"Ex" argentino Juan Pereyra completando 15 anos de Troféu.

“Ex” argentino Juan Pereyra completando 15 anos de Troféu.

Não há registro de quando tenha sido a primeira vez que os nadadores estrangeiros começaram a participar do antigo Troféu Brasil de Natação. Dentro do sistema clubístico que a natação brasileira desenvolveu, a vinda de atletas do exterior “apimentou” a disputa incrementando os pontos para os clubes que passaram a investir trazendo grandes nomes da natação internacional.

O primeiro grande passo neste investimento foi no ano de 1992 no Troféu Brasil disputado na piscina do Pinheiros. Na época, o Troféu encerrava a temporada em dezembro e o Minas “turbinou” sua equipe trazendo os russos Gennady Prigoda e Vladmir Pishnenko. Mesmo assim, o Pinheiros de Gustavo Borges conseguiu vencer a competição, mas nascia ali uma tradição que se seguiu e permanece até hoje.

Confira como tem sido a presença dos estrangeiros na disputa do Troféu Brasil desde então:

1996 – Foi o ano mais magro desde então. Apenas dois estrangeiros, Natalia Yakovleva, russa que nadou pelo Minas e o uruguaio Javier Benia nadando pelo Pinheiros.

1997 – Foi o ano que pela primeira vez tivemos um pódio totalmente estrangeiro. Foi na prova dos 200 borboleta feminino onde a espanhola Barbara Franco do Pinheiros (hoje Barbara Borges e brasileira) venceu a dupla do Minas, a irlandesa Michele de Bruin e a russa Natalia Yakovleva.

1998 – O Pinheiros derrubou a sequência de títulos do Minas com dois estrangeiros. Barbara Franco e o holandês Marcel Wouda que bateu o recorde sul-americano dos 200 medley e de campeonato nos 400 medley. O Flamengo trouxe a holandesa Inge de Bruin e o russo Grigori Matuzkov. O Minas repetiu a russa Natalia Yakovleva.

1999 – Um ano recheado de recordes e muitos estrangeiros. Foram mais de uma dezena de marcas sul-americanas e quaes que Inge de Bruin chega no recorde mundial. Este foi o primeiro ano de Natalia Yakovleva nadando como brasileira pelo Minas. O Flamengo teve Inge de Bruin da Holanda e Christina Kovacs da Hungria, o Vasco com Darren Mew e James Gibson da Grã-Bretanha, o Minas com Martina Moravcova da Eslováquia e o ucraniano Denis Sylantiev.

2000 – O Vasco não se contentou em contratar nadadores de todas as partes do país e ainda foi buscar Nadejda Tchemezova da República Tcheca e o ucraniano Denis Sylantiev. Minas e Flamengo ainda um tanto “aturdidos” pelas investidas do Minas decidiram não trazer ninguém. O Pinheiros trouxe um estrangeiro que viraria “brasileiro” e nada até hoje no país: o argentino Juan Pereyra. Unisanta iniciou sua relação com as argentinas trazendo Georgina Bardach e Augustina de Giovanni. Georgina que iniciava uma carreira fantástica em campeonatos nacionais em memoráveis disputas contra Joanna Maranhão.

2001 – Este talvez tenha sido o ano mais fraco em qualidade dos estrangeiros que vieram para o Troféu Brasil. Russos que não convenceram pelo Minas e uma conexão portuguesa do Vasco que foi, com certeza, sem qualquer expressão. Juan Pereyra permaneceu treinando no Pinheiros agora trazendo a irmã Maria del Pilar Pereyra, o Vasco teve Nuno Laurentino e Ana Rita Catarinho, e o Minas com a dupla russa Nikolaychuk Volodymir e Kovalevych Vacheslav.

2002 – O Flamengo derruba a sequencia do Vasco com duas estrangeiras. A ucraniana Yana Klochkova que bateu o recorde sul-americnao dos 200 costas e a amaericana Pamela Hanson que só venceu uma prova. O Pinheiros repetiu Juan Pereyra e agora trazendo mais um argentino, o velocista José Meolans. O Minas manteve a conexão russa com Olga Beresnyeva e Nikolaychuk Volodymir. A Unisanta repetiu Georgina Bardach e a UNAERP trouxe o argentino Cristian Soldano.

2003 – José Meolans detonou batendo o recorde sul-americano (legítimo) dos 100 borboleta ajudando o Pinheiros a se sagrar campeão com outras três vitórias. O Minas foi buscar a então desconhecida Kristel Kobrich do Chile que se tornaria recordista sul-americana alguns meses depois. Georgina Bardach pemaneceu no Unisanta e veio a uruguaia Serrana Fernandez.

2004 – Com todo mundo de olho nos Jogos Olímpicos de Atenas, foi o melhor Troféu de Georgina Bardach batendo três recordes sul-americanos. José Meolans também foi destaque, mas virou casaca, nadando pelo Unisanta e derrotando o Pinheiros no 4×100 livre com Gustavo Borges e Fernando Scherer. Os argentinos Juan Pereyra e Christian Soldano agora já nadando como “brasileiros” pela regulamentação nacional. Juan nadou pelo Unisanta e Soldano pelo Mogiano.

Ryk Neethling ganhou tudo pelo Pinheiros em 2005.

Ryk Neethling ganhou tudo pelo Pinheiros em 2005.

