:14:95 e 2:40:97).
2011 marcou a sua primeira convocação para a Seleção Brasileira e mais uma mudança de clube, agora para o Corinthians onde está até hoje. Foi bronze no Sul-Americano do Perú nos 200 peito com 2:40:93 e fez sua estréia em finais de Brasileiros Absolutos. Depois de parar nas semifinais do Maria Lenk, chegou a final dos 200 peito no Finkel terminando em sétimo lugar.
Voltou a ser campeã brasileira, agora na categoria júnior neste 2011, vencendo os 100 peito no inverno e verão e os 200 peito sendo prata no inverno e campeã no verão. Terminou o ano com o quarto melhor tempo do Brasil nos 200 peito (2:37:23) alcançado no Campeonato Paulista de Verão.
O que era para ser a glória virou o maior pesadelo de sua carreira. O primeiro título nacional absoluto no Troféu Maria Lenk foi confiscado após testar positivo para a substância Furosemida, um diurético. Ao indicar que não sabia a origem da substância, Pamela foi punida por seis meses e perdeu grande parte da temporada.
De volta em 2013, Pamela subiu ao pódio em todos os campeonatos nacionais absolutos. No Maria Lenk foi prata nos 200 peito (2:32:99), no Finkel foi prata nos 100 e 200 peito (1:10:90 e 2:30:14) e terminou o ano com ouro no Open nos 200 peito (2:33:99). Alcançava a sua primeira convocação para a Seleção Brasileira Absoluta e a viagem para Santiago disputar os Jogos Odesur.
Foi apenas uma prova, a sua. A argentina Julia Sebastian, velha conhecida era a favorita. A única que já quebrou a barreira dos 2:30 na prova. Foi no ano passado quando derrotou Pamela no Finkel com 2:28:99 estabelecendo o recorde nacional da Argentina.
Após uma manhã controlada, Pamela nadou a final bem administrada e soube atacar principalmente no segundo parcial da prova. Venceu com 2:31:02 quebrando o antigo recorde de campeonato que era de 2006 de outra argentina, Georgina Bardach com 2:35:48. Seus parciais foram: 34:76, 1:13:38 (38:62), 1:51:79 (38:41) e 2:31:02 (39:23).
O ouro e o recorde do Odesur foram bastante comemorados, mas Pamela e seu treinador Wlad Veiga são conscientes de que há muito para ser feito. A marca ficou a um segundo do seu melhor (2:30:14) e numa boa fase de treinamento voltada para o Troféu Maria Lenk.
Faltando seis semanas para a principal competição nacional mais importante do ano, o objetivo de Pamela não é só quebrar a barreira dos 2:30 nos 200 peito. A marca é atingir os 2:27:88 exigidos pela CBDA para participar do Pan Pacífico em agosto. Voltando do bom resultado em Santiago, a tendência é a melhor possível.
Evolução de Pamela Alencar Souza nos 200 peito ano a ano
ANO | TEMPO |
2014 | 2:31:02 |
2013 | 2:30:14 |
2012 | 2:34:02 |
2011 | 2:37:23 |
2010 | 2.40.97 |
2009 | 2.41.62 |
2008 | 2.41.66 |
2007 | 3:02:44 |
So uma correção coach em 2011 ela ainda defendia o SESI-SP