O remédio Stilnox virou um vilão dentro da natação australiana e a Federação Australiana decidiu anunciar o seu banimento, seguindo o mesmo procedimento do Comitê Olímpico Australiano em 2012, as vésperas dos Jogos de Londres.
A primeira controvérsia do Stilnox na Austrália foi quando o treinador Dennis Cotterell revelou que o motivo para Grant Hackett ter fracassado no tri campeonato olímpico nos 1500 livre em Beijing foi o uso do comprimido para controlar o seu sono. Verdade ou não, Hackett está hoje internado nos Estados Unidos se tratando para dependência do remédio.
Em Londres 2012, o problema tomou proporções disciplinares quando os seis integrantes do revezamento 4×100 livre masculino tomaram o remédio combinado com bebida alcóolica causando inúmeros problemas na concentração australiana. O episódio causou a demissão do Head Coach Leigh Nugent, além de advertência e multas aos nadadores.
A decisão da Federação Australiana é combinada com uma nova ação em pesquisa em conjunto com o Australian Institute of Sport em estudar os hábitos e rotina do sono dos nadadores da Seleção Nacional. O trabalho faz parte do processo de criação de uma nova cultura mais saudável na natação australiana.
Identificados problemas no sono dos nadadores, a idéia é criar métodos naturais e sem contra-indicação para combatê-los. Embora o Stilnox figure como o vilão, a proibição inclui todos os remédios hipnóticos e indutores de sono. Um esclarecimento a todos os atletas será feito durante a seletiva australiana que acontece em uma semana em Brisbane.
Os remédios controladores de sono passaram a ser utilizados em larga escala pelos atletas de alta performance principalmente em competições depois da liberação da cafeína da lista proibida da WADA. O consumo de altas quantidades de cafeína (e outros energéticos) combinado com a tensão pré-competitiva incrementam a dificuldade do atleta no seu repouso natural.
Entretanto, conforme a Dra. Hanna Karin Moreira Antunes apresentou no Encontro Nacional de Treinadores de Natação, o efeito que o Stilnox e outros similares dão na indução ao sono não atingem a recuperação completa que o sono normal alcançaria. Dra. Moreira Antunes é especialista na área e responsável pelo Programa de Pós-Graduação da Ciência da Saúde da Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP.
Outro médico especialista na área, o Dr. Marcus Bernhoeft, há anos trabalhando com a Seleção Brasileira, alerta para o perigo do consumo exagerado da cafeína e seus efeitos colaterais.
No Brasil, o Stilnox é produzido pela Sanofi Aventis Farmacêutica. É um remédio controlado e vendido sob prescrição médica. Ele também é encontrado em outras versões com os nomes de Zolpiden, Stilram, Stilnoct, Noctiden, Ambien, Hypnogen, Zolfresh, Myslee, Lioram e Patz SL.
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