2005 – O Minas que foi o “criador” das contratações estrangeiras, criou uma estratégia que se manteve até hoje. Investiu nas mulheres. Trouxe duas medalhistas olímpicas: a sueca Therese Alshammar e a romena Camelia Potec. O Pinheiros respondeu com o sul-africano Ryk Neethling e a francesa Anne Sophie Paranthoen. Uma parte interessante da competição foi ver Camelia Potec não bater o recorde sul-americano na prova dos 800 livre e ter ficado vários minutos chorando. O Unisanta voltou com José Meolans e Georgina Bardach ainda mantendo Juan Pereyra no grupo.

2006 – Um ano frio nas contratações principalmente pela distância que o Pinheiros abriu no cenário nacional. O Minas apresentou a alemã Marietta Uhle, ex-esposa de Gabriel Mangabeira e o Corinthians investiu pela primeira vez na contratação de gringos trazendo a chilena Kristel Kobrich e a argentina Cecilia Biagioli.

2007 – O Pinheiros trouxe a sueca Therese Alshammar para o Maria Lenk que era seletiva do Pan. O Corinthians repetiu a dupla do ano anterior Biagioli-Kobrich, enquanto Marietta Uhle nadava ainda tentando a cidadania brasileira pelo Minas e Georgina Bardach completando o grupo pelo Unisanta. Foi o ano do “Calochte” pela não vinda de Ryan Lochte contratado pelo Pinheiros e que teve problemas, Segundo ele, na emissão do seu visto para o Brasil em Miami não podendo viajar.

2008 – Apenas dois estrangeiros na seletiva olímpica de Beijing. Liliane Guiscardo manteve a conexão argentina com o Unisanta e Carolina Colorado da Colombia nadando pelo Minas.

Kristel Kobrich eficiência e índice pelo Corinthians.

Kristel Kobrich eficiência e índice pelo Corinthians.

2009 – O mais forte Troféu Maria Lenk da história teve três estrangeiras. Kristel Kobrich no Corinthians, Carolina Colorado no Minas e a equatoriana Yamile Bahamonde também pelo Minas. Detalhe que Bahamonde passou vários meses treinando na capital mineira.

2010 – Juan Pereyra já não se enquadrava no critério de estrangeiros e depois de passar por Pinheiros, Unisanta e Corinthians chegava ao Minas onde está até hoje. Minas que trouxe o austríaco Markus Rogan enquanto o Corinthians repetiu Kristel Kobrich.

2011 – Depois de alguns anos “frios” a onda estrangeira voltou a esquentar. O Minas investiu forte na americana Rebecca Soni e Kirsty Coventry do Zimbawe. O Flamengo de volta a elite buscou a americana Jessica Hardy e a espanhola Mireia Belmonte. O Pinheiros, um tanto de longe trouxe a meio brasileira Duane Marce da Espanha. Unisanta mantendo a tradição argentina veio com as irmãs Bardach, Georgina e Virginia. E o Corinthians foi buscar dois amigos de Thiago Pereira, Oussama Mellouli da Tunísia e o americano Rycky Berens.

2012 – A onda estrangeira continua bombando. Corinthians com duas dinamarquesas, Jeanette Ottesen e Lotte Friis, Unisanta repete as argentinas, agora Cecilia Biagioli e Julia Sebastian, Pinheiros com o casal francês Fred Bousquet e Laure Manaudou, Minas com a colombiana Carolina Colorado e o americano Charlie Houchin, o Fluminense com o equatoriano Esteban Enderica e o União com Yousef Alaskari do Kuwait. Para completar, o Flamengo chegando ao título com a ajuda da espanhola Mireia Belmonte e do americano Eugene Godsoe.

2013 – O Minas retomou a liderança do Troféu com a ajuda das holandesas Femke Heemskerk e Inge Dekker. O Fluminense voltou a trazer Esteban Enderica agora com outra equatoriana Samantha Arevalo, ambos chegando ao pódio dos 400 medley. As argentinas novamente no Unisanta, Julia Sebastian e Virginia Bardach. O União ganhou outra argentina, Florencia Perotti, esta treinando e morando no Brasil. Pinheiros e Corinthians optaram por não contratar ninguém.

Julia Sebastian de volta a Unisanta.

Julia Sebastian de volta a Unisanta.

2014 – Os estrangeiros para o Troféu Maria Lenk 2014:
Corinthians – Katinka Hosszu da Hungria e Jeanette Ottesen da Dinamarca
Minas – Femke Heemskerk e Inge Dekker da Holanda
Unisanta – Julia Sebastian da Argentina
União – Florencia Perotti do União

2 respostas
  1. SEVERA
    SEVERA says:

    SOBRE A BOLSA ATLETA A CBDA TA DE BRICADEIRA COM OS ATLETAS,QUEM TINHA MEDALHADO NO TROFÉU MARIA LENK E NÃO NADOU NO TROFEU FINKEL FICA DE FORA DO BOLSA ATLETA NINGUÉM MERECE ISSO JA COM VAGA GARANTIDA,PARECE PIADA KKKKKKKKK

  2. Roberto Palhares
    Roberto Palhares says:

    Com Katinka e Jeanette o Corinthians vai arrebentar no feminino. As duas ,juntas, devem faturar uns 7,8 ouros. E ainda tem Natália deLuccas, Pamela Alencar, etc. Vai ser difícil encarar.

